Higher Love

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Oi, leitores! Como vocês estão?!

Sim... isso não é uma miragem, é mais uma atualização rápida. Estou me esforçando para aproveitar a quarentena para escrever o máximo possível (e por enquanto até que estou me saindo bem, né?)

Eu tinha falado que esse capítulo estava pronto, mas depois que postei o capítulo da semana passada, eu fui corrigir esse e acabei mudando mais de três vezes... sério, vocês não ideia dos surtos que eu passei até chegar nessa versão. Então espero de coração que gostem do resultado, quero muito receber opiniões.

A música do título é do Alex Vargas.

Boa leitura!

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Lydia era uma mistura perfeita de delicadeza e selvageria, as mãos eram firmes nos ombros, nuca e rosto de Mitch, já a língua era obediente, cedendo, permitindo que fosse guiada da maneira como ele exigia. Os pés se esforçaram em ficar na meia ponta, a cabeça inclinada para trás para alcançar os lábios finos que a devoraram, o corpo esmagado entre o tronco rígido e a parede gelada. Os dentes de Rapp provavam seu maxilar, roubavam seu equilíbrio e a tornavam prisioneira dos braços fortes que a envolviam.

Mitch beijou os contornos do pescoço esguio, as mãos brincaram em se infiltrar por baixo da blusa, os dedos apertando a base da coluna de Lydia só para sentir a pele quente se arrepiar com o contato. Em silêncio, sua boca fez promessas indecentes contra os lábios grossos, fazendo-a estremecer, entregue aos seus apertos e toques banhados de imoralidade. O homem sentia o calor interno fazer sua superfície ferver, a ruiva era capaz de fazê-lo explodir de desejo sem nenhum esforço. A forma como era beijado era viciante, impulsionando desejos impuros que ele ansiava colocar em prática.

O erro de Mitch foi desgrudar-se do beijo na intenção de voltar a sua atenção ao pescoço feminino. A íris castanha escorregou de leve pelas feições da ruiva, encarando-a de olhos semicerrados e rosto rosado. Isso foi o suficiente para uma onda indesejada de sanidade e consciência o atingir bem no peito. As mãos hesitaram sobre as curvas da Martin, a força se esvaindo. Lydia abriu os olhos, uma reclamação subindo na garganta, a testa marcada de incômodo pela demora de uma nova atitude vinda de Rapp. Sem dar chances para que ele raciocinasse, ela agarrou o cabelo escuro e voltou a juntar as bocas com determinação.

O moreno não correspondeu com o mesmo vigor, a boca lenta demais, a língua recuando. Enquanto ela lutava para aprofundar o beijo, o organismo se agitando de saudades e necessidade, ele movia-se com alguma relutância, os lábios ameaçando a interromper o contato a todo momento. Lydia grunhiu de insatisfação, mas desistiu da luta, as mãos descendo até o peitoral coberto e o empurrando para trás em busca de respostas, o rosto transbordando de inquietude.

— Você me beija e agora quer parar?

Mesmo sendo o pior momento para aquilo, Mitch teve vontade de rir. Espremeu os lábios um no outro para controlar o impulso ao observar a mudança drástica do humor da Lydia. Há poucos minutos ela estava brava e focada em suas frustrações e agora, os olhos verdes demonstravam indignação por causa da interrupção do beijo e toda a postura corporal denunciava o desejo que ela sentia.

— Nós estamos dando um show para as câmeras — Rapp disse com leveza. Inclinou a cabeça em direção ao corredor para reafirmar as palavras e arriscou a tocar de leve no rosto feminino, o polegar pressionando-a no maxilar — e você está com raiva de mim, lembra?

Desorientada, Lydia negou com a cabeça. A tristeza e a ansiedade esmagadora que enfrentou nos últimos dias veio a seus pensamentos, deixando-a confusa. A raiva em relação a Mitch ainda estava lá, cravada em um canto de seu peito, mas perdia-se no meio de uma imensidão de outros sentimentos. Ele a beijava com tanta excitação e doçura que era difícil manter-se firme em suas revoltas e sentiu tantas saudades... de estar com ele, do beijo, das mãos sobre o seu corpo. O medo de perdê-lo para sempre a tornou muito consciente do quão pouco eles já tinham se entregado ao desejo. Entendeu pela primeira vez como eles desperdiçavam os preciosos momentos juntos, como se esquecessem que a morte os rondava todos os dias. Por isso, a Martin tirou da calça de moletom a chave da suíte e agarrou a mão de Rapp, puxando-o em direção a porta do quarto que estava a poucos passos de distância. Destrancou o cômodo com os dedos trêmulos de ansiedade.

Drop of waterOnde histórias criam vida. Descubra agora