Movement

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Hey, gente! Depois de reescrever algumas vezes, passar por trava e inúmeras indecisões, o capítulo finalmente está pronto e vim postar para vocês.
Espero que gostem e eu já estou super ansiosa para as férias porque sei que vou ter mais tempo para escrever (vocês merecem muitas atualizações de muitas fics).
Obrigada por me acompanharem e esperarem tanto tempo por conteúdo novo. A música é do Hozier e já está playlist da fic.
Boa leitura!

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As pernas de Lydia falharam de alívio quando a porta de madeira foi aberta. O estômago retorceu de ansiedade e lágrimas contidas encharcaram os olhos claros, fechou as mãos em punho e um suspiro tímido escapou da boca. Sentia o corpo gelado, mas um suor incômodo se formava na nuca e testa, melando a pele pálida. Não havia nenhuma cor nas bochechas ou nos lábios, estava fraca graças a expectativa e medo. Ao encarar o peitoral largo que se exibiu a sua frente no momento em que o pequeno apartamento foi revelado, a mulher desejou despencar sobre o corpo conhecido, exigindo abrigo dos braços fortes, no entanto, seus músculos paralisaram.

— Você está bem, Lydia? O que aconteceu? — A voz masculina soou quente e convidativa. O timbre familiar parecia implorar para que ela se desfizesse em prantos, confiando toda a dor a ele.

Devagar, Lydia negou com a cabeça, o cabelo ruivo suado cobrindo parte do rosto porque ela fixou os olhos no chão, sem encontrar a própria voz. Mãos grandes e calejadas se acomodaram sobre os ombros femininos, puxando-a para frente, para dentro do apartamento, apertando-a em um misto de firmeza e gentileza. A Martin cambaleou em silêncio, ainda com a cabeça abaixada e após poucos segundos, o toque a abandonou. A falta dos dedos longos em seu corpo fez com que uma vertigem a dominasse, por instantes terríveis o peso da gravidade pareceu sufocante, a sugando para baixo, sentia-se vazia e indefesa. Porém, antes que pudesse manifestar qualquer sentimento ruim, a pele quente voltou a estabelecer contato, dessa vez a segurando no rosto.

Uma mão grande acolheu o maxilar delicado, erguendo a cabeça de Lydia até que por fim, os olhos verdes encontraram os castanhos que transbordavam de preocupação. Transtornada, ela observou a pequena cicatriz no nariz do homem a sua frente, as pintinhas, as sobrancelhas grossas e os lábios finos espremidos um no outro em sinal de tensão. Cada detalhe e a delicadeza do toque fez com que fosse preenchida de certeza de que tomou a decisão certa ao ligar para Mitch assim que James saiu do bar. Na ligação, a ruiva só perguntou se podia ir até a casa dele, sem dar nenhuma explicação e para seu alívio, Rapp aceitou de imediato.

— O que foi, Lydia? Fale comigo, por favor — a súbita vulnerabilidade que ele demonstrou fez com que ela arfasse em rendição, permitindo que Mitch enxergasse toda a fragilidade que ela sentia.

— Fui para um bar e o James... — Lydia não conseguiu terminar a fala e a frustração fez com que se afastasse de Mitch, levando as mãos ao cabelo ruivo ao andar para trás, aflita ao reviver em pensamentos os acontecimentos das últimas horas.

— James?!

A incredulidade arrebatou as feições de Mitch enquanto chegava à conclusão de que o James que ela falava só podia ser o assassino que fugiu na missão que o próprio Rapp arruinou. Essa compreensão fez com que ondas de preocupação e culpa rasgassem seu peito, roubando o fôlego e sanidade. Aflito, deu um passo em direção a Lydia, sem suportar a distância que ela havia criado entre eles. Os olhos castanhos esquadrinharam o corpo feminino de cima a baixo, buscando qualquer lesão ou demonstração de dor.

— Você está machucada? Ele tocou em você?

— Não, e-ele só... — mais uma vez Lydia engasgou no meio da frase. Exasperada, soltou o ar pela boca e não se sentiu apta para sustentar o peso do próprio corpo. Olhou para os lados, mas Mitch foi rápido ao segurar seus braços e guiá-la até o sofá, como se tivesse sido capaz de ler os seus pensamentos.

Drop of waterOnde histórias criam vida. Descubra agora