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Eu e o Michael afastamo-nos e ele olha para mim a sorrir, o que eu retribuo.

- eu tenho que ir, até amanhã Mali

- até amanhã Michael

Aceno-lhe quando ele desce as escadas que dão ao passeio, ele faz o mesmo e depois perco-o de vista, devido à árvores e arbustos que tapavam a calçada impecavelmente arranjada.

#DiaSeguinte

Finalmente a campainha soa e toda a turma abandona a aula de Química.

Esta aula não tinha sido tão aborrecida como as outras, pois foi no laboratório e no meu grupo estavam o Calum e o Ashton, por isso devem estar a imaginar o que aconteceu, certo?

O meu irmão tinha que aquecer um líquido amarelo que se encontrava no tubo de ensaio, com a ajuda de uma chama que saía de uma máquina qualquer cujo nome não me lembro. Então ele estava ali a segurar no vidro com uma pinça de madeira, enquanto falava alegremente com o Calum sobre algo de rapazes que pessoalmente não me interessava. Já eu apreciava um pombo lá fora que picava um pedaço de comida no chão.

Isto tudo era muito bonito, até que me começou a cheirar a queimado e o líquido que era suposto ter ficado amarelo-quase-laranja estava vermelho e só se vê a professora a arrancar a pinça da mão do Ashton e a correr para um lavatório e a passar tudo por água fria.

A turma toda se ria da cara de aflição da senhora nos seus cinquenta anos e do Ashton que ficou ali parado com a mão estendida e a perguntar o que tinha feito de mal.

Depois o resto da aula foi normal, uma vez que quem tratou da experiência fui eu. Auto-elogio, eu sei.

Voava para fora daquele compartimento enquanto tentava desesperadamente tirar o iogurte da mochila, o que não acabou muito bem porque tropecei em alguma coisa e ia a cair, mas o Calum agarrou-me.

- tu não mudas mesmo - ele abana a cabeça

- obrigada - suspiro de alívio - pois não...

- já no outro dia caíste na rua e agora ia acontecendo o mesmo, ainda te magoas a sério Mali - o meu irmão avisa

- eu sei, só que não consigo evitar

- devias ter aulas - o rapaz moreno sugere

- de quê? "Ai não caia que é perigoso"?

- não, de "deixe de ser uma trapalhona"

- essa doeu Cal, doeu mesmo - faço um drama gigante e saio a correr

Chego à "nossa" árvore e ainda nenhum dos outros tinha chegado, então sento-me encostada ao seu tronco, o melhor lugar.

De seguida chega o Calum a correr e põe-se de joelhos à minha frente, com as mãos no ad, exclamando:

- desculpai-me senhora! Eu não quis ofender sua majestade rainha do drama

- estais desculpado mísero servo - faço um jeito esquisito com a mão

- porque é que sempre que eu chego a meio das vossas conversas penso seriamente em falar com os vossos pais de maneira a vocês irem a um psiquiatra? - o Luke pergunta confuso

- porque nós somos amigos - o Calum responde

- só amigos? - pergunto indignada e com uma mão sobre o peito

- MELHORES AMIGOS!! - ele grita e abraça-me desajeitadamente, por isso caímos os dois para o lado

- e depois eu é que sou a trapalhona...

Sentamo-nos novamente e como já estávamos todos fazemos a nossa toda, com o Michael ao meu lado por ser eu quem o conheço melhor.

O Calum descrevia animadamente o "incidente" da aula de química e todos ouviam e riam-se, menos o Ashton, que estava mais vermelho que um tomate.

Mas quando o meu melhor amigo imita a cara da professora foi o cúmulo, ninguém conseguia parar de rir, literalmente todos nós parecíamos uns doidos a rir-nos.

Passa por nós uma rapariga que eu nunca tinha visto, era alta e morena, tinha um livro gigante nas mãos, mas o título estava estrangeiro e não reconhecia a língua.

Ela nem olhou para nós, não fez uma cara esquisita nem de desprezo, estava simplesmente preocupada em ir sentar-se duas árvores à esquerda da nossa, talvez estivesse constrangida por sermos um grupo tão grande e ela sozinha...

- então vocês os dois perderam o sentido de humor? - pergunta-me a mim é ao Luke a Lauren

- não, é só que... - não acabo de falar, não sabia o que responder

- eu já venho - o Luke avisa e levanta-se, deixando o seu livro comigo

Vejo o rapaz loiro e muito alto a andar até à rapariga e a sentar-se ao seu lado, começando a falar de seguida.

Wrapped Around Your Finger (A Michael Clifford fanfiction)Onde histórias criam vida. Descubra agora