War Of Hearts

Bad Moon Rising

Eu vejo a lua ruim nascendo
Eu vejo problemas no caminho
Eu vejo terremotos e relâmpagos
Eu vejo tempos ruins hoje
Não ande por aí esta noite
Bem, está prestes a tirar a sua vida
Tem uma lua ruim nascendo

Comecei a correr assim que sai da floresta e não parei mais. Continuei correndo enquanto tinha energia e lágrimas para colocar para fora. Jughead mentiu, me enganou e me usou no joguinho de vingança dele. Eu não sabia como eu poderia ter sido mais idiota por acreditar que ele realmente poderia ter sentimentos por mim e deixaria essa vingança de lado. Eu não estava nem aí para Jason mais e nem para ele, por mim eles podiam se matar a vontade entre eles. Eu não seria mais um peão manipulável no jogo deles. Uma chuva forte começou a cair depois que eu saí de Thornhill e continuou a cair por toda a noite, me deixando ensopada. Raios e trovões lutavam no céu escuro em meio a tempestade. Depois de andar por quilômetros, parei diante de uma porta num bairro do subúrbio e bati.
A água pingava do meu cabelo e das minhas roupas ensopavam o tapete de entrada e eu já começava a tremer de frio quando a porta se abriu.

— Veronica? — Hal Cooper me olhou confuso e surpreso quando me atendeu. — O que aconteceu?
— Eu preciso falar com a Betty. — Eu disse batendo os dentes de frio.

Nesse momento, Hal me deixou entrar e me deu uma toalha, então foi buscar Betty. Ela sabia que algo muito errado havia acontecido quando me viu ali. Tomei um banho para me aquecer e vesti um pijama de Betty, ela me serviu um chá quente para me ajudar. Ficamos sentadas as duas no seu quarto e eu contei tudo a ela.

— Eu sinto muito, V. — Ela disse de maneira verdadeira.
— Parece que o único objetivo da minha vida é ser manipulada. — Minha voz saiu roca e carregada depois de todo o choro e friagem que eu havia tomado naquela noite.
— O que você vai querer fazer agora?
— Pegar o controle de volta. Você pode me emprestar seu celular?
— Sim, claro.

Betty me entregou o aparelho e eu disquei o número que sabia de cabeça. Esperei alguns instantes e a pessoa atendeu no segundo toque.

— Betty? — Minha mãe atendeu.
— Não, sou eu.
— Veronica? Meu Deus, Veronica. Você está bem? Está com a Betty?
— Sim, mãe. Tudo está bem. — Ela soltou um suspiro de alívio.
— Veronica, por favor, vem para a casa.
— Mãe, olha eu não liguei por isso, ao amanhecer do dia as gangues de Southside vão atacar o Prembrooke. Vocês ainda tem algumas horas para fugirem.

Ela ficou em silêncio por alguns instantes processando tudo.

— Eu amo você. — Hermione disse como se fosse uma despedida.

Eu não consegui responder e apenas escutei em silêncio. Mas isso já significa muito para mim.

— Mãe, você sabia? Sabia sobre as coisas que meu pai estava fazendo? Você participou?
— Veronica, você precisa entender...
— Eu estou cansada de ouvir e tentar compreender mãe, já fiz mais do que suficiente. Se cuidem.

Então eu desliguei, cortando-a antes que ela começasse a falar tudo de novo. Betty assistiu tudo em silêncio e se contorceu um pouco sem jeito com a situação.

— Betty, é melhor acordar a sua mãe para o que vamos fazer agora.

Eu esperei na sala de estar e acendi a lareira enquanto Betty e Alice desceram para me encontrar. Alice me olhou surpresa por eu estar ali aquela hora, ela estava enrolada em um roupão e com cara de quem havia acabado de acordar.

— Se eu te disser que eu sei onde FP Jones está, você me ajuda a resgata-lo?

Assim que eu terminei de dizer, um trovão estrondoso ecoou lá fora na chuva seguido do som de uma batida na porta. Todas nós encaramos a porta, assustadas, como se houvesse um monstro ali atrás. Já passava das três e meia da manhã, nenhuma visita podia ser amigável a esse horário.
Alice caminhou na ponta dos pés até a porta, tentando fazer silêncio. Ela pegou um guarda-chuva pendurado no hall de entrada para usar como arma e abriu a porta de uma vez, pronta para atacar se necessário.