Claquete 6: Me enganei

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Preciso agradecer aquele babaca por ser pelo menos um babaca gentil. Eu não podia deixar aquele gesto passar batido. O problema é: seu ego vai ficar ainda mais inflado.

- Chegaaaamos.- Grita Joana e Veronica em um coro harmônico

Coloco o resto de sanduiche na boca, preciso admitir que ele é bom com as mãos. Quer dizer, para preparar um pão com mussarela . Vou andando o mais rápido possível, pois andar com essa coisa no pé não é muito habilidoso, parando na bancada , onde há poucos minutos Tomás estava. Quase posso sentir aquele perfume delicioso no ar.

"Tira isso da sua cabeça Diana Moreno"

- Onde vocês foram? - pergunto como quem não quer nada.

- Menina, fomos em uma boate aqui perto. Você definitivamente precisa ir. Tem os mineiros mais gatos do pedaço... Acho que vai ser bom para você começar a conhecer nossas especialidades - Joana diz soltando um gritinho abafado. No entanto, ela diz aquilo mais para ela do que para mim. Há uma inquietação no seu jeito e...ela está com os olhos marejados?

Joana escorrega pelo sofá, sentando no chão e Val senta ao seu lado, tentando ampara-la.

- Que foi Jo? -agacho em seu frente, passando a mão pelo seu ombro. Joana toma folego, fazendo um esforço enorme para não chorar.

-Hoje eu vi um garoto por quem eu sou louca - ela oscila - fui louca. Eu gostava demais dele e ele sempre foi bem claro que não queria nada comigo, porém aqueles olhos azuis tem um jeito de te encarar que ilude as pessoas muito fácil. Enfim, ele parou de atender minhas ligações, não conversa mais comigo e estava jogando charme para outra na boate como fez comigo. Só fiquei decepcionada, entende? Comigo mesma, por ter fantasiado coisas com o crápula. - nesse momento ela tenta disfarçar sorrindo, mas cai no choro e tento consola-la. É meio complicado pois ela está chorando para valer. Valeria joga um olhar para mim que diz que isso é normal e daqui a pouco passa.

Porém, não tenho tanta certeza assim ao ver Joana chorando sem parar na minha frente.

Veronica limpa suas lágrimas com as costas das mãos.

- Você foi boba? Sim. Você foi. Mas todo mundo já foi ou ainda é. E minha cara, quem não passou por isso é fato que vai passar a - ela pega seu queixo fino e o levanta de forma com que as duas ficam cara a cara - Ele mora longe Joanita. Não ia ter como manter relacionamento a distância com um cara imaturo mesmo.

- Pera ai!! O tal garoto não é daqui e você está nessa sofrência toda por um garoto que você se quer via direito?- sei que fui insensível, mas não pude conter o meu espanto.

Joana se desvencilha do toque de Valeria, e crava seus olhos nos meus, como se eu acabasse de insulta-la.

- Ele é de São Paulo, talvez você até conheça- ela diz casualmente, mas permanece com aquele olhar de ofensa- Só para seu entendimento, a gente conversava bastante, viu? - Joana diz como se aquilo mudasse todo o sentido da historia.

Mas não mudou.

Horas depois das lamúrias, Veronica e eu colocamos ela para dormir em um dos quarto da casa, que tem apenas uma cama, que por sinal não é diferente no qual estou hospedada. A garota estava podre de bêbada.

Dou uma checada nas horas: 1hora. Ainda da tempo. Espero que Tomás não durma cedo. Pelo menos eu torço para que a ausência de olheiras no seu belo rosto, não se deva ao fato dele dormir junto com as galinhas.

Eu podia deixar para bater na casa de Tomás amanhã, porém estou ansiosa demais. Não vou conseguir dormir nesse momento mesmo , então porque não, ne?

Calço minhas pantufas e adentro o corredor. Seu apartamento está a poucos metros do meu, então não tenho que andar muito. Bato na porta. Minhas mãos ficaram húmidas de repente. Deve ser apenas esse calor. Claro que é. Tudo bem que ele é um sedutor, mas é só isso.

A porta é aberta ferozmente e posso apreciar tal visão. Seu cabelo está desajeitado, dando impressão de que ele estava deitado. Seus olhos estão entre abertos, se ajustando a claridade do corredor, pois pelo que consigo ver, dentro de seu covil não uma brecha de luz se quer. Seu abdômen está amostra. E o short está colado em seu corpo, deixando suas pernas grossas avista.

Senhor, Tomás é o sonho de qualquer garota.

Após esse breve delírio o tempo parece descongelar e nota a decepção em seu olhar.

- Ah é você - ele diz com desdém - o que quer? - cruza os braços e diz um tanto quanto impaciente.

-E-Eu quero agradecer pelo lanche mais cedo e bem... Por todo seu esforço. Também gostaria de me des...- digo com um pouco de dificuldade, mas sou cortada pela imagem que é formada ao fundo de Tomás. Uma silhueta, aparentemente de mulher, pois pela sombra da para ver que os cabelos é grande e tem um glúteo...bem avantajado.

Pelo meu raso conhecimento e informação, pelo visto cheguei em uma hora inapropriada. Excelente!

-Desculpa, eu não queria atrapalhar - forço tranquilidade ao endireitar-me minha cabeça rumo a mulher atrás dele cujo rosto não é possível identificar. No entanto, minha tentativa de não parecer irritada com a situação é falha.

Para evitar mais possíveis constrangimentos, viro-me na posição oposta de bruno, pisando duro em direção ao apartamento com as portas enfeitadas por bandeirolas.

Subitamente, sinto mãos forte se fecharem em meus braços finos,girando-me bruscamente. Nesse momento, dou de cara com o peitoral de Tomás, é difícil tirar os olhos do seu gominho, mas sou forçada a erguer minha cabeça para pode-lo ver. O fato dele ser quase trinta centímetros maior que eu não ajuda nem um pouco. Em contrapartida, Tomás se inclina em direção ao meu ouvido.

- Você é muito agradável, Diana! - ele então se ajeita mas ainda está perto o suficiente para que eu sinta seu perfume - Não é bem isso que você está pensando. Eu só precisava tirar da minha mente a ideia de poder ter te magoado - sua voz sai rouca e com um tom pesado.

Jesus Cristo, isso é tão atraente.

- Não precisa dar explicações para mim, Tomás Sartori - minha voz sai tão baixo que é quase um sussurro. Eu queria ter mostrado mais convencimento, no entanto o tom de sua fala e a sua proximidade me desconcentra.

Ele me olha confuso, fica em posição ereta de novo, dando me espaço o suficiente para poder andar, meio tropeçando, rumo a minha casa, antes que eu dê mais abertura para ele pensar que estou tendo uma queda por ele.

Talvez não seja totalmente mentira, mas ele não precisa de saber disso.

Assim que chego em casa, fecho a porta e sento ali mesmo, no chão, apoiada na porta. Preciso dar um rumo na minha vida. Eu preciso de acabar com essa carência que existe aqui dentro. Tanto tempo com o mesmo cara, o mesmo beijo, faz com que a gente se esqueça como é a emoção de um flerte. De se sentir desejada de novo. Isso faz com que a gente fique vulnerável a um corpo bonito e um olhar intenso. Pensando bem... Não faz mal paquerar o Tomás.

É sobre isso que estou pensando quando ouço o celular de Joana tocar em cima do sofá. Em seguida várias notificações começa a chegar. Juro que resisti ao máximo não olhar. Porém, meu instinto curiosa fala mais alto que qualquer pensamento racional.

Vou me arrastando pelo chão de madeira ate o sofá largo. Pego o celular de Joana, mas quase deixo cair quando vejo a foto com nome e um emoji de coração ao lado. Era Bruno. O meu Bruno. Ali. Na tela do celular de Joana.

Como pode?

Bruninho:Precisamos conversar.

Bruninho:Não se faz de difícil.

Bruninho:Anda. Me atende gatinha.

Essas são só algumas mensagens que consigo ler. É demais para minha cabeça. O que exatamente esta acontecendo aqui?

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REVIRAVOLTAS ESTÃO POR VIM!!
NÃO ESQUECEM DE DEIXAR ESTRELINHAS E CONTINUAREM ACOMPANHANDO !




Identidade Paralela||ConcluídaOnde histórias criam vida. Descubra agora