Drifting

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Hey, leitores! Como vocês estão?? Fiquei travada nesse capítulo e precisei escrever várias versões até chegar na que vocês vão ler hoje, então espero que gostem do resultado.

Estou muito feliz por ter destravado porque isso gerou novas ideias que estou animada para mostrar e agora, nessa parte da fic, finalmente estou começando a escrever partes que planejei há um bom tempo e que estou ansiosa para que leiam.

Muito obrigada por cada comentário e pela paciência que vocês têm para esperar uma nova atualização. A música do título é do Nathan Ball e já está na playlist da fic.

Boa leitura!

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Mitch acordou ao sentir uma movimentação na cama. Grogue de sono, devagar ergueu as pálpebras e sua primeira visão foi o rosto sonolento de Lydia, os olhos inchados, as bochechas marcadas pelo travesseiro. Ela abriu um sorriso escandaloso assim que o viu, sem nenhum pudor ao nocauteá-lo com uma beleza genuína, livre de qualquer maquiagem ou roupa, se exibindo em seu estado mais natural. Enquanto ele ainda a observava, desnorteado, a Martin se esticou até a cômoda, pegou o celular e soltou um grunhido de surpresa.

— Já são três da tarde, acredita? E o pior é que ainda estou com sono, você acabou comigo — ela murmurou rouca, a voz entoando bom humor.

A mulher largou o celular e fitou o rosto masculino, notando as bochechas rosadas, a barba mal feita e a íris castanha derretida em sentimentos escondidos. Abriu um novo sorriso, feliz ao descer os olhos pelo peitoral pálido, o abdômen reto e... o lençol impediu que espiasse a parte do corpo dele que mais a interessava naquele momento. Descontraída, levou a mão até os dedos calejados de Mitch e acariciou de maneira despreocupada, aproveitando a leveza do corpo e dos pensamentos.

Rapp soltou um suspiro desconfortável por não saber como lidar com o constrangimento que coloria a face. Ainda conseguia lembrar como anos antes sexo e o pós sexo nunca foram um problema, nem em casos de uma noite e muito menos dentro de um relacionamento, mas agora tudo era mais complicado. Não era capaz nem sequer de definir que relação tinha com a Martin e essa confusão em sua mente comprovava que Lydia, por si só, já o deixava desconsertado. E naquele dia, assim que abriu os olhos, se deu conta de um fato que foi esquecido durante a noite: foi a primeira vez que transou desde a morte de Katrina.

Os músculos de Mitch se tensionaram com o pensamento infeliz e ele se ergueu em um movimento relutante, sentando na cama para evitar a intensidade dos olhos verdes. Depois de anos tendo certeza de que nunca mais teria vida sexual ativa, de repente, com a chegada de Lydia, seu corpo voltou a funcionar de uma hora para outra, como se seus hormônios tivessem esquecido que ele passou tanto tempo acreditando que sexo não fazia mais parte da sua rotina. E quando aconteceu, após meses de tortura de uma tensão sexual latente, foi surpreendentemente fácil. Não teve medo ou relutância, não ficou preso em lembranças de Katrina, foi tudo muito instintivo, natural. A ruiva dominou seus pensamentos e sensações de tal forma que não teve dificuldades em ceder a excitação.

— Está tudo bem? — daquela vez a voz de Lydia soou mais clara, envolvendo as palavras em resquícios de apreensão.

O som do timbre feminino o alcançou junto com uma mão sobre suas costas. Respirando fundo, Mitch tomou coragem para virar a cabeça para trás por cima do ombro e obrigou os lábios a se inclinarem em um sorriso tranquilizador. A viu com os seios descobertos e a cabeça pendendo para a direita, os olhos verdes atentos e intrigados, o cabelo bagunçado cobrindo parte da face. Enquanto o homem ainda não encontrava palavras, os dedos em suas costas percorreram com delicadeza a pele sensível, o inundando com arrepios gélidos.

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