Claquete 14:Chave de ouro

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- Você é uma estúpida . Realmente é um casal perfeito. - Val grita da portaria do prédio, antes de levar Joana para dentro. Tomás, subiu antes delas.

Eu o magoei.

Eu os magoei.

Tento organizar meus pensamentos, sentando-me no meio fio e Bruno faz o mesmo ao meu lado.

Quero empurra-lo, gritar, bater em sua cara, mas não faço nada.

- Com todos esses problemas eu esqueci disso. - afasto meu rosto dos meus joelhos e o encaro. - Vai começar a me explicar ou quer que eu chame elas até aqui? - o tom da minha voz soa frio, sem brecha para nenhuma insegurança.

Vai Diana, mostra sue se sua vida fosse uma novela, você séria a mocinha brava e segura de si.

Ele não esperava passar por essa situação, é nítido isso. Bruno não para de estalar os dedos e seus olhos buscam achar a melhor maneira de começar.

- Olha, não é nada disso que você está pensando...

Oi?? Levanto-me de forma brusca, fazendo com que eu ficasse um pouco tonta, tendo que apoiar na grade do prédio.

- Caraca Bruno. Um monte de coisa para você falar e você escolhe falar a frase mais clichê, batida, da face da terra? Me poupe meu caro.- dou uma risada irônica.

Nesse momento minha voz já está alterada. E o garoto tenta segurar meus pulsos, o que resulta em um belo empurrão, fazendo com que ele desequilibre.

- Explicação Bruno. Só isso que eu quero.- apoio as mãos na minha cintura.

Depois de horas, na verdade não deve ter demorado nem 3 segundos, mas naquela ocasião pareceu uma eternidade, ele solta um suspiro e abre a bendita boca.

- Diana, eu vinha passar férias em BH na casa de uns parentes meus aqui, você lembra? - afirmo positivamente com a cabeça - Então, encontrei essa menina, eu estava meio chapado e aconteceu. Eu te trai, mas juro que não foi nada para mim. -ele se descontrola, balançando a cabeça em negação. Avançando sobre mim.

Recuo ríspida.

- Não acredito - saio andando rumo ao prédio, sendo intragável continuar olhar para aquela expressão, mas ele é mais rápido e bloqueia minha passagem - Saí da minha frente seu babaca. - olho por cima de seu ombro, encara-lo agora parece ser difícil demais.

- Por favor Dina, me perdoa. Não precisa voltar para mim, eu respeito seu tempo. Faço tudo. Mas não fica brava comigo. Em memória de tudo que vivemos. - a um tom desesperado na sua voz.

Como ele pode dizer essas coisas? Memória? Memória a que?

- É piada, só pode. - mais ironia- Nossas memórias foram uma farsa, você jogou tudo fora quando resolveu ser infiel a mim.- bato o dedo em seu peito.

Ele é tão diferente de Tomás, é tão mais garoto...

- Diana, entenda: não foi nada. - é angustiante ver sua tentativa de redenção.

Não tenho paciência para redenção hoje.

- Você era comprometido, corre atrás da garota, ilude, alimento falsas expectativas nela, aproveita de tudo e todas as coisas dela, depois a humilha, joga fora e agora diz que não foi nada? Realmente, toda vez que uma mulher correr atrás daquilo que ela quer, ela vai ser taxada como psicopata, doida...Enfim, ela vai ser nada. Típico de homem inseguro. Não te reconheço mais.- nossos olhares se cruzam e quero que ele perceba o quanto estou brava.- Saía da minha frente - ele fica em silêncio e então abre espaço para que eu possa passar.

Identidade Paralela||ConcluídaOnde histórias criam vida. Descubra agora