Blood // Water

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CAPÍTULO +18

Nunca nos libertaremos
Cordeiro para o abate
O que você vai fazer
Quando houver sangue na água
O preço da sua ganância
É seu filho e sua filha
O que você vai fazer
Quando houver sangue na água

Descansei a cabeça nas costas de Jughead enquanto ele dirigia, apertando-o com firmeza para me segurar. Ele dirigia em alta velocidade pelas estradas mais afastadas, Archie seguia com o carro na frente e o resto do pessoal bem próximos ao nosso redor com as motos, como uma formação para nos proteger de qualquer ataque. Verdade seja dita, eu me aproveitei de cada momento daquela viagem ao me segurar nele. Enquanto dirigíamos ao nascer do sol e só havia a estrada a nossa frente, era fácil esquecer todos os outros problemas e o quão errado o que eu sentia por ele podia ser.
Nós acabamos em uma bifurcação dentro da floresta que ficava às margens do rio de Riverdale. Era um lugar deserto e silencioso. Os outros pararam alguns metros antes e esconderam as motos e o carro de Archie dentro da mata. Jughead havia escolhido aquele lugar estrategicamente. Os Serpentes se esconderam na floresta com visão privilegiada de onde estávamos para dar cobertura caso algo viesse a dar errado. A moto dele estava parada no meio da estrada e ele de pé ao lado da mesma enquanto eu andava ansiosamente de um lado para o outro com os braços cruzados. Ele ficou me analisando, com a postura completamente relaxada, eu odiava isso, a forma como ele ficava me olhando, me fazendo me sentir vulnerável. Jughead tirou um maço de Marlboro Vermelho de dentro do bolso da jaqueta, pegando um cigarro e o prendendo entre os lábios. Ele olhou diretamente para mim quando o acendeu com um isqueiro de ferro e deu uma longa tragada.

— Você está nervosa? — Ele perguntou, ao me ver chutar uma pedra com a ponta do pé.
— Nem todo mundo faz isso no dia a dia. — Respondi de forma áspera, ele sorriu e soltou mais uma nuvem de fumaça.
— Não vou permitir que nada aconteça com você. Eu fiz uma promessa.

Ele piscou para mim e sorriu de maneira presunçosa. Jug terminou o seu cigarro e jogou a ponta no chão, apagando com a sola do sapato. Em seguida ele colocou a mão na parte de trás da calça e tirou uma pistola automática, destravando e engatilhando-a. Meus olhos saltaram na hora e eu dei um passo para trás, assustada.

— Que merda é essa, Jughead? — Eu gritei.
— É uma arma. — Ele respondeu com tédio. — Não confio no seu pai.
— Você só pode estar louco.

Eu soltei uma risada nervosa e comecei a andar de novo. Agora sim eu estava entrando em pânico. Passei a mão pelos cabelos e olhei para uma das estradas a minha frente, cogitando a ideia de simplesmente sair correndo. Foi quando vi um carro apontar na mesma, dirigindo lentamente na nossa direção. Nesse momento, Jughead se colocou ao meu lado de maneira protetora, ainda com a arma na sua mão e me lançou um olhar que dizia que tudo ia ficar bem. Por incrível que parece, ele foi capaz de me passar essa confiança e tranquilidade cega nele de que tudo iria ficar bem. O carro parou a alguns metros e tinha os vidros completamente escurecidos, não conseguíamos ver nada ali dentro, foi quando meu pai saiu do lado do motorista. A expressão no rosto dele foi de alívio ao me ver. Ele parecia exausto e cansado, e senti uma pontada de desapontamento quando vi que ele também carregava uma arma na mão.

— Mija! Você está bem? Está machucada? — Ele gritou e começou a se mover bem devagar até a frente do carro.
— Eu estou bem, papai.
— Cadê o meu pai, Hiram? — Jughead perguntou usando mais uma vez aquele tom de voz autoritário.
— Eu deveria matá-lo por isso. — Meu pai disse com uma raiva cega e levantou a arma, apontando diretamente para Jug.

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