Capítulo X - Não vejo nem príncipe encantado, nem donzela em apuros

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Tudo bem, tudo bem, eu digo para mim mesma quando me encontro cavalgando pela floresta atrás de Susana em busca de Aslam

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Tudo bem, tudo bem, eu digo para mim mesma quando me encontro cavalgando pela floresta atrás de Susana em busca de Aslam. Você não vai ganhar uma fratura exposta. E se ganhar, Susana pode chamar Caspian e então vou ter uma história muito legal sobre como cai de uma égua certa vez.

Claro que isso também não me acalmou, então eu continuei agarrada ao pescoço de Lillyane de olhos fechados.

— Elle? Elle! — ouço Lúcia chamar e então me sento de novo, ainda de olhos fechados, apavorada. — Está tudo bem, ruiva.

Sinto a Pevensie me apertar ainda mais e sorrio levemente, grata pelo apelido e pela força que ela me passa. Aperto sua mão ao redor da minha barriga e abro os olhos, segurando a crina de Lilly e mantendo os olhos em Susana, garantindo que não sairemos da rota e que nenhum telmarino está nos seguindo.

Então eu finalmente vejo - pra minha infelicidade - vários telmarinos nos seguindo pelo terreno alto de um pequeno barranco na floresta.

— Susana! Oito horas! — eu grito para a garota, que olha na direção e então começa a desacelerar.

— Siga sempre em frente! — ela grita para mim e assinto, olhando para a frente novamente.

— Boa sorte! — eu desejo e ouço ela gritar: "Não preciso!", acabo por sorrir. Ela está certa, não precisa: ela tem habilidade.

— O que? Por quê? — Lúcia me pergunta confusa, e olho para ela por cima do ombro, que olha para trás em busca de sua irmã.

— No final, nossa jornada deve ser feita apenas por nós duas. — eu respondo e viro novamente para frente.

Nós corremos por mais alguns metros e então ouço Lúcia dizer:

— Elle, a trompa...

— Não iremos precisar dela. — eu respondo pra ela, tentando passar confiança. Que Caspian esteja errado e que eu não caia da Lilly, por favor.

— Tem certeza? — a rainha pergunta e eu franzo a testa. Não é do feitio dela.

Então olho para trás e vejo um último soldado vindo até nós.

— Oh não. — eu gemo, sentindo minha boca secar. Penso em pedir para Lúcia sair de cima de Lilly para eu despistar o homem, mas ela se machucaria demais, então digo: — Se segure na Lilly e tome cuidado.

Respiro fundo tomando coragem, vendo o homem alguns metros atrás de nós, e ouço Lilly dizer:

— Senhorita Elle, o que vai fazer? Não deveríamos correr?

— Se fosse mais de um, sim. Mas não pretendo fugir de apenas um, tendo risco de ele nos seguir. — eu respondo ela, mas a égua não tem tempo de argumentar comigo, pois eu rapidamente coloco minha perna direita junto da perna esquerda e pulo dela, caindo de forma dura no chão. Felizmente recebi rasteiras o suficiente de Patnes pra me acostumar com a dor e me levantar com a espada na mão, então faço isso.

Predestinada • Crônicas de NárniaOnde histórias criam vida. Descubra agora