Claquete 8:um tour pela cidade

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Essa cidade é incrivelmente linda, não como São Paulo, isso não, ela é linda com ... Belo Horizonte. Com particularidades, belezas exclusiva dela . Eu não sei se toda essa magia vêm da sensação de mudança que percorre meu corpo, a sensação de liberdade ou se é intensificada pelos meus guias turísticos inusitados.

- Olha o Leão - Tomás me cutuca - Vish, ele tem cara de poucos amigos, assim como você Diana. – um meio sorriso é formado no canto de sua boca.

A boca dele é bonita.

"Nada de boca, Diana. Repara no animais, foca neles, não em Tomás" A consciência é uma coisa não muito legal que colocaram em nós.

- Nossa Tomás, estou impressionada com seu senso de humor, realmente você está um verdadeiro mico Leão dourado hoje! - Fecho a cara pra ele, fingindo estar brava, mas é verdade que eu gosto de suas brincadeiras, significa que ele repara em mim, que deseja puxar assunto.

Regra numero 1: Nada de assunto com um homem que te olha como quer te beijar. Porque uma hora você pode não resistir.

As meninas estão mais a frente, de braços entrelaçados, vendo os filhotes de onça. Seria mais conveniente se ela estivesse perto de nós, porém, não faço questão de acompanha-las. Talvez a companhia de Tomás não seja de todo ruim.

- Na verdade princesinha, eu estou mais pra cachorro mesmo. E olha que nem é trocadilho. - eu apenas viro os olhos. Que tipo de pessoa faz esse comentário? - Não, é sério! Olha, eu seria o pastor alemão. - Que rumo essa conversa tomou?

Ele se vira para onde estão os leões, há uma parede de vidro que nos separa dos felinos. Tomás os encara, com o braço cruzado em frente ao seu peito

- Eles são casca grossa, tentam manter o controle de tudo. Passam uma sensação de segurança a todos, porém ,na realidade, eles são todos carentes e no final das contas só querem receber trocas sinceras de afeto.- Seu corpo está aqui ( e que corpo diga-se de passagem), mas seu olhar está longe, em um outro plano. Em um outro momento. Como se ele estivesse preso em uma lembrança.

De repente, ele inclina sua cabeça para o lado, fazendo com que nossos olhares se encontrem

- E você? Qual animal você seria? – sua pergunta é casual, e agora não há nenhuma sombra de brincadeira em seu rosto.

- Para de falar besteira garoto e vamos até as meninas, antes que percamos elas de vista. - dou de ombros, correndo em direção das garotas, deixando-o ali, sozinho e sem resposta.

A verdade é que eu não respondi Tomás, por não saber a resposta daquela pergunta. E eu não gosto de não ter resposta pra tudo, além do mais me deixou completamente desnorteada. Não gosto dessas reflexões, me dão a impressão de que não sei sobre mim mesma. Além disso, me deixou desconfortável aquela situação, ele dando pistas sobre o passado dele, sendo que acabamos de nos conhecer a pouco tempo. Porém, fiquei curiosa para saber mais sobre ele.

Finalmente, o passeio do zoológico teve fim. Amei cada detalhe, mas fui tantas vezes ao zoológico que não foi uma novidade, exceto pelas pessoas ao meu lado. Dessa vez não tinha Bruno ao meu lado, nem Priscila. Um aperto vem no meu peito. Trato de espantar aquele pensamento nostálgico, tenho que me concentrar no presente.

Aliás, falando em presente, que sensação estranha de estar constantemente sendo vigiada.

- Próxima parada: A cinco passos de você. – Joana e Val grita em um único som, me trazendo para a realidade.

Volto-me para Tomás, que está mais calado que o normal, encolhido em sua bolha invisível. Ele permanece quieto do meu lado no banco de trás do carro de Val.

Identidade Paralela||ConcluídaOnde histórias criam vida. Descubra agora