Eu te amo!

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Felipe: O quê? Como sabe disso? Deveria ter somente quatro anos na época em que sua mãe morreu.

Melissa pareceu surpresa.

Mel: como sabe disso?
Felipe:Melhor não me perguntar isso, não queira saber como eu sei, no momento, e como eu sei que tem algo obscuro nessa história, é melhor você só me contar o que sabe.
Mel: e como sei que posso confiar em você!?

Por essa Felipe não esperava.

Felipe: Estou aqui para ajudar minha sobrinha que é apaixonada por essa garota e não sabe o que fazer para que possam ficar juntas, não sabe o que é amar?
Mel: não, nunca me vi apaixonada por ninguém.
Felipe: nem imagina o que esta perdendo...
Mel: acho que posso confiar em você.
Felipe: ótimo – ele sorriu - então me conta como é que sabe que ele foi o responsável se, naquela época, era praticamente um bebê?
Mel: minha tia, Marília, me contou, Heitor não a conhecia muito, mas ela se correspondia por cartas com a minha mãe, ela sabe de tudo o que aconteceu com ela, e quando fiz quinze anos, ela deixou que eu lesse todas as cartas.

Melissa agora tinha lágrimas nos olhos, Felipe sentiu-se comovido.

Felipe: sem querer incomodar, já incomodando, será que eu poderia ver as cartas?
Mel: sim.

Ela entrou por um corredor, desaparecendo de vista. 

{...}

Heitor: acredito que você vai conseguir.
Afirmou enquanto levava um garfo cheio de comida a boca, Ohana estava parada, em pé, perto da mesa, esperando eles terminaram, como sempre fazia quando estava a sós com Heitor.

Bruno a olhou, parecia confuso.

Bruno: você não come não, Ohana?

Dava pra ver de longe que Ohana se assutou com a pergunta, Heitor também.

Ohana: eu já comi.

Bruno concordou com a cabeça.

Bruno: e foi você quem cozinhou?
Ohana: sim.

Bruno sorriu.

Bruno: você cozinha muito bem.

Ao ver Ohana constrangida, Heitor percebeu o erro que cometera ao levar Bruno para jantar em sua casa, nem ele sabia por quê, mas havia simpatizado com o garoto, viu que Ohana estava corada e percebeu que se continuasse assim, a simpatia por Bruno poderia diminuir, bastante.

Ohana: obrigada, é gentileza sua. 

{...}

Melissa voltou com uma caixa grande, vermelha, quando colocou a caixa no centro da mesa, ele viu que em cima, tinha uma etiqueta colada, e alguém, que tinha uma letra linda por sinal, escreveu “As melhores das piores recordações”, deduziu que Mel escrevera.

Mel: bom acho que pode demorar, vou fazer um café, prefere puro ou com leite?

Felipe percebeu que, pelo tom de voz, ela não estava oferecendo e sim mandando ele aceitar o café.

Felipe: com leite, por favor.

Mel assentiu e entrou por uma porta, que ele deduziu ser a cozinha, tirando os pensamentos dela, Felipe abriu a caixa e viu muitas cartas, envelopes levemente amassados, parecia que alguém tinha lido aquelas cartas varias e varias vezes, pegou o primeiro envelope que viu, abriu e tirou a carta, era de 22 de Fevereiro de 2000, Mel já deveria ter nascido.

Ele começou a ler.

Querida Marília,

Minha vida vai de mal a pior, Mel está linda, crescendo tão rápido, só lamento ela ter um pai como Heitor, eu preciso fugir daqui, quero ir embora com a minha filha, ele está cada vez mais violento, Lila, ele está me assustando, está perturbado por causa do rapaz que veio trazer as compras do mercado, ele me bateu tanto outro dia, quase bateu na Melissa, a vida aqui está ficando impossível, eu te amo minha irmã.

Única esperança - OhanittaOnde histórias criam vida. Descubra agora