Claquete 7:Amigas ou meras inimigas?

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São 5 horas da manhã, ainda está escuro lá fora e já está fazendo um calor infernal. Minha cabeça está doendo, não sei se é por causa do calor ou o fato de que não preguei o olho essa noite e o pior é que não foi só por eu ter dormindo o dia anterior quase todo, mas tentando juntas as peças do quebra cabeça.

Como o Bruno conhece a Joana? Tudo bem que ele passava as férias dele aqui, mas...Meu Deus!! Seria coincidência demais. E seria ele ó cara da festa? O cara que Joana diz ter se apaixonada.

"Aqueles olhos azuis tem um jeito de te encarar que ilude as pessoas muito fácil"

Bruno também tem olhos azuis. Bruno também tem um olhar penetrante e ilusório. Chega. Não quero mais pensar nisso, preciso agir. No entanto, ninguém age de barriga vazia e a minha já deu o sinal que está na hora de comer.

Levanto-me, com cuidado para não despertar Valeria que dorme tranquilamente ao meu lado. Procuro minhas pantufas, mas não consigo achar, então decido ir a pé mesmo.

Preparo minha banana assada e... Senhor!!! Como faz barulho o micro-ondas quando não se pode fazer barulho. Jogo um pano de prato em cima do objeto que esquenta comida, na tentativa de abafar seu som. Fracasso, obvio.

- Cala a boquinha amigo! Shh - tento conversar com o micro-ondas para ver se ele ouve minhas lamurias e com um passe de magica faça silencio.

- Qual é novata? Mijou nas na cama? Vai acordar a vizinhança toda desse jeito.

Assusto-me com a voz de Valeria de repente atrás de mim. Ela chegou do mesmo modo em que eu tentei levantar, sem fazer nenhum barulho, mas no meu caso não deu muito certo.

- Não seja exagerada - balanço minha cabeça como sinal de reprovação. Ao virar-me para visualiza-la, deparo-me com Valeria, de pijama e ainda assim linda. - Você não consegue ficar feia nem com a cara inchada? - franzo a testa.

Ela da de ombros e abre um sorriso convencido.

- Não, é meio impossível mesmo. - ela fez soar aquilo como um ar de confiança. Eu gosto de confiança, gostaria de ter essa qualidade, mas tudo que sei é fingir que possuo.

Ela abre a geladeira, pega um copo de vidro em cima da mesa, enche-o com leite gelado e se sente na mesa. Eu apenas a encaro. É então que surgi uma lâmpada na minha cabeça, certamente nos filmes eles a ilustraria.

- Valeri...

-Amor, Valeria não, Val. Mais praticidade por favor!- a voz dela me corta.

-Está bem, Val. Aqui, você já ouviu sobre um tal Bruno de São Paulo?

Ela faz uma careta, como se preferisse não ter que lembrar de quem se trata.

- Infelizmente conheço, ele é um babaca. O babaca que fazia minha amiga de otária, na verdade não só ela mas um bando de meninas por ai. O pior é que ele tinha uma namorada!! Da pra acreditar?? Eu descobri e isso depois de um tempão. Namorada sonsa também put** que pariu - Valeria cospe tudo de uma vez, enquanto bebe de seu leite.

Aquelas palavras é como um soco na boca do meu estômago. Deus, eu fui sonsa mesmo. Eu não acredito que vivi parte da minha vida com uma pessoa que me traía. Poxa, eu acreditei nele.

" Agora não é hora de vitimismo, Diana"

- E ela é terrível também, acho que é aqueles casais da ficção, os quais nenhum dos dois prestam e no fim, eles se merecem. - Val dá de ombros. Mas um ponto de interrogação surge em minha mente.

- Que coisa pior?- digo casualmente, para ela não perceber que estou interessada no assunto. Quando na verdade só dá isso em meu pensamento.

- Bom dia gente, são nem 6 horas e todas nós estamos acordadas em pleno domingo. Viva! - Joana surge, com uma expressão radiante, muito diferente da noite anterior, mesmo assim, é possível ver seus olhos inchados de tanto chorar.

Identidade Paralela||ConcluídaOnde histórias criam vida. Descubra agora