Finalmente feliz!

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Heitor: e ela me ama!
Acusação: o senhor está afirmando que mesmo ela te amando, começou a amar outra pessoa?
Defesa: protesto meritíssima.
Juíza: mas por quê?
Defesa: ele está lidando com sentimentos de outra pessoa que o meu cliente pode não conhecer.
Juíza: protesto aceito.
Acusação: nesse caso, sem mais perguntas. - Heitor foi para os eu lugar, visivelmente irritado.
Acusação: chamo à testemunhar Ohana Coutinho Lefundes.

Ohana respirou fundo, se levantou e sentou-se no lugar das testemunhas, fez o juramento e esperou as perguntas.

Larissa passou cuidadosamente para o lado do tio.

Acusação: estão senhorita, vamos à pergunta principal logo, você ama o senhor Heitor?
Ohana: não.
Acusação: como era a sua vida na casa dele?
Ohana: eu acho...eu acho...que nem a pior pessoa do mundo merecia passar pelo o que eu passei.
Ohana respirou fundo antes de continuar, ela iria ser corajosa pelo menos agora.
- Eu perdi a conta de quantas vezes quis me matar ou matá-lo. -

Felipe olhou para a sobrinha, que balançou a cabeça ambos voltaram às atenções para Ohana.

Acusação: como era a sua vida, na época que sua mãe era viva, com o senhor Heitor.
Ohana: era horrível, ele batia na minha mãe, xingava ela, na minha frente, e depois de alguns anos, começou a se insinuar para mim, na frente da minha mãe, e ela não aguentava isso – Ohana começou a se emocionar ao falar da mãe - ela..ela..
Defesa: protesto meritíssima, a Acusação está obrigando a testemunha a falar de assuntos que obviamente não são agradáveis para ela. - Antes que a juíza pudesse falar, Ohana gritou.

Ohana:NÃO, o assunto pode não ser agradável, claro que não é, ele matou a minha mãe! – ela apontou para Heitor - pode não ter usado as mãos para isso, mas ele acabou com ela, aos poucos e eu estou cansada de deixá-lo fazer isso comigo também – as lagrimas caiam, mas Ohana não se deixaria abater. – você não consegue mais me atingir – ela disse olhando para ele - porquê eu sou maior do que isso, os seus murros, chutes e tapas sempre estiveram presentes na nossa convivência, você sempre foi agressivo, não só comigo e com minha mãe, mas com a mãe da Melissa também, e com todos aqueles que tentaram nos ajudar, ou você acha que eu não sei que foi você que matou o Bruni? Eu não sou idiota, por mais que você pense isso, e eu conheço você, infelizmente! – ela se levantou, mas não saiu do lugar - Este homem roubou a vida da minha mãe, e estava roubando a minha também, se não fossem por eles – ela apontou para Felipe e Larissa e todos que estavam próximos a eles.- Eu estaria morta, por dentro e por fora, não existiria mais nada do que algum dia foi a Ohana, mas eles apareceram e é por isso que eu estou aqui hoje, e não vou deixar que tudo que eles passaram tenha sido em vão, eu vou falar tudo. – ela se virou para a juíza - o Senhor Heitor Trigueiro do Valle não só me batia, como eu tenho certeza que foi ele que atirou em mim, era ele quem tinha a arma e além disso, a Larissa nunca atiraria, nem querendo nem sem querer,ela não teria condições físicas de tomar algo de poder dele.
E também o senhor Heitor me violentou, não só uma vez, ele passou um mês me violentando pelo menos uma vez ao dia – a expressão dos presentes no julgamento não era muito boa - eu pensei que fosse morrer, eu sentia nojo de mim mesma, sentia nojo de tudo, mas eu sempre prensava neles – apontou novamente para Felipe e seus amigos- e na minha mãe, eu sempre pensei nela e ela sempre esteve comigo, mesmo depois de morta e antes de que conhecer eles, ela sempre esteve comigo, aqui – ela colocou a mão no peito sobre o coração, as lagrimas caiam a toda intensidade - as minhas lembranças dela, de como ela foi forte e corajosa até na hora da morte, minha mãe sempre foi e sempre vai ser minha única esperança.
Meu amor por ela supera tudo, até mesmo a violência a que este senhor me obrigava a viver, e agora eu tenho uma família, e você – ela olha para Heitor - não vai destruir tudo, de novo, porque eu não vou deixar, nem que minha vida dependa disso, você nunca mais encosta um dedo em mim, ou em qualquer outra pessoa que eu ame, se não eu acabo com você e ninguém vai poder me julgar por isso, pois eu já deveria ter feito antes.

Ohana sorriu em meio às lagrimas.

Ohana: eu não sei que tipo de transtorno você tem, mas eu quero você longe de mim e da minha família – olhou para a juíza - eu acho que não tenho mais nada a dizer, obrigada.

Larissa sussurrou no ouvido do tio.

Lari: ela podia fazer isso?
Felipe: não sei... - Ele sorria emocionado.

Os aplausos vieram assim que Ohana acabou de falar, muitas pessoas emocionadas, em meio a isso, os advogados se juntaram, enquanto os jurados se recolheram para firmar o resultado.

Naquele dia, no tribunal, Ohana descobriu uma força que não conhecia, a força das palavras e tirou coragem de um lugar que ela também não conhecia, mas graças a isso, ela se livrou de Heitor, e agora sua guarda pertencia a Felipe, seu pai adotivo.

{...}

Ohana entrou correndo no cemitério “life house”, tinha que fazer isso, o vestido longo atrapalhava, mas fazer o quê?

Estava muito feliz, chegou perto ao tumulo da mãe e não ajoelhou para não sujar o vestido azul claro que lhe caía muito bem, os cabelos presos em um penteado formal, e a maquiagem bem feita tinham sido obras de Arielle, ela estava dando umas dicas para Ohana mudar o visual.

Ohana: Oi mamãe. Suas flores estão chegando, mas elas são muito lentas! – ela falou a ultima parte mais alto de propósito
Lari: eu não sei como você consegue correr de vestido longo e ainda por cima salto alto. - Ohana riu.
Ohana: não precisa entender, só gostar. - Larissa se aproximou dela, abraçando-a por trás.
Lari: você ainda tem duvidas que eu gosto? - Ela se afastou, corada.
Ohana: Larissa, a minha mãe!
Lari: Tá bom, já sei, desculpa sogrinha – disse divertida - suas flores, lindas, sua filha que escolheu sabia? - Ohana pegou o buquê das mãos dela e colocou as flores no tumulo.
Ohana: temos que ir mamãe, hoje é o casamento da Mel e do Felipe, lindo né? Eu e a Larissa somos madrinhas não é maravilhoso?
Lari: amor, vamos nos atrasar...
Ohana: falou o relógio, tchau mamãe, te amo!

Ela se levantou e foram para o casamento, que foi lindo, realizado uma mês depois de Larissa completar 19 anos.

Em dezembro foi a vez de Ohana fazer os seus 18 anos, ela ganhou uma linda festa surpresa.

{...}

Ohana foi para a faculdade, fez medicina e realizou seu sonho,  Larissa começou sua carreira de cantora e não demorou pra estoura como "Anitta" nome artístico adotado por ela, como era de se esperar.

5 anos depois do casamento de Felipe e Melissa, foi a vez de Ohana cumprir sua promessa.

Ambas entraram na igreja com um maravilho vestido branco, com um corte atual e com os pensamentos em sintonia, sabiam que nunca se sentiram tão felizes na vida como naquele dia.

{...}

Melissa e Felipe, tiveram dois filhos.

Ari e Alline tiveram três, um casal de gêmeos de inseminação artificial e um garotinho que lhes foi "dado de presente".

Ton e Viih, adotaram uma menininha que encontraram abandonada, lutaram pela sua guarda e também diziam que ela havia lhes sido dada de presente.

Ohana e Larissa tiveram quatro, duas menininhas, uma chamada Ivy e outra de Marina ( nome escolhido pelo "avô"babão, Felipe que queria chamar alguma neta de Ninha), um garotinho chamado Felipe e outro garotinho chamado Bruno.

E Heitor? Ele foi preso, ficou um mês na prisão individual por causa do risco de morte, depois foi para uma cela com outros presos, que o estupraram e mataram.

Mais tarde Ohana descobriu que Heitor vivera em uma casa violenta, em que o pai batia nele, na mãe e nos irmãos, isso explicava muita coisa.

Ohana se apegou à sua única esperança e sempre vai ao tumulo de Ivana, leva os filhos e toda a família enorme e louca que eles formavam.

Depois de tanto sofrimento Ohana finalmente foi feliz!

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THE END, meu povo! Desculpem qualquer coisa e espero que tenham gostado!

Amanhã venho começar uma nova história pra vocês, BEM diferente dessa! Topam!?

Única esperança - OhanittaOnde histórias criam vida. Descubra agora