Capítulo 19

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Silêncio

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Silêncio.

Tudo o que se ouvia era o barulho das folhas das árvores com o soprar do vento.

Assim que Zac terminou sua explosão, ele se calou e eu não consegui dizer mais nada. Quando ele percebeu o que havia falado, ficou pálido e olhou assustado para mim, como se tivesse ficado em choque com o que ele mesmo havia falado.

Exatamente como eu havia ficado.

— Você o quê? — Perguntei com a voz baixa e falha, o que dava a indicar que eu a tinha perdido com o choque.

— Nada. Esquece...

— Zac... o que está dizendo? Não adianta esconder, você já começou.

Ele me olhou com olhos tristes e desesperados, procurando uma solução para fugir do que havia dito. Até que vi uma lágrima descer pela bochecha dele.

— Me desculpa...

— Zac, não pode ser. Eu tinha oito anos, você dez. Não tem lógica.

— Você quer saber toda a história?

— Quero...

— Tudo bem. Mas antes, quero que fique claro que foi você quem insistiu, e que a partir de agora vai ter que tomar cuidado com tudo e todos.

— Tá legal, mas por quê isso tudo?

— Você vai entender. Outra coisa, é melhor você se sentar.

Okay... tudo aquilo era muito estranho. Me desviei da figura dele e sentei em uma pedra, tendo uma vista privilegiada de lá de cima. Ele se sentiu um pouco abaixo de mim..

— Okay. Comece.

Ele respirou fundo.

— Tudo bem. Bem, o meu pai, quando era vivo, sempre foi muito fã de histórias de fantasias, terror, monstros, essas coisas. Ele também era um tanto sonhador, gostava de acreditar em coisas que "pessoas normais" não acreditam. Não que ele não fosse normal, mas enfim. Foi então que ele começou com uma história de...

— De?

Ele me olhou e depois abaixou a cabeça.

— Lobisomens. — Ele voltou a me olhar para ver minha reação, só que eu não tinha uma. Só conseguia pensar que o pai dele era um louco sonhador, mas aí lembrei que a minha mãe também era fascinada nessas coisas. — Bem, ele começou a acreditar na existência dessas criaturas. Confesso que eu gostava bastante de ouvir as histórias dele, mas mesmo sendo criança, eu me preocupava. Ele já estava ficando maluco. Começou a acreditar sinceramente nisso e... Bom, não acabou bem.

— O quê aconteceu?

Suspirou.

— Na história dos lobisomens, eles dizem que ninguém pode saber da existência desses seres, nem ao menos cogitar, pra que não se espalhe. Quando uma pessoa descobre a existência deles... ela morre. — Me olhou novamente, como se escolhesse as palavras. — Foi o que aconteceu com o meu pai.

Coração De GeloOnde histórias criam vida. Descubra agora