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Lysandre Sinclair Ainsworth



- Caramba, eu já tô de saco cheio daquele representantezinho idiota! - Castiel desce as escadas do porão bufando de raiva, entretanto, eu não dou a atenção necessária que ele queria, estava escrevendo algumas frases aleatórias em meu bloco de notas. Mais tarde seriam uma música.

- Terra chamando Lysandre! - Ele passa por mim e espia minhas frases. Não eram nada demais, e eu estava achando um pouco sem nexo, eu não estava inspirado. - Uau, você está inspirado, ein!

- Ah? Ah, Castiel. Desculpe, não tinha visto você.– Olho para ele que mantinha os olhos nas frases com um olhar sugestivo. - Você acha que estão boas?

- Com alguns ajustes, vai ser uma boa música. - Ele balança os ombros e cai em algumas caixas que viraram um "puf" particular para ele. - Por que faltou anteontem?

- Precisei ajudar meu irmão na loja dele, aconteceu algo relevante? Algum compromisso nas aulas?

- Você me perguntando isso? Eu estou bem avoado essa semana. - Ele solta uma leve risada. - Anteontem aconteceu um puta mico no intervalo.

- Como assim? - Arqueio uma sombrancelha.

- A Ambre e as etes dela fizeram a Fantasma tropeçar e se sujar toda. Todos do refeitório começaram a rir da garota.

- Fantasma? – Pergunto curioso.

- Ah, esqueci que você não conhece ela ainda. Ela não tem amigos, é uma nerd e bem esquentadinha por sinal. - Ele solta uma risada anasalada e põe os braços atrás da cabeça, buscando conforto. - O que ela tem de raivosa tem de gata também! Outro dia desafiaram um cara a beijar ela e ela deu um soco no rosto dele! - Ele disse fazendo uma careta de dor e depois rindo suficientemente alto.

- Por que o apelido "Fantasma"? – olho para ele que parou de rir e se recompôs.

- O próprio apelido diz. - ele dá de ombros. - Só se sabe que a família dela é classe média e que ela perdeu o pai quando tinha uns 8 meses acho, sabemos disso graças à irmã dela que é uma amiga minha. - fecha os olhos. - Falando agora... O apelido não faz o menor sentido.

- Entendi... - voltei minha atenção para meu bloco de notas.

Ficamos alguns minutos em silêncio - algo que eu gosto muito, até que Castiel olha para mim e abre sua boca para tagarelar novamente. - Eu te vi de relance mais cedo e notei que você esbarrou com uma garota. - ele comenta dando um leve sorriso cínico.

- Sim. Eu esbarrei com ela algumas outras vezes. Ela parecia adorável. – não era nada demais para ele iniciar conversa com esse assunto.

- Adorável? - Castiel ri. - Realmente parece que você veio da época vitoriana. Quem fala adorável?

- Eu...?

O falso ruivo tira os braços de trás da cabeça e balança as mãos de um jeito sugestivo. - Ela tinha uma senhora bunda, isso sim é "adorável".

- Castiel, eu sei que você é baixo, mas pare com isso. – ele apenas dá uma gargalhada.

- Ah, vai, ela tem e eu sei que você viu também, porque ficou encarando por um tempo! O que você achou dela? - Ele levanta e vai até o canto oposto do porão onde tinha um tubo de ventilação, pega um cigarro e o acende.

- Não acho que seja relevante o que eu acho de uma garota que esbarrei algumas vezes.

- Caramba, vamos ter uma conversa entre homens normais, Lysandre. Só me diga o que achou da garota. Ela era bonita? Como ela era?

My Heart is a Ghost TownOnde histórias criam vida. Descubra agora