As férias passaram lentamente e eu odiei isso pela primeira vez. Eu não conseguia me concentrar em nada nas aulas de saxofone, não conseguia tocar sem pensar nos lábios maravilhosos daquele vitoriano maravilhoso.
Você se pergunta se eu e ele nos encontramos depois das declarações? É claro que sim. Marcamos muitos encontros depois daquele dia e todos eles foram completamente diferentes, mas os finais foram todos iguais, troca de beijos no elevador até chegar em meu andar e, sinceramente, eu nunca me cansaria desses finais.
Resolvemos não contar para Rosa até as aulas voltarem e ela iria matar nós dois, mas valeria a pena para ver sua reação. Os únicos que sabem que engatamos em um relacionamento são minha mãe e irmã e o irmão de Lysandre, Leigh que prometeu não contar nadinha para Rosa. Lysandre contaria a Castiel, então não me preocupei em dar a notícia.
Não demorou tanto assim pra eu contar para as duas mulheres da minha vida. Uma semana após firmarmos alguma coisa, eu contei para elas e ambas ficaram surpresas e felizes. Minha mãe insistiu muito em conhecer ele e quando aconteceu, foi uma conversa interessante e descontraída. Ele parecia estar confiante e seguro de si e minha mãe não fazia perguntas constrangedoras.
No final, ficamos sozinhos na sala e, antes da minha mãe desaparecer pelo corredor, ela mostrou os polegares para cima discretamente para mim, me esforcei pra não rir.
Nossos momentos "cotidianos" eram magníficos. Nós fazíamos algumas brincadeiras, ajudávamos um ao outro com nossas letras, líamos algum livro, trocávamos carícias, era perfeito.
Tínhamos nossas desavenças também, mas eram banais e minha irmã pegava no meu pé falando que éramos perfeitos demais.
E os dias foram passando até que chegou o penúltimo dia de férias, e com isso nosso último encontro das férias foi em um petshop. Lysandre estava pensando em adotar um animal de pequeno porte e eu o ajudaria a cuidar, já que não poderia adotar. Minha mãe não gosta muito de animais confinados em apartamentos.
- Qual animal você tem em mente? - Olho para ele enquanto caminhávamos em direção ao estabelecimento.
- Você sabe.
- Coelhos! - Ele solta uma sútil risada. - É claro, que boba eu sou.
- Você está mais animada do que eu.
- Ah, eu amo animais, vou morrer de amores lá dentro!
- Se você morrer de amores, eu não terei alguém pra me ajudar a cuidar dele.
- Eu sei, eu sei, é muita responsabilidade para um homem. - coloco a mão no peito afirmando com a cabeça de leve.
- Muito engraçadinha. - Ele estreita os olhos e eu apenas dou uma leve risada.
Chegamos ao petshop e eu amoleci apenas em ouvir latidos e miados. Como eu gostaria de adotar todos, era meu sonho!
Como de praxe, fomos atendidos e após Lysandre dar as informações sobre o animal ideal, fomos levados até o setor de roedores e pelos deuses, como eu virei uma criança. Eu não parava de puxar Lysandre para todas as vitrines e falar igual uma gralha sobre como eu achava aqueles pequenos animais a coisa mais fofa e linda de toda a Terra, ele apenas achava graça e apenas um beijo foi capaz de me fazer calar a boca e morrer de vergonha por estar em um lugar público.
Paramos perto da vitrine dos coelhos e foi como amor à primeira vista. Eu pedi permissão para a vendedora para pegar um coelho que, pela descrição na placa, era da raça Holot. Seus olhos e orelhas eram rodeados com uma mancha preta muito fofa e ele era o animal mais sereno daquela vitrine toda.
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My Heart is a Ghost Town
Teen FictionApós mudar-se de cidade e entrar em uma nova escola, Samantha Musicien Blane se viu reclusa em seu próprio mundo apenas com sua paixão para Música e História. Reescrever uma nova vida podia ser assustador para ela, mas largar mão de tudo que tinha n...