Capítulo 17

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Já era tarde, estava no meu quarto de baixo de minhas cobertas, tentando limpar minha mente me distraíndo, mexia um pouco no celular, de vez em quando me levantava para ir ao banheiro, olhar a janela, ficar na frente do espelho... Eu estava horrível, meu rosto parecia morto, me olhava para o espelho com uma sensação péssima, levantei minha mão devagar e toquei meus dedos sobre o reflexo deles... Eu estou ridícula! Por que estou tão preocupada assim? Eu sei me defender, tenho que admitir que aquilo que fiz na escola foi um exagero!

Vou até meu closet a procura de uma roupa, eu tenho que sair e tomar um pouco de ar fresco. Abro meu closet e pego a primeira combinação que vi na frente, uma regata com mangas que chega na metade do meu ombro, um shorts jeans preto e uma meia calça com furos. Entro no banheiro para tomar um banho, esfriar a cabeça primeiro para aliviar, tiro minha roupa e ligo o chuveiro, me jogo para dentro da água morna e fico lá embaixo sentido a água descendo pelo meu cabelo e corpo, a água estava tão boa que não queria mais sair dali... Mas não sou eu que pago a conta de água então alguma hora eu tinha que sair dali.

Depois de uns 10 minutos me retiro do chuveiro pegando duas toalhas, uma pro cabelo outra pro corpo, saio do banheiro e vou diretamente para minha cama onde deixei minha roupa, termino de me secar e começo a colocar a roupa, depois que terminei de me arrumar me dirijo até o espelho para ver como fiquei.

Estava bem, espiro fundo e solto um longo suspiro, me viro para minha cama onde estava meu celular e caminho até ele, ligo-o e vejo que horas são. 10:15,ainda estava cedo, mas o sol já iluminava as ruas lá fora, guardo meu celular no bolso do meu short e saio do meu quarto, passo pelo corredor vagarosamente sem chamar atenção de meus irmãos, desço pelos degraus da escada chegando finalmente no andar de baixo, olho para a sala, cozinha, ter certeza de que não tinha ninguém, me dirijo até a porta e quando estava preste a encostar na maçaneta alguém me chama.

Portugal: Brasil?

Brasil: Oi pai...

Portugal: Onde vai?

Brasil: Preciso sair um pouco, não estou me sentindo bem aqui...

Meu pai me olha preocupado, o mesmo se aproxima de mim e segura uma das minhas bochechas com sua mão.

Portugal: Alguma coisa te pertubas, não?

Na lata.

Brasil: Talvez...

Portugal: Pode contar-me miúda.

Não quero preocupar ou irritar meu pai, nem muito menos irritar Rússia, eu poderia negar até a morte que não estava com medo, mas isso séria mentira, não quero sofrer alguma consequencia de Rússia, não mesmo.

Brasil: Agora não pai, não estou muito com cabeça pra isso, melhor mais tarde...

Tiro a mão de meu pai do meu rosto e abro a porta atrás de mim, após atravessa-la a fecho e observo o lado de fora, o sol morno, o vento gelado, o som das folhas das árvores balançando e barulhos de buzinas de carro um pouco distantes.

Começo a andar me afastando de minha casa, logo decido ir para a praça que tinha ali perto, era calma e ótima para relaxar, principalmente de manhã, quando os jovens estavam nas escolas e os mais velhos ia trabalhar, cruzo meus braços e vou caminhando até o local.

~~~

Estava sentada em um dos bancos na praça agora, bem a frente de um pequeno lago onde lindos gansos brancos nadavam tranquilamente, pego meu celular para ver que hora são, 10:45, a essa hora deve está ocorrendo o intervalo de minha escola agora, logo lembrei de Rússia que me chamava todo intervalo para que eu fosse atrás da escola, mesmo assim, nem me preocupei, estava tão tensa que já esperava qualquer coisa de ruim, olho para cima observando o céu agora, as nuvens eram finas e o céu ainda permanecia com aquele azul claro, enquanto observava o céu da manhã, escuto alguém me chamar.

???: Brasil?

Brasil: Coreia do Norte?

C. do Norte: Não imaginava que você estaria aqui.

Brasil: Você não foi para a escola hoje?

C. do Norte: Não, faltei hoje.

O norte coreano senta ao meu lado.

C. do Norte: Está se sentindo melhor?

Brasil: O quê?

C. Do Norte: Meu irmão me mandou uma mensagem, disse que você teve que sair porque estava passando mal.

Brasil: Como ele ficou sabendo?

C. Do Norte: China e Japão contaram pra ele.

Brasil: Ah, claro...

C. Do Norte: Então... Está bem?

Brasil: É um pouco estranho ver você se preocupar com alguém.

C. Do Norte: Existem excessões.

Dou uma leve risada, quase nunca alguém via Coreia do Norte se preocupar com alguém, apenas com o irmão.

Brasil: Ainda me sinto mal, só vim aqui para vê se melhoro um pouco.

C. Do Norte: Parece que esse não é o seu ano.

Brasil: Também acho.

C. Do Norte: Você quer contar o que tá acontecendo pra mim ou...

Hmm, eu não sei, admito que o Coreia do Norte não é uma das pessoas mais confiáveis que existe, digamos que em algumas situações ele é bem parecido com... o Rússia.

Brasil: Será que posso confiar?

C. Do Norte: Confia se quiser, a escolha é sua, eu não ligo.

Direto, tinha esquecido tamanha sinceridade do Norte coreano e seu poder de ligar o fodasse para tudo e todos, talvez não seja tão ruim assim compartilhar meus problemas com alguém, preferia estar contando isso para Argentina, mas acho que com o Coreia não será tão diferente.

Brasil: É o Rússia...

C. Do Norte: Rússia!?


Brasil: Deve conhecer...

Digo sarcástica.

C. Do Norte: Sim... O pai dele cuidou de mim por quatro anos.

Brasil: Hmm, surpresa estou.

C. Do Norte: Mas não é importante, estamos falando de você, não de mim.

Brasil: Eu não quero dar muitos detalhes, mas digamos que ele está me dando alguns problemas.

C. Do Norte: Ele não sentiu atração por você, foi?

Brasil: Ehhh...

Coro e me encolho um pouco no banco, ele tinha acertado na lata, realmente outra surpresa, se ele disse isso é porque realmente aquilo que estou passando é um problema.

C. Do Norte: Olha, isso não é muito meu forte mas, se você precisar de ajuda é só me chamar.

Eitah poha, esse cara não para de me surpreender, três vezes já!? Olho para ele com os olhos arregalados, aquilo era realmente raro, mas mesmo assim dou um sorriso e o respondo gentilmente:

Brasil: Ok, eu vou chamar!

O Norte coreano cora e vira o rosto um pouco disfarçando o rosto suavemente avermelhado.

Caminhos Traçados - Brasil X Rússia (CountryHumans)🗺Onde histórias criam vida. Descubra agora