Capítulo VIII - E lá vamos nós de novo

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— Pombas! — o xingamento basicamente salta da minha boca ao ver o que sai da floresta

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— Pombas! — o xingamento basicamente salta da minha boca ao ver o que sai da floresta. — Caspian, vamos chamar os Pevensie.

O telmarino rapidamente concorda e saímos correndo para dentro do Q.G., para avisar a todos que o exército de Miraz está na nossa porta. De novo.

Por que é que nunca é o nosso exército a ir bater na porta deles? Ah, é, fizemos isso ontem à noite e não deu nada certo... balanço a cabeça, em uma tentativa de mandar a lembrança para o fundo da minha mente, e penso que pelo menos eles não têm as catapultas.

Puxo o ar pelo nariz agressivamente e solto de forma suave pela boca, tentando manter a calma.

— Vamos para dentro. — Pedro pede e nós seguimos-ô caverna a dentro, quando finalmente estamos ao redor da Mesa de Pedra, o Pevensie diz: — Acho que já está na hora de irmos até Aslam.

— E quem vai ir? — Susana pergunta, olhando para o irmão, que olha significativamente para Lúcia.

— Com mil pombas! Esse é o seu grande plano? Enviar uma menina à parte mais escura da floresta sozinha?! — Trumpkin grita com Pedro, apontando para Lúcia ao citá-la.

— É a nossa única chance. — Pedro rebate, irritado.

— E ela não estará sozinha. — Susana informa, deixando claro que irá com ela.

— Já não morreram muitos de nós? — Trumpkin pergunta para Lúcia, com emoção na voz.

— Nikabrik era meu amigo também, mas perdeu a esperança. A rainha Lúcia não, e muito menos eu. — Caça-Trufas argumenta com o anão.

É ouvido o tinido de espada, e viramo-nos para Ripchip, que desembanhou sua espada e colocou-a como juramento ao lado do coração, então ele diz:

— Por Aslam.

— Por Aslam! — alguns narnianos repetem.

Durante um segundo, sentimos o peso da esperança e de suas palavras, como se todos os problemas estivessem resolvidos. Mas é óbvio que não estão.

— Então eu vou com você. — Trumpkin diz.

— Não, precisamos de você aqui. — Lúcia responde, colocando uma mão no ombro do adulto.

— Temos de segurá-los até você e Susana voltarem. — Pedro fala.

— Ei, eu posso ir junto? — eu pergunto, fazendo a atenção deles vir pra mim. — Eu também vi Aslam, isso deve significar algo, não é?

— Sem querer ofender, mas você seria um peso morto. — Edmundo fala, tentando ser delicado.

— Não seria não, com todo respeito, majestade. — Patnes se intromete. — A senhorita Elle sabe manusear uma espada muito bem.

Edmundo me olha com surpresa e então assente, parecendo admirado comigo.

— Hum... com licença? — Caspian pede, então olhamos para ele, que está sentado em um dos degraus entre as colunas. É estranho ele pedir licença, sendo que ele faz parte de nós, é como se, depois do que houve no acampamento telmarino, ele fosse um estranho novamente. — Miraz pode ser um tirano assassino...

— Eu acho que você tá sendo bonzinho dizendo isso... — eu interrompo, pensando em xingamentos piores, e Pedro me olha de cara feia. — Okay, prossiga.

— Ele pode ser um péssimo ser humano, mas como rei ele está sujeito às tradições e expectativas de seus súditos. — Caspian diz e eu quase solto um gemido de frustração, lembrando da besteira que ele vai sugerir. — Existe uma em particular que pode nos dar algum tempo.

— Qual seria? — Pedro pergunta, após olhar para os irmãos.

— Um duelo. — Caspian responde e logo ele está tecendo uma explicação que eu já ouvi, portanto eu fico entediada pra caramba.

Um sorriso nasce automaticamente no meu rosto, quando me lembro da última vez que estive entediada.

Durante uma reunião da minha escola, enquanto minha mãe conversava com a professora, eu fiquei totalmente entediada. Mas Jonathan estava ao meu lado.

— Cenoura, se você dormir no meu ombro, eu não respondo pelos meus atos. — ele disse para mim, fazendo-me rir e revirar os olhos.

— Calado, anão de jardim. — eu retruquei, empurrando a cabeça dele.

— Falou a alta! — Jonathan resmungou, dando uma cotovelada na lateral do meu corpo.

Ficamos em silêncio por poucos segundos, então o chato disse:

— Já notou que a mamãe tá olhando com ódio pra nossa professora de inglês?

Eu encarei bem a expressão da minha mãe e gargalhei, jogando a cabeça para trás.

— Ela vai pular naquela mulher a qualquer momento. — eu disse para meu irmão.

— Aposto que ela não vai fazer nada, mas vai reclamar durante o caminho pra casa todinho. — Jonathan disse e estendeu a mão, então eu dei de ombros e apertei a mão dele. — Valendo a louça do jantar?

Eu assenti com a cabeça e passamos o resto da noite de olho na minha mãe. No fim das contas, ela falou tão mal daquela mulher no caminho pra casa, que aprendi uns 5 xingamentos novos.

Sinto saudade de Jonathan e de nossas apostas. Da mamãe e dos seus conselhos. Do Harry e das nossas longas conversas. Do Simon e das nossas piadas. Do Gilbert e das nossas risadas. Eu amo tanto minha família...

Vejo Edmundo saindo do recinto, junto com dois narnianos, e noto que o plano vai ser posto em prática. Estalo o pescoço e ando até Lúcia, sorrindo levemente.

— Então, ruivinha, pronta pra um passeio? — eu pergunto e ela assente.

— Você sabe cavalgar, por acaso? — a Pevensie pergunta curiosa, e levanta-se para me acompanhar até Destro, o cavalo de Caspian.

— Não, mas você sabe e vai me ensinar agora. — eu respondo e ela me olha de olhos arregalados, então arregalo os meus por reflexo. — Você não sabe? Como é que a gente vai fazer?

— Pra sua sorte, eu existo. — ouço uma voz feminina e me viro, vendo uma linda égua cor creme. — Sou Lillyane, uma das últimas que ainda sabe falar nessa situação precária que vivemos.

Sorrio largamente e não me passa despercebido o carinho com que ela olha para mim e para Lúcia.

— Meu nome é Elle Cooper. — eu cumprimento-a com uma reverência desajeitada.

— Eu sei disso, querida. — ela me olha, então olha para Lúcia e faz uma reverência. — Será um prazer serví-las, majestade e senhorita Cooper.

°°°

Espero que tenham gostado.

Gente, lavem bem as mãos e não abracem ninguém! Cuidado, a coisa tá séria mesmo! E não quebrem a quarentena.

Além disso, quero dizer que tô meio desesperada porque não tenho um capítulo para a próxima semana aaaaaaaa.

Enfim, amo a Lillyane, af.

Até a próxima.

20/03/2020.

Predestinada • Crônicas de NárniaOnde histórias criam vida. Descubra agora