Com amor e Reticências

Capítulo 3 - A garota daquele bar é apenas apaixonada por histórias.

2 de setembro de 2018 – Londres Inglaterra – 3 feiras – segundo dia de aula.

Havia dormido muito mal noite passada devido aos recentes acontecimentos do primeiro dia de aula. Fiquei horas virando de um lado para o outro na cama revendo tudo que tinha acontecido e como o universo é um bichinho engraçado. Ela adora pregar peças nas pessoas, sério, consigo imagina um senhorzinho do destino sentado em frente a uma televisão assistindo acontecer todas as confusões que ele criou. Tipo uma criança assistindo desenho ou um idoso barbudo se divertindo ao contar as histórias que um dia já aprontou na juventude.

Parai vamos com calma caro leitor acredito que você que está acompanhando deve estar meio confuso de como a gente estava na segunda feira e agora estamos na terça. É eu pulei uns acontecimentos que já vou contar.

Lembra que o senhor Tuner me chamou para conversar, então ... essa foi uma péssima ideia do universo. Eu numa sala vazia com o gato desse professor em que temos poucas, mas muito boas histórias para contar não ia dar muito certo. Tirando o fato dele ser gostoso. Gente boa, tem o papo muito bom. Querido universo o senhor está tentando testar meu auto controle porque eu vou te dizer não é possível um negócio desse!

Esse é um bom ponto, um ponto ótimo, um ponto importantíssimo, mas também temos outros pontos para tratar. Lembra o ponto do poucas, mas boas histórias para contar que envolve algo além de eu estar prensada numa parede atrás daquele bar na Irlanda. Viu já até fiquei nervosa e com calor, to me atrapalhando toda. Que é o ponto de a gente se reencontrou ele sendo meu professor depois de todas aquelas histórias e temos muito o que conversar e acertar. Bem essa conversa ia acontecer mais cedo ou mais tarde. Eu só não esperava que fosse MAIS CEDO. Jesus não me deem força senão eu pulo nele, me de alto controle e me proteja nesse momento difícil porque se não, NÃO VAI. Nada com um pouquinho de drama antes não é mesmo.

-Está tudo bem? - perguntou Jully.

-Sim sim, eu tenho dificuldade em física e os professores têm o nosso histórico em cada matéria deve ser algo sobre isso – desconversou. Que merda de desculpa esfarrapada foi essa? Dúvida no primeiro dia de aula? Sério? Eu não tinha nada melhor para inventar?

-Ok te espero no refeitório, senta comigo e com os meus amigos. Quer que eu pegue alguma coisa para você? - perguntou na porta da sala. Santa Jully eu vou canonizar essa garota.

-Uma batata frita e uma coca – pedi, tudo que eu preciso nesse momento é carboidrato, muito carboidrato– obrigada – falei enquanto ela era a última pessoa a sair da sala.

-Mais um pouco eu não te reconheceria, você mudou bastante desde a última vez que nos vimos – comentou me analisando de cima a baixo.

-Eu não sei se levo isso como um elogio ou uma ofensa, mas saiba que essa garota não sou eu – comentei apontando para o uniforme – ou talvez seja.

-A última coisa que imaginaria é que você é uma aluna do ensino médio – falou me trazendo lembranças do dia que nos conhecemos.

Era a primeira noite de férias, início do verão, ironicamente naquele dia estava de folga, mas como amava onde trabalhava, lá estávamos nós nos divertindo no mesmo lugar de sempre. Bebia cerveja e dançava em cima do balcão, quando finalmente fui descer estabanada do jeito que sou acabei esbarrando em alguém e derrubando toda a minha bebida nele. Em vez de ficar bravo ele apenas riu. Por um acaso já comentei que gosto de pessoas com bom humor? Eu adoro.

Entretanto o mínimo que podia fazer era ajudar o homem a limpar toda aquela bagunça que tinha feito o que acabou gerando uma das noites mais divertidas da minha vida, aquele desconhecido recém-formado em física tinha um ótimo papo o que fez com que conversássemos até de madrugada. Quando estava quase amanhecendo ele me beijou. Olha não vou nem comentar sobre o beijo se não vou ficar uma vida aqui. Nos próximos dias continuamos nos encontrando no mesmo lugar até ele seguir viagem com os amigos e eu jurar que nunca mais o veria na vida.