Eu mal percebi quando dormi, coisa que eu estava querendo evitar, e acordei-me com Lúcia me chamando.
A fogueira havia se apagado e o sol tinha nascido. O canto dos pássaros me trouxe uma sensação de nostalgia.
— O que houve? — pergunto para a ruiva.
— Como acordou tão rápido? Eu tentei acordar Susana e não deu certo. — Lúcia franziu a testa.
— Tenho um bebê em casa, ruivinha. — eu sorrio para ela e nós nos levantamos. — Ainda não me disse o que houve.
— Vem comigo. — ela pede e segura minha mão, então começamos a andar pela floresta. — Eu sonhei com Aslam! As árvores me guiaram até ele. — Lúcia conta-me e então para perto de uma árvore, encostando a mão nela. — Acorda.
O tom de voz dela foi sofrido e eu senti compaixão pela garota. Há um ano, ela veio para um mundo encantado e viveu anos e anos aqui, mas então ela volta para seu mundo, onde o tempo não passou nem um segundo. Agora ela retorna à esse mundo, seus antigos amigos estão mortos e Nárnia não tem o mesmo brilho de antes. Ela deve sentir uma dor imensa, pois, além disso, ela veio com a certeza que voltará logo, e deverá aprender a viver no seu mundo de origem. Deve ser extremamente confuso e torturante para ela.
Então sorrio com empatia e acaricio seu cabelo, ao falar:
— Não se preocupe, elas vão acordar em breve. Aslam irá aparecer e tudo vai ficar bem.
Pelo menos eu espero, completo mentalmente. Decido não deixar transparecer meu lado pessimista.
— Como sabia onde estávamos quando chegamos aqui? — ela desvia do assunto e me olha profundamente.
Hora da verdade. Solto um longo suspiro e conto:
— Eu vi o futuro. Quando desmaiei, estava tendo uma visão.
Lúcia me olha, pisca duas vezes e pergunta:
— Sabe de tudo que acontecerá?
— Aparentemente, sim. — eu encolho os ombros ao responder, não estando certa sobre os futuros acontecimentos.
— Eu entendo. — ela assente. — Vai ficar tudo bem.
A garota sorri para mim e eu retribuo, me sentindo grata por tê-la como amiga.
— Vamos indo. — eu aponto com a cabeça para o caminho e sussurro: — Vamos encontrar Caspian e os narnianos.
Lúcia sorri alegremente e seguimos caminho, o mesmo da minha visão. Por isso, nem fico surpresa quando Pedro aparece e puxa Lúcia para trás de um arbusto, fazendo o mesmo comigo. Nem mesmo quando um dos minotauros aparece, mesmo que, agora na realidade, ele pareça mais assustador.
O Pevensie mais velho pede silêncio, levando o indicador aos lábios, e pega sua espada, indo em direção ao minotauro.
Como o esperado, Caspian aparece e defende o minotauro, atacando Pedro. A luta foi bem breve, pra ser honesta. Meio minuto chocando espadas, Caspian perde a espada e quase perde a cabeça, Pedro acaba fincando sua espada na árvore ao tentar decapitar o telmarino, Caspian tentou tirar a espada da árvore e Pedro quase desmaiou ele com uma pedra. Quase, pois Lúcia gritou para pararem.
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Predestinada • Crônicas de Nárnia
Fanfic[segunda temporada da saga Fortuna] Agora Elle está vivendo sua visão (ela tem quase certeza disso) e não sabe como agir. Está com vergonha de Edmundo, medo por Nárnia e quer jogar Pedro em um rio, de tão chato que ele está sendo (ouvi-lo reclamar u...