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Eles saem do aeroporto e olham para os lados esperando verem seus familiares. Assim que encontram, vão até eles e os abraçam.

- Que saudade de vocês! Dessa vez ficarão permanentemente, não é? - A matriarca sorri, abraçando-os pela décima vez.

- Sim, mãe, - o mais velho ri. - nos desculpe se te preocupamos ao não querer voltar junto com vocês, apenas quisemos ficar um pouco mais por lá.

- Tudo bem, meu filho, vocês estão aqui agora! - ela sorri e os empurra levemente até o carro.

Eles seguiram para a velha casa que tinham desde que pensaram em se mudar. Armin e Alexy se mudaram para New York quando eram bebês. Lá, Armin conheceu Samantha no jardim de infância, eles fizeram uma boa amizade, e à medida que cresciam, o moreno começou a cultivar uma paixão platônica pela morena.

Entretanto com 14 anos, Armin, Alexy e seus pais se mudaram para o Brasil, e antes de partir, ele jurou para si mesmo que procuraria por ela assim que crescesse o suficiente. Ao passar dos meses, os dois perderam o contato e agora, Armin não sabe do paradeiro de Samantha.

Agora com 17, ele voltou para o país natal e continuava a pensar na garota que fisgou seu coração. Não desistiria de procurar por ela.

- Mãe, - Ele coloca as malas no quarto e olha para a matriarca - nunca mais teve notícias da sra. Blane?

- Sarah? Raramente, Armin. - ela torce o nariz - A última vez que conversei com ela, foi quando ela tinha acabado de chegar no país. Se eu não me engano, ela se mudou pra antiga casa do Julien.

- Uou, então quer dizer que as filhas também vieram com ela. - ele dá um sorriso ao pensar em como estaria sua garota.

- Sim, claramente. - ela estreita os olhos para o filho. - Agora vá arrumar esse seu quarto para poder jantar.



Samantha Blane



A primeira semana de aula seguiu normalmente, Rosalya ficou louca quando, no intervalo do primeiro dia, Lysandre e eu nos aproximamos dela de mãos dadas. Foi cômico e ela nos fez mil e uma perguntas das quais apenas algumas foram respondidas.

Ela literalmente deu pulinhos de alegria e eu pude tirar muitas selfies e fotos normais de nós depois.

Eu estava pensando em fazer um álbum de fotos para eternizar um dos melhores momentos da minha vida. Eu tinha achado algumas fotos que minha mãe havia tirado de meu pai me segurando quando eu era apenas uma recém nascida e aquilo fez florescer algo em mim.

Eu quero ter algo para quando tiver cinquenta ou sessenta anos, achar e me lembrar de muitos momentos incríveis que passei com quem eu mais amei na vida. Quero ter algo que me eternize como as fotos do meu pai.

Penso todos os dias em como seria bom ter ele me acordando pra tomar café da manhã, ou xingando em francês quando algo dava errado como minha mãe sempre diz que ele fazia, um cafuné em dias ruins, um sorriso de conforto dele, dicas sobre o saxofone... São coisas pequenas que só quando você perde ou não tem se transformam em algo gigantesco que você anseia. A saudade sufoca, mesmo que eu nem me lembre dele.

Meus devaneios tristes sobre meu pai são interrompidos pelo sinal da última aula do primeiro período que tocou indicando o tão esperado intervalo. Todos levantam e alguns me cumprimentam quando passam por mim durante minha tentativa de achar o livro que estava lendo há alguns dias.

My Heart is a Ghost TownOnde histórias criam vida. Descubra agora