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O Luke falava alegremente com ela.

Era uma das melhores qualidades do rapaz loiro, não era capaz de deixar ninguém sozinho, a não ser que essa pessoa quisesse, ele tinha uma compaixão enorme e um grande coração também.

Tínhamos retomado a nossa conversa, agora sobre a temperatura que ia subir um pouco na próxima semana.

Poucos minutos depois o Luke volta com a rapariga, apresentando-a:

- hey, esta é a Inês, ela é portuguesa e os pais mudaram-se para cá por isso ela também

- olá!

Cumprimentamos em coro, ao que ela responde com um "hey" tímido.

- eu sou o Calum

- eu sou a Lauren e este o Ashton - a rapariga ruiva apresenta-se e ao meu irmão

- eu devo ter um problema na fala... Olha afinal não tenho! Sou Ashton, como a Lauren disse - o meu irmão começa zangado mas depois ri-se

- eu sou a Malia, mas podes tratar-me por Mali - sorrio

- ou Lauren - a minha melhor amiga acrescenta e eu faço-lhe um olhar mortífero

- Mali - digo e dou uma cotovelada ao Michael para falar

- ahm... E eu sou o Michael

O Luke senta-se no lugar onde estava antes, chegando-se mais para mim para a Inês se sentar ao seu lado, mas ela mantém-se em pé.

- senta-te - ele pede carinhosamente

- não, deixem estar, eu não quero ser um emplastro

- não és, anda lá - o Calum diz

- não é preciso estarem comigo só porque sou nova

- estamos contigo para te conhecer melhor, se fores simpática ainda bem, senão, olha, adeus - o loiro diz brincalhão

Ela ri-se e finalmente cede quando concordamos com ele.

Assim que ela se instala no chão, a campainha decide tocar.

- no próximo intervalo aqui?

- sim - a portuguesa sorri a Luke e todos vamos para as respetivas aulas

Eu teria Artes, uma das minhas disciplinas favoritas, com o Calum.

Como era apenas um tempo, depois fui para matemática.

Estava ao lado do Luke, quando alguém bate à porta. A professora dá autorização para entrar e aparece o Michael, justificando o seu atraso com o facto de ainda não conhecer bem a escola e se ter perdido.

Ele senta-se lá à frente ao lado de um rapaz cujo nome penso ser Richard Hamilton.

Ao menos não foi ao lado de nenhuma rapariga, penso feliz.

O QUÊ?! Mas o que é que se passa? Porque é que eu ando aí toda feliz por o Michael não se ter sentado ao lado de nenhuma rapariga?!

Maluquices Malia.... Maluquices....

Durante a aula reparo que o Michael tinha algumas dúvidas a esta disciplina, pelos seus olhares confusos quando a professora falava é porque estava todo atrapalhado a escrever.

Por isso, no final da aula, fui ter logo com ele.

- precisas de ajuda a matemática? - questiono

- notou-se muito na minha aflição durante a aula? - ele dá uma pequena gargalhada

- um pouco

- não te importas de me ajudar?

- não - sorrio

- de certeza?

- absoluta, a que horas te dá mais jeito?

- no final das aulas até quando puderes?

- pode ser, mas eu posso até ao jantar, por isso se quiseres estudar matemática quatro horas seguidas...

- não! Não, deixa estar - ele ri-se - então até às seis?

- sim, claro. Em que dias?

- terças e sextas? - ele sugere

- pode ser

- okay, obrigado Mali, a sério - ele diz e abraça-me

Admito que foi um abraço inesperado, mas soube muito bem.

- desculpa... - ele cora

- não faz mal, eu gosto dos teus abraços

Desta vez quem cora sou eu, e muito.

- Oh obrigado - o rapaz de cabelo moreno sorri tímido

- vocês não podiam ser mais lamechas... - o Luke abana a cabeça em desaprovação

- desde quando é que tu estás aí? - pergunto

- desde o vosso abraço bastante caloroso

- não sabes que é feio ouvir as conversas dos outros?

- claro que sei, mas eu vinha chamar-vos e aconteceu vocês estarem a ter um momento típico de filme

- eu nem sequer vou comentar, Luke - fiz-lhe um olhar de morte, algo que hoje tinha feito múltiplas vezes e saí, puxando o Michael atrás de mim

A Inês tinha mesmo vindo ter connosco e ainda bem, não deve ser fácil mudar de escola, quanto mais de país.

Estávamos todos sentados no lugar habitual a conhecer a rapariga.

- és de que cidade? - a Lauren pergunta - és de Lisboa?

- não, é lá perto, mas não, Torres Vedras

Ficamos todos a olhá-la confusos, porque aquele nome era esquisito!

- Tóres Vedrras - o Ashton tentou dizer e ela riu-se

- To-rres Ve-dras - ela disse devagar e mesmo assim ele enganou-se, por isso eu mudei de assunto

- e porque é que te mudaste para cá?

- porque Portugal está em crise e o meu pai recebeu uma proposta de emprego muito boa e depois não foi muito difícil para a minha mãe encontrar também e então mudámo-nos

- estás a gostar de aqui viver? - o Luke pergunta

- ainda só cheguei há três dias, mas sim - sorri

- não tens muito sotaque - o Calum diz

- pois não, felizmente, tive aulas de inglês desde os quatro anos

- wow, isso são muitos anos! - digo chocada

- sim, mas eu gosto

- e tens irmãos? - o Calum pergunta

- sim, um irmão mais velho, ele ainda está em Portugal, mas deve vir para cá ainda este ano - sorri

E fomos descobrindo mais coisas sobre esta rapariga portuguesa muito bem disposta e simpática. Acho que ela poderá mesmo entrar no nosso "grupo", mas isso só o tempo dirá.

#HorasDepois

Hoje só tínhamos aulas de manhã, felizmente.

Andava calmamente, enquanto falava com Ashton e Michael, que se tinha tornado na nossa companhia oficial até casa.

Wrapped Around Your Finger (A Michael Clifford fanfiction)Onde histórias criam vida. Descubra agora