Capítulo 22

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— Uhm

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— Uhm... — Gemi baixinho por sentir meu corpo pesado e dolorido, não conseguia abrir os olhos, minhas pálpebras não obedeciam aos comandos do meu cérebro. Seja lá onde eu estivesse, era um lugar bem desconfortável pra mim. Eu ouvia algumas vozes, mas pareciam estar bem distantes. Depois do que pareceram horas, mas eram apenas segundos, consegui abrir os meus olhos.

— Olha só... A bela adormecida acordou. — A imagem de um homem alto e forte surgiu à minha frente, porém eu não conseguia ver seu rosto, minha visão estava muito turva. — Finalmente, não aguentava mais esperar. — Sua voz ererama potente, grossa, grave... assustadora. Podia causar medo em qualquer um só de ouvi-la.

— Quem... Quem é você? — Já a minha voz... bom, estava irreconhecível, fraca e sussurrante.

Eu estava sentada numa cadeira com forro de coro, minhas mãos estavam presas para trás, não via o que era, mas pela textura e pelo jeito como machucava a pele do meu pulso, eram correntes grossas.

— É uma boa pergunta... Mas você pode esperar. Antes, vamos acordar você direito, dá pra ver que continua dormindo. — Foi então que meu corpo todo se arrepiou, pois duas pessoas, uma de cada lado, jogaram dois baldes d'água em cima de mim. Fechei os olhos e arfei, puxando meu ar fortemente e tossindo, quando abri os olhos, pude ver o homem que estava na minha frente. Ele vestia um sobretudo preto elegante, tinha cabelos loiros escuros bem penteados e olhos vermelhos... Droga. — Acho que agora consegue me ver melhor. Eu sou Lykaios... Kairos Lykaios. Sobrenome diferente, não? — Ele andou até uma mesa e se serviu de uma taça de vinho, enquanto falava e eu morria de medo. Então ele é o tal Kairos... — É grego, meus ancestrais vieram da Grécia. Sabe o que significa? — Ele me olhou e fez uma expressão de dúvida, o que me fez balançar a cabeça negativamente. — Significa lobo. O jus é perfeito, não acha?

— O que você quer? — Havia várias pessoas em volta, homens e mulheres, tinha até alguns... Lobos. Grandes. Bem grandes, aliás. Tyler também estava lá, me observando de braços cruzados.

— Digamos que uma certa jovenzinha procurou demais e achou o que não devia... Agora eu vou ter que dar um jeito nisso.

— O que quer dizer?

— Acho que você sabe. Pelo que eu soube, você é muito esperta. Sem falar que o idiota do Zac te disse toda a verdade.

Era por isso então que ele vivia me dizendo para ter cuidado.

Se eu tivesse o escutado... Se eu tivesse ficado na minha...

— Cadê o Zac?

— Não se preocupe com ele, provavelmente deve estar em casa, aproveitando a chuva enquanto dorme tranquilamente no quarto dele. Afinal, são duas da manhã. Se eu fosse você, me preocuparia mais com a sua situação, é pior que a dele ou que a de todo mundo aqui.

— Por quê? O quê vai fazer? Me matar? Vá em frente. — Eu sei, estava louca e brincando com o perigo, mas eu não tinha mais nada a perder. A única coisa que me preocupava era o meu pai, mas antes ele sentir minha falta do que correr perigo por minha causa.

Coração De GeloOnde histórias criam vida. Descubra agora