Entrelaço meus dedos com os de Caspian e juntos caminhamos até Aslam, do outro lado do rio. Os Pevensie aparecem ao nosso lado, e parecem focados demais no Leão para olhar para mim e Caspian.
Ao pararmos em frente ao Leão, ele olha-nos e então todos ajoelhamo-nos, olhando para o chão.
— Ergam-se, reis e rainhas de Nárnia. — Aslam diz, fazendo os Pevensie levantarem-se. Permaneço ajoelhada, junto de Caspian. — Todos vocês.
Franzo a testa ao levantar a cabeça e olhar para Aslam. Quando que eu fui coroada e não fiquei sabendo?
— Eu não acho que estou pronto. — Caspian responde, olhando para o Leão.
— É exatamente por isso que sei que está. — Aslam fala e, só assim, Caspian se levanta. — Elle?
— Eu acho que se o Caspian não se acha preparado, eu muito menos! — eu digo, arregalando os olhos levemente. — Ele se preparou a vida toda!
— Você está pronta, sei disso. — a convicção na voz de Aslam me impressionou.
— Se você disse, tá dito. — eu respondo, levantando-me. Vejo Lúcia conter a risada e franzo o nariz pra ela, sorrindo.
Ouço uma melodia triste e me viro, vendo ratos levando Ripchip em uma maca. Damos espaço para eles passarem com o corpo.
Quando Ripchip é colocado no chão, Lúcia corre até ele e dá uma gota de seu suco milagroso, curando-o. Vemos o rato suspirar e então se sentar, dizendo para Lúcia:
— Obrigado, majestade.
A Pevensie sorri para ele e para nós, parecendo feliz. Ripchip é levantado pelos seus companheiros.
— Oh! — ele exclama ao ver Aslam, então ensaia uma reverência, dizendo: — Salve, Aslam! É uma grande honra...
Ripchip, então, se desequilibra e quase cai, só assim notando que está sem sua cauda.
— Estou absolutamente perplexo. Peço a sua indulgência por me apresentar de maneira tão imprópria. — Ripchip diz, colocando as mãos para trás. Noto a expressão de Aslam mudar, parecendo curioso com a reação do rato.
Troco um olhar com Caspian, achando a situação um pouco engraçada.
— Talvez mais uma gota? — Ripchip se vira para Lúcia, esperançoso.
— Não acho que sirva para isso. — a ruiva diz, fazendo uma expressão de "sinto muito".
— Podia tentar. — ele insiste.
Aslam dá risada, trazendo a atenção de Ripchip para ele.
— Fica-lhe muito bem, pequenino. — o Leão diz.
— Mesmo assim, grande rei. — Ripchip diz e desembainha sua espada. — Eu lamento ter que me retirar, pois a cauda sempre foi a honra e a glória de um rato.
— Parece que se preocupa demais com sua honra, amigo. — Aslam fala, olhando seriamente para o rato.
— Bom, não é só a honra. Também ajuda muito no equilíbrio. E para escalar. E a segurar objetos. — Ripchip se explica, gaguejando um pouco.
Sorrio ao observar a vergonha do rato, por notar que deveria agradecer por estar vivo, e não se preocupar com sua honra.
— Com a permissão de vossa majestade, não queremos ostentar uma honra que é negada ao grande rato. — um dos companheiros de Ripchip diz, então ele e os outros seguram suas caudas e apontam as espadas para elas, prestes a cortá-las.
Aslam volta a dar risada e então diz seriamente:
— Não pela sua dignidade, mas pelo amor do seu povo.
Dou um sorriso ao ver a cauda de Ripchip crescer novamente, e vejo o rato comemorar, agradecendo.
— Viu só? Agora vou ser rainha! — eu sorrio para Caspian, ignorando o papo ao redor, e ele me sorri de volta.
— Já iria ser de qualquer modo. — ele responde e eu me sinto corar, sorrindo ainda mais. Entrelaço nossos dedos novamente, olhando-o.
— Ei, espera aí! Vocês... — Susana fala, olhando-nos chocada. Sorrio assentindo e ela sorri de volta. — Sempre achei que combinavam.
Pedro e Edmundo sorriem, mas somos parados pelo rugido de Aslam. Dou um pulo de susto, colocando a mão no peito. Só me acalmo quando vejo que ele só rugiu para Trumpkin.
— Está vendo agora? — Lúcia pergunta e Trumpkin acena que sim.
— Lúcia, pare de andar com o Pedro! Está ficando debochada como ele! — eu digo para a pequena que dá risada e vem até mim, me abraçando.
— Que bom que está bem. — a ruivinha diz e eu sorrio.
— Que bom que você está bem. — eu respondo desfazendo o abraço, andamos alguns passos para longe do grupo e então digo: — Vou ser rainha de Nárnia, viu só?
— Merecidamente. — Lúcia sorri para mim, e olha para os lados, aproximando-se para dizer: — Mas ia ser de qualquer forma, aparentemente.
Dou risada junto da ruiva e pergunto:
— Como sabia que eu e Caspian gostávamos um do outro?
A Pevensie franze a testa, confusa, fazendo-me erguer uma sobrancelha. Do que ela estava falando, então?
— Eu me referi ao Edmundo. — a ruivinha diz, deixando-me boquiaberta e de olhos arregalados. — Você não notou?
— Edmundo estava gostando de mim? — eu pergunto, verdadeiramente chocada. — Mas ele não deu nenhum sinal!
— Ed não sabe demonstrar sentimentos. — Lúcia dá de ombros e eu suspiro.
— Bem, eu também gostava dele. — eu confesso e então abraço a pequena pelos ombros. — Mas agora já passou, eu e Caspian... bem, vamos decidir o status depois, mas estamos definitivamente juntos.
Eu e Lúcia sorrimos uma para a outra, e ela abraça minha cintura, então abraço-a de volta.
— Fico feliz por vocês dois. — ela diz.
— Obrigada. — eu respondo, separando-me dela. — Significa muito vindo de você.
Sorrimos uma para a outra e então viramo-nos para os outros, conversando um pouco. Finalmente um pouco de paz e liberdade, após tanta guerra e confinamento.
°°°
Espero que tenham gostado.
Capítulos seguidos porque fiquei séculos sem postar :)) (provavelmente vou ficar mais alguns séculos sem postar, mas deixa baixo).
Esqueci de dizer antes: Horizonte chegou à 22K! É muito bom ver que as pessoas gostam tanto da Elle e da história dela. Eu amo a perseverança, a coragem, o amadurecimento ao longo da história e a força dela, além de tantas coisas mais.
A história da Elle é uma das que mais amo, e realmente me enche o coração ao ver que tanta gente gosta dela também. Agradeço à todes vocês que leram até aqui, de todo meu coração 💕💕
Até a próxima.
05/06/2020.
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Predestinada • Crônicas de Nárnia
Fiksi Penggemar[segunda temporada da saga Fortuna] Agora Elle está vivendo sua visão (ela tem quase certeza disso) e não sabe como agir. Está com vergonha de Edmundo, medo por Nárnia e quer jogar Pedro em um rio, de tão chato que ele está sendo (ouvi-lo reclamar u...