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Agosto, dia 25 de 2017

Any Gabrielly

— Belinha! – Gritei. Minha irmã acabara de acertar bem na minha cara a bexiga com tinta azul.

 Corri atrás para atirar outra bexiga também. Antes pude sentir, ser acertada por trás e cai na grama pela pressão.

Olho para trás e encontro Bailey. Meu amigo. Está gargalhando, trata-se de um complô!

— Não é justo! – Bato a mão na grama com raiva e levanto desengonçadamente.

– Isso é trapaça. – Atiro uma bexiga em Bailey, não o atingi, porém a bexiga estouro perto o suficiente para respingar tinta na sua roupa.

— A união faz a força. – Grita Belinha me pegando distraída e jogando outra bexiga que atinge meu cabelo.

- Isso é um jogo individual. – Grito cheia de ira. O espírito competitivo a mil.

— Any está pedindo arrego Belinha. - Bailey tenta jogar outra bexiga, mas dessa eu desvio.

— De jeito nenhum, eu sou a melhor, até mesmo em desvantagem. – Pego uma bexiga e ataco com uma mira perfeita na cara de Bailey. – Segura essa May! – Virei acertando Belinha, a deixando emburrada.

A brincadeira durou bastante. Sempre fazemos isso no fim das férias de verão, enchemos 300 bexigas de tinta e jogamos o nosso próprio paintball improvisado. Esse ano, perdi de maneira humilhante, sou de longe a mais suja, com certeza tenho tinta em buracos que não quero imaginar. Bailey e Belinha em um banho estariam limpos, agora sinto que preciso tomar mais de três banhos para livrar de toda tinta.

No fim da tarde, no topo da colina, decidimos não voltar para casa tão cedo, ou seja, ainda estamos sujos de tinta. Quando voltássemos para casa, minha vó surtaria como sempre, mas neste momento não importa.

Embaixo da árvore Belinha dorme com a cabeça sobre minhas coxas e acaricio seus cabelos. Sem clima constrangedor, na companhia de Bailey, assistimos silenciosamente o pôr do sol.

— Sabe Bailey queria que fosse no meu aniversário esse ano. – Comentei. O sol já se pôs, dando início a noite.

— Sou garoto de cidade pequena, nem saberia pegar o trem para chegar na sua casa. – Riu como se eu tivesse contado uma piada.

— Para. – Dei um beliscão em sua barriga. – Falo sério Bailey. Eu te busco no aeroporto, quero que seja meu amigo para a vida, não só meu amigo de férias de verão... E você sabe o quanto o meu aniversário é uma data importante para mim. – Insisto repousando a cabeça na árvore, o encarando. Bailey faz uma careta.

— Eu não me imagino num avião, acho que entraria em pânico. 

 Bailey é um jovem de 17 anos, alto com um físico musculoso e definido, é cômico ver um "monstrão" com medo de avião.

— Bailey! Você não está nem tentando, porque ainda sou sua amiga? – Reclamo e o critico.

— Por que a cidade é pequena e eu sou o único que conhece na vizinhança? Ou talvez seja porque quando você precisa ir no centro para usar a internet, eu sou o capacho que te leva de carro, porque você caprichosamente está adiando seu teste de habilitação. – Acusa com ironia.

— Você é insuportável, ainda bem que sabe que sou sua amiga porque só conheço você da vizinhança. – Implico. – É sério mesmo que não vai nem considerar ir no meu aniversário? – Insisto fazendo bico.

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