Capítulo XV - Viva a rainha Elle! Viva o rei Caspian!

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Eu e Caspian caminhamos até nossos tronos, com Aslam entre nós

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Eu e Caspian caminhamos até nossos tronos, com Aslam entre nós. Eu estou com um vestido de veludo vermelho (quem disse que ruiva não pode usar vermelho?) e uma capa dourada, que acho ser de veludo também. Caspian usa uma roupa branca com detalhes dourados no peito, com uma capa dourada como a minha. Tudo de veludo também. 

Qual é a dos narnianos com veludo?

Ouço os trompetes soarem, enquanto passamos por um corredor de centauros, que erguem suas espadas conforme passamos. Nem faço questão de me fingir de plena, já que quase dou gritinhos ao ver meu trono ao lado do de Caspian. Ambos são feitos de mármore, com detalhes em ouro, são largos e têm uma almofada em cada, pra deixá-los confortáveis.

Eu e Caspian subimos as escadas para nossos tronos, e nos viramos para os narnianos e telmarinos, de costas para os objetos. Aslam faz o mesmo, ficando de costas para nós, à nossa frente.

— Em nome das férteis terras do Norte, apresento-lhes rainha Elle, a resiliente. — quase caio no choro quando Aslam diz isso, lembrando de como meus pais sempre disseram que sou forte, e como iria conquistar coisas incríveis. Pois é, papai, seu leãozinho é rainha agora. Mamãe vai pirar, com certeza!

Volto a prestar atenção no que está acontecendo e vejo Caça-Trufas se aproximar com uma almofada, onde estão duas coroas. Patnes pega uma das coroas e se aproxima de mim, enquanto observo ela. Ela é de ouro, de seu aro sobem caules e folhas douradas de quatro dedos de altura, então flores (talvez margaridas) vermelhas terminam a coroa. Abaixo-me um pouco e o fauno coloca na minha cabeça com cuidado e, quando ele se afasta, sorrimos um para o outro. Sinto o peso da coroa e quase dou um gritinho. Eu sou uma rainha!

— Em nome das reluzentes águas do Sul, apresento-lhes rei Caspian, o décimo. — Aslam diz e Patnes pega a coroa do telmarino, que é de ouro também, com joias vermelhas intercaladas e uma joia azul maior no centro. Ela deve ter um palmo de altura e imita torres, no formato de losangos.

Nós nos sentamos nos tronos, então Aslam se vira para nós dois.

— Quem é coroado rei ou rainha de Nárnia, será sempre rei ou rainha. — o Leão diz e eu sinto o peso de suas palavras causar um arrepio em mim. — Que vossa sabedoria nos abençoe até que o Sol perca seu resplendor.

Troco um olhar com Caspian, absurdamente animada, e vejo Aslam se virar para os narnianos e telmarinos.

— Viva a rainha Elle! Viva o rei Caspian! — Aslam diz, junto do povo, que formam um coral esplêndido. 

O povo dá gritos animados e eu sorrio grandemente, sentindo-me orgulhosa de mim mesma.

Então um homem do conselho sobe as escadas, com o intuito de fazer a coroação de Caspian, que é basicamente ele fazendo o juramento, considerando que já foi coroado. Ativo meu modo planta enquanto Caspian faz o juramento. A coroação narniana é simples e bela, enquanto a telmarina é parecida com a do meu mundo.

Ao fim da coroação, os telmarinos e narnianos gritam em comemoração.

Após os gritos cessarem e haver uma pequena comemoração, eu e Caspian fomos para a rua montados, eu em Lilly e Caspian em Destro. Dessa forma, atravessamos uma parte da cidade, acenando para o povo e tendo nosso caminho preenchido por pétalas de flores, assim como nossos ouvidos escutavam gritos e vivas.

Os telmarinos e narnianos definitivamente sabem festejar. 

Quando a hora da valsa chega, minhas mãos estão puro suor, mas mesmo assim seguro a mão de Caspian e coloco a outra em seu ombro. A orquestra começa a tocar uma música desconhecida, mas que me soa romântica e bela.

Dançamos a tal da valsa - eu não pisei no pé de Caspian em momento algum! - e, ao fim dela, ao invés de as pessoas virem dançar junto, o salão fica em um silêncio esquisito.

— O que...? — eu olho para Caspian, que se ajoelha à minha frente. Eu não creio. 

— Fiquei sabendo que um dos costumes do seu povo é o pedido de namoro, de joelhos. — ele fala e abro a boca, chocada, então olho na direção dos Pevensie e vejo Lúcia sorrir pra mim. A pestinha que contou! — E decidi fazer algo grande, tão grande quanto meu sentimento por você. — oh, merda, aí vêm as lágrimas.

"Elle, você é uma garota extremamente corajosa, forte e poderosa. Possui uma aura divertida e que faz as pessoas simpatizarem com você imediatamente. É uma das melhores pessoas que conheço e eu me sinto muito grato por ter te conhecido. Você é cativante de várias formas e não tenho vergonha em admitir que me apaixono mais por você a cada momento."

— Eu também, querido. — eu sussurro pra ele, sorrindo através das lágrimas de emoção. O telmarino sorri pra mim e tira duas alianças do bolso.

— Aceita namorar comigo? — Caspian pergunta, olhando-me.

— Claro que sim! — eu digo em tom óbvio e vejo ele se levantar e colocar uma aliança no meu dedo anelar direito, então me entrega a outra e faço o mesmo com ele. Olho para o rei e sorrio, abraçando ele. — Caramba, eu não acredito nisso!

A risada de Caspian quase não é ouvida com a gritaria que toma o salão, junto dos aplausos. Ao me afastar do moreno, ele me sorri e beija minha testa, fazendo com que eu sinta seu carinho por mim. 

Logo a orquestra volta a tocar e as pessoas a dançar, então eu e Caspian fazemos o mesmo. Ficamos em silêncio por um tempo, apenas aproveitando o momento, até que ele pergunta, parecendo temeroso com minha resposta:

— Não sei como perguntar isso, mas... você vai voltar para a Terra, não é?

— Minha família precisa de mim, querido. — eu respondo e vejo o telmarino suspirar, assentindo.

— Eu sei disso. — ele fala. — Me sinto egoísta por querer que fique.

— É só o medo de me perder falando. Acabamos de nos acertar, afinal de contas. — eu digo, tentando consolá-lo. — Mas, ei, você não vai me perder. Eu vou voltar.

— Tem certeza? — Caspian pergunta, buscando meus olhos em uma tentativa de se agarrar à esperança. Tento não fazer a mesma pergunta pra mim mesma.

— Nosso destino não é ficarmos separados. — eu digo, sorrindo fracamente para ele. — Acredito que se não estamos todos juntos e felizes, ainda não é o fim.

O rei dá um sorriso e quebra a distância entre nós momentaneamente, dando um beijo em minha testa.

— Faz todo o sentido você ser "a resiliente", querida. — ele diz e eu sorrio de forma convencida.

— E duvidou disso em algum momento? — pergunto, fazendo-o rir e negar.

Por volta das dez horas de noite, os fogos são soltos e assisto tudo com um sorriso no rosto, abraçada ao meu namorado. Quando olho para seu rosto, iluminado pelas luzes com um sorriso feliz, prometo à mim mesma que irei voltar pra ele, que o farei o mais feliz que conseguir, porque ele já me faz feliz apenas por existir.

Meu coração dói ao pensar que irei embora em alguns dias, mas eu sei que é necessário. Eu nunca abandonaria minha mãe e meus irmãos, não quando precisam tanto de mim. Não posso deixá-los e deixo Caspian apenas por saber que voltarei. 

Se não estamos todos juntos e felizes, não é o fim, repito pra mim, colocando minhas esperanças nessa frase.

°°°°

Espero que tenham gostado.

Caslle namorando aaaaa e Elle decidindo voltar pra família. O que acharam?

Até a próxima.

26/06/2020.

Predestinada • Crônicas de NárniaOnde histórias criam vida. Descubra agora