•| Dores de Cabeça |•

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- Como?

- Nos conhecemos desde quando éramos pirralhos. Nossas mães são boas amigas, temos um laço muito forte, você tem que concordar.

- Eu concordo. Somos melhores amigos, afinal. - cruzo os braços.

- Isso, melhores amigos. Nos conhecemos mais do que a nós mesmos!

- Vá direto ao ponto, Armin.

- Eu só estou dizendo que - ele morde o interior da bochecha - temos uma ligação de anos, ligação essa mais forte do que... Sei lá, Adamantium! - ele solta uma risada fraca - Desculpa o trocadilho.

- Armin! Vá direto ao ponto. - ele fecha os olhos e suspira, os voltando para mim segundos depois.

- Eu ainda amo você, Sam. - ele se aproxima - E me dói ver você junto com aquele cara.

- Armin, - suspiro - conversamos sobre isso há anos. Não é recíproco.

- Mas poderia ter sido! - ele gesticula com os braços - Talvez se não tivéssemos perdido contato como perdemos... Talvez em algumas conversas, você enxergaria, se apaixonaria... - ele solta uma risada dolorida - Você entende?

- Eu... - franzo as sombrancelhas, então inspiro e suspiro profundamente - Armin, eu te amo, eu sempre amei... - o vejo reprimir os lábios e olhar para baixo - Mas sempre foi e sempre será fraternal. Entenda...

Seus olhos percorriam o quarto rapidamente, ele estala a língua e põe as mãos nos bolsos da calça. - Eu-

- Por favor, entenda. Eu não quero que você se machuque mais do quê já está machucado. - encosto a palma da minha mão em seu rosto, essa ação o fez pender sua cabeça para o lado.

- Você sabe que não é tão fácil assim. - ele sorri e dá de ombros.

Sorrio tristemente. - Eu nunca gostei de te ver triste assim.

- É, eu sei. - ele se recompõe, se sentando na cama. - Mas eu acho que vou ficar bem.

- Você tem certeza?

- Vai demorar, isso é fato. - ele dá de ombros mais uma vez e sorri tristemente.

Estávamos a caminho do elevador após o jantar. Alexy me contava sobre algumas coisas que aconteceram no Brasil com ele e Armin andava ao lado dele com a cabeça baixa, ouvindo. Eu iria com os dois até o hall de entrada e esperaria com eles até um táxi chegar, então deu para ouvir muitas histórias engraçadas do gêmeo azul.

Chegando ao hall, Armin pega o celular e o balança para nós.

- Eu vou pedir um táxi e esperar lá fora pra identificar.

- Tudo bem, eu vou ficar aqui dentro. Lá fora 'tá muito frio. - Alexy fala, fazendo Armin revirar os olhos - Me dá um sinal quando o carro chegar.

- Minha vontade era te deixar aqui, mas mamãe brigaria comigo.

- Engraçadinho você. - o gêmeo azul estreita os olhos, com raiva.

Assim que Armin sai do hall, Alexy se vira para mim com uma expressão tristonha. - Eu ouvi parte da conversa no seu quarto quando fui atrás de vocês...

- Ah, sim...

- Ele se declarou mais uma vez, não é?

- É, foi... Triste de presenciar. Eu não gosto de vê-lo triste. - olho para Armin no lado de fora - Ele realmente continuou apaixonado por mim por tanto tempo? Mesmo longe assim?

- Garota, você nem imagina. - ele estala a língua - Chegava a ser irritante. Mas eu ouvi o fora final que você deu nele.

- Isso garante alguma coisa? Algo me diz...

My Heart is a Ghost TownOnde histórias criam vida. Descubra agora