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Passado algum tempo alguém bate à porta e como só o Ashton estava em casa, só poderia ser ele.

- entra! - grito

Em vez do rapaz loiro escuro, tal como eu, entrar no meu quarto, entra o rapaz moreno que eu tinha visto naquela manhã.

- olá! - digo surpresa

- olá - ele sorri

- não sabia que estavas cá

- cheguei agora

- ah okay, o que se passa?

- nada, só queria ver como estavas - sorri novamente - está tudo bem?

- sim, estava só no Tumblr e no Twitter e contigo?

- também

- vens connosco buscar o Harry? - pergunto para acabar com o silêncio que se instalara no quarto

- sim, claro. Dá para acreditar? Ele já tem 10 anos - o Calum diz sorrindo

- o tempo passou a correr, lembraste quando o levamos ao parque pela primeira vez? Tínhamos uns oito anos

- sim e quando ele caiu entrámos em pânico, mas depois começou a rir-se

- e depois o momento foi estragado por ele... - digo baixando a cabeça

- não vamos pensar nisso agora

- sim, tens razão

O meu irmão entra no quarto e pergunta:

- vamos andando? O Harry sai daqui a meia hora e vamos a pé, por isso ainda demora um bocadinho

- sim, deixem-me só desligar o computador - digo

Depois de tratar do que tinha dito pego numa carteira e num casaco, porque já estava frio, apesar de ser setembro, em Portland é assim...

Saímos de casa, depois de eles pegarem também nos seus casacos.

No fim da minha rua, do outro lado da estrada, vi um rapaz que me chamou a atenção, não por ser uma "brasa" ou algo do género, mas pelo facto do seu cabelo ser vermelho.

Adorava pessoas diferentes e ele definitivamente era assim, nunca o tinha visto por aqui.

- É preciso ter coragem - digo baixinho em relação ao rapaz

- o quê? - o Ash pergunta

- nada, estava só a pensar alto

- em que estavas a pensar? - o Calum pergunta

- naquele rapaz, é preciso ter coragem para pintar o cabelo assim

- eu gosto - o meu irmão diz

- eu também - digo ao mesmo tempo que o meu melhor amigo

Vinte minutos depois chegámos à escola do Harry.

Vejo-o a correr entre as outras crianças com um sorriso na cara, passando o portão que se encontrava à nossa frente.

- olá Calum! - o rapazinho loiro abraça-o

- olá Harry!

- então e nós? Não nos dás um abraço? - finjo estar chateada

- claro que dou!

Ele corre para mim e para o Ash e abraça-nos ao mesmo tempo, um daqueles abraços mesmo apertados e que eu adorava.

- como correu o primeiro dia de aulas? - o meu irmão mais velho pergunta

- correu bem, fiquei na mesma turma que os meus amigos todos - sorri

- que bom - o Ash sorri - vamos?

- vamos todos lanchar com o Luke, está bem? - pergunto

- eu apanho sempre uma seca - o Harry lamenta

- podes jogar no meu telemóvel

- fixe! - o loirinho dá um pequeno salto enquanto andamos

Após cinco minutos a andar, chegamos ao café, onde o Luke já se encontrava, a ler o livro de matemática.

- Luke... Já a ler a matéria? - digo com desapontamento na voz, apesar de ser uma coisa boa

O Luke quer ter muito boas notas, o que é bom, só que ele exagera às vezes. Os pais dele são muito exigentes, então ele também ficou assim.

- sim, assim que percebo a matéria quando o professor a dar

- não vais estudar enquanto aqui estivermos, pois não? - o Calum pergunta

- não, já estudei um bocado - olha para o Harry - Oh, olá Little Irwin! - sorri

- olá Luke!

Sentamo-nos todos e pomos a conversa em dia, mais o Luke, visto que ele passou as férias em Paris a treinar o seu francês com uns primos.

(...)

Estamos agora a chegar a casa e o lanche correu muito bem, já tinha saudades dos nossos momentos assim, em grupo.

Somos todos como irmãos, conhecemo-nos desde pequeninos, o Calum vivia na nossa rua, mas mudou-se à três anos e o Luke... Bem, conhecemo-lo na escola.

Não, não existem outros sentimentos por nenhum deles, só irmandade. Namorar com eles seria como namorar com o Ash.

Neste momento estou de pijama, enrolada numa manta, no meu lugar favorito da casa: a minha varanda. Dá para o jardim das traseiras, o meu segundo lugar favorito da casa.

É tão calmo e acolhedor, quando lá estou, sentada num banco, parece que ano existe mais nada, só aquele jardim e a sensação é ótima, quando estou num mau dia vou sempre para lá ou para a minha varanda, ajuda-me a pensar.

De repente ouço o barulho de folhas a estalarem, sim folhas a estalarem, porque como estão secas fazem barulho quando se pisa, não sei o termo correto.

Assumi que fosse algum dos meus irmãos ou a minha mãe, mas quem vejo é o rapaz desta tarde, do cabelo vermelho.

Wrapped Around Your Finger (A Michael Clifford fanfiction)Onde histórias criam vida. Descubra agora