Capítulo XVII - Lúcia e Pedro ao resgate

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A única reação de Lúcia ao ver o rasgo em minha manga é abrir a boca em choque e, em seguida, escancará-la ao ver o rasgo nas minhas costas

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A única reação de Lúcia ao ver o rasgo em minha manga é abrir a boca em choque e, em seguida, escancará-la ao ver o rasgo nas minhas costas. Nunca senti tanta vontade de estrangular Caspian em toda minha vida.

— Você estava andando na floresta? — a ruiva me pergunta, analisando o vestido.

— Não. — eu respondo, e ela me olha.

— Alguém te atacou? — ela pergunta, franzindo a testa.

— De certa forma... — eu respondo, segurando o sorriso, e ela me olha estranho.

— O que você estava fazendo? — a rainha ergue uma sobrancelha.

— O ponto não é esse! — eu levanto o dedo, em protesto. — O que importa é: o que faremos?

— Não dá tempo de você se trocar, e não dá para ficar com o casaco do Caspian. — ela divaga e então sorri. — Já sei!

A ruiva, então, simplesmente arranca o resto da manga. Repito: arranca o resto da manga.

— Lúcia! — eu protesto vendo que agora o vestido parece de manga curta, com alguns fios soltos. — Uou, genial, ruivinha!

Dessa forma, enquanto eu escondia os fios soltos de um lado, Lúcia arranca a outra manga e faz o mesmo que eu com os fios. 

— Ok, agora a parte difícil. — Lúcia diz ficando atrás de mim. Solto um murmúrio ao ouvir o som do tecido rasgando e o puxão que a ruiva dá no vestido, tirando o tule. — Não se importa de ficar com as costas nuas, se importa?

— Na verdade, me importo um pouco, mas se eu pedir, o Pedro dá o colete dele pra mim. — eu respondo, colocando as mãos na cintura enquanto ela puxa o tecido.

— Bem, ficará melhor que o casaco de Caspian, já que Pedro é mais baixo, mas acho que o de Edmundo ficaria melhor, ele é mais magro que Pedro. — ela comenta e para ao meu lado, observando o vestido. A rainha dá os tecidos para uma ama que passa, e pede para que ela se desfaça deles. — Nem parece que estava todo esburacado antes!

— Ei! — eu protesto, recebendo um olhar da ruiva, que me faz suspirar e assentir. — Ok, não está errada. E, sobre o colete, acho melhor pegar o de Pedro.

— Concordo. — Lúcia diz, após trocarmos um olhar significativo. — Falou com Edmundo sobre aquilo?

— Não, acho que se ele não veio falar comigo, quer dizer que não está preparado. — eu digo e ela assente.

Seguimos caminho para o outro pátio, um maior e basicamente o principal, que nos levará até os estábulos, de onde poderemos ir para a aldeia, onde o anúncio será feito. Honestamente, esse castelo é enorme de grande, me surpreende que eu não tenha me perdido ainda. Ok, eu me perdi, mas foi só uma vez!

— O que estava falando com Aslam? — Lúcia pergunta, enquanto viramos mais um corredor.

— Sobre minha volta para o nosso mundo. — eu respondo, abraçando-a pelos ombros.

— Mas e Caspian? — ela pergunta, olhando-me.

— Minha família precisa de mim, ruivinha. Não os deixarei. — eu respondo, olhando pra ela.

— Vocês dois conversaram sobre? — a rainha pergunta e eu assinto.

— É algo importante, nós precisamos. — eu digo e é a vez dela assentir, então abraço ela e a ruiva aperta seus braços ao redor da minha cintura. — Senti falta das nossas conversas.

— Eu também. — ela admite e nos separamos com sorrisos nos rostos. — Sinto que posso perguntar tudo pra você.

— E realmente pode, ruiva. — eu confirmo, tirando um sorriso largo da mais nova.

Quando chegamos aos estábulos, todos já estão lá, preparando-se para montarem. Então eu e Lúcia rapidamente nos aproximamos de dois cavalos preparados para nós, e montamos. Imediatamente me lembro de Lilly, a qual me despedi há alguns dias, já que ela decidiu ir morar na floresta com outros narnianos.

Quando chegamos à aldeia, vemos as dezenas, talvez centenas, de telmarinos reunidos. Então nos posicionamos no palco - eu não sei nomear isso, só sei que é meio metro mais alto que o chão - em frente à uma árvore, a única coisa que nos separa de um penhasco gigantesco. Quem raios constrói uma aldeia perto de um penhasco?!

Caspian, ao ver que todos estamos nos lugares, inicia seu discurso:

— Nárnia pertence aos narnianos, assim como aos homens. Qualquer telmarino que quiser ficar e viver em paz é bem-vindo. Mas aquele que desejar, Aslam o levará para o lar de nossos antepassados.

O telmarino e Aslam estão à frente, enquanto eu e os Pevensie estamos mais atrás e afastados.

— Pedro! — eu sussurro e o loiro me olha indagador. — Me dá seu colete.

— Por quê? — ele pergunta, erguendo uma sobrancelha.

— Porque meu vestido rasgou! — eu respondo, mostrando-lhe minhas costas.

— Onde foi que você andou? — ele resmunga, tirando o colete.

— Não interessa! Presta atenção no discurso! — eu desvio da pergunta, colocando o colete. Então uso a educação que recebi: — Obrigada, aliás.

O Pevensie acena com a cabeça pra mim e voltamos a prestar atenção no discurso. Dessa vez, quem fala é Aslam, explicando que os telmarinos serão enviados para nosso mundo, em uma ilha, de onde seus antepassados conseguiram vir pra cá.

— É um bom lugar pra quem quer recomeçar. — o Leão diz e vejo os telmarinos se entreolharem.

Aproximo-me de Caspian, ficando ao seu lado, e observo a reação telmarina.

— Eu vou! — o general Glozelle diz, do meio do povo. — Eu aceito a oferta.

Fico meio surpresa e troco um olhar com Caspian, que parece tão surpreso quanto eu, então dou de ombros como se dissesse que me parece verdadeiro, e o moreno assente, concordando comigo.

Glozelle se aproxima e troca um aceno de cabeça com Caspian.

— E nós também. — a ex-rainha de Telmar diz, com seu bebê no colo, ao lado de um homem mais velho, talvez seu irmão. Sorrio gentilmente pra ela, que retribui. Compreendo sua necessidade de ir para um lugar em que seu falecido marido não é conhecido, e onde seu filho poderá crescer em paz.

— Por terem sido os primeiros a decidir, vocês serão felizes nesse outro mundo. — Aslam diz e sopra no rosto dos três, que já estão reunidos à nossa frente. Então se vira para a árvore, que se retorce e abre uma passagem, onde uma pessoa adulta pode atravessar sem muito esforço. Ok, isso foi impressionante.

Bem, mais impressionante ainda foi quando Glozelle, a mulher, seu bebê e o outro homem desapareceram ao passarem por dentro da árvore. Exclamações são ouvidas e eu só consigo ficar de boca aberta. Como é que eu ainda me impressiono?!

°°°°°

Espero que tenham gostado.

Gente, eu tô postando pelo pc agora, então se os travessões tiverem virado hifens eu não vou ver. Me avisem, por favor :)

O último capítulo já foi escrito e a próxima temporada já tem 6 capítulos completinhos, com o sétimo já na metade. Estão ouvindo meus gritos?

Até a próxima.

10/07/2020.

Predestinada • Crônicas de NárniaOnde histórias criam vida. Descubra agora