Basic Instinct

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Olá, leitores! Sou tipo de autora que some e volta do nada rsrs

Desculpa pela demora, eu sei que sempre faço isso... tive diversos motivos que me atrapalharam de atualizar, mas aqui estou!

Faz um tempinho que terminei um capítulo enorme dessa fic, mas demorei para corrigir e acabei decidindo dividir em duas partes. Então, o próximo capítulo já está pronto e posso adiantar que é maior do que esse.

Amo vocês, espero que não desistam das minhas fics.

Boa leitura!

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Você fica lindo quando sorri. Você fica lindo quando sorri. Você fica lindo quando sorri. Você fica lindo quando sorri.

A maldita frase dita por Lydia girava sem parar na mente de Mitch. Por mais que ele se esforçasse durante o treino, fazendo questão de ficar sozinho para não ser atormentado pela presença de alguém, ele ainda assim não conseguia calar a voz da mulher ressoando repitas vezes em seus ouvidos.

Katrina sempre amou o sorriso de Mitch. Ele não conseguia lembrar de nenhum dia do namoro entre eles em que a mulher que amava não tivesse elogiado a maneira como ele sorria. Talvez por isso, quando ela morreu ele perdeu de imediato a capacidade de sorrir.

Após passar o primeiro ano sem ela, Rapp reconquistou a capacidade de retorcer os lábios em raras ocasiões, mas tinha consciência de que nem chegava perto dos sorrisos que costumava ter dentro de si e que transbordavam através de sua boca.

Então, depois de tanto tempo, Lydia veio com aquele maldito elogio ao seu sorriso. Por um motivo que ele não conseguia entender por completo, a fala da Martin o fez sentir ódio, frustração, vergonha e principalmente, saudades. Saudades de Katrina e de quem ele costumava ser quando estava com ela.

Mitch se esgotou durante todo o dia, tentando calar os próprios pensamentos, tentando não dar valor ao elogio de Lydia. Lutou contra si mesmo sem obter nenhum sucesso, levando o corpo a exaustão, mas permanecendo com os gritos mudos de sua mente.

Parou quando não suportou mais, os pulmões ardiam ao buscar por ar, os músculos das pernas e do abdômen explodiam com uma dor insuportável e a fraqueza fez com que começasse a perder o equilíbrio.

Piscou os olhos, atordoado com as manchas surgindo em sua visão precária e precisou encostar na parede em busca de algum descanso. Sua respiração estava alta e sofrida, o corpo todo encharcado de suor, o cabelo grudava pelo rosto e os braços já não tinham mais força para se erguer.

— Porra, que merda! Eu devia ter comido alguma coisa.

Com os joelhos fracos se recusando a se manterem erguidos, Mitch foi obrigado a abaixar devagar, ainda escorado na parede para não desabar de uma vez. Com muita dificuldade e fazendo uma careta de dor, conseguiu sentar e buscou conforto para a cabeça dolorida na parede atrás de si.

Depois de alguns minutos atordoantes, Mitch continuou lutando para respirar melhor e percebeu que não tinha forças para se erguer do chão. Não queria voltar para casa e trocar a solidão agradável daquela sala para a solidão opressora de seu pequeno apartamento, onde tudo o fazia lembrar de uma época em que na mesma cama em que tinha pesadelos horríveis, antes Katrina dormia ao seu lado.

Nos melhores dias, Mitch conseguia lidar com seu luto, com seus pensamentos. Conseguia focar no esforço físico e ter o mínimo de descanso no sono atribulado, mas nos piores dias, dias como aquele que estava vivendo, algo do cotidiano servia como gatilho para explodir dentro de si uma dor incontrolável junto com um caos de sentimentos e sensações que matavam sua sanidade e o sufocava dentro do próprio corpo.

Drop of waterOnde histórias criam vida. Descubra agora