Aquela era a mesma música que ouvia em seus sonhos, ele podia ouvi-la mais claramente agora. Era como se viesse de todos os lados, não conseguia distinguir de onde vinha o som, era como se tivesse se espalhado por todo o oceano, mesmo q soubesse que estava em sua mente. Mesmo assim ele continuou nadando, tentando ignorar o fato de que ele realmente tinha uma grande calda dourada agora. Ele não sabia onde estava indo, mas seu corpo parecia procurar a corrente de água mais quente e segui-la. O tritão tinha certeza de que havia nadado por mais de uma hora antes de encontrar o que quer que fosse o que estava procurando. A sua frente haviam milhares de sereias e tritões, o que explicava porquê a canção se tornava mais forte e alta a medida que ele nadava. Eles estavam em volta de uma estranha estatua humanoide que parecia ser feita de águas vivas douradas, se existissem águas vivas douradas, era sem sombra de dúvida a coisa mais impressionante que ele já havia visto.
Stiles continuou por um tempo observando de longe, ele não sabia se deveria se aproximar, os grupos se organizavam em dois círculos, como se fosse um anel dentro do outro, e cada círculo girava para um lado, como um culto a uma entidade. Ao olhar pra cima Stiles pode ver que sobre eles havia uma forte luz dourada que começava a incender na estátua, era como se a luz da lua cheia fosse filtrada ou algo parecido e ficasse muito mais forte ali, era impossível não ficar impressionado.
Porém apesar de estar ali, presenciando tal coisa, ele não sabia o que fazer ou como encontrar "o mar" ele sequer existia mesmo? Talvez fosse alguma bruxa má e não um deus dos oceanos ou algo do tipo. O Stilinski realmente não sabia o que fazer de fato agora que estava ali, como acharia tal entidade? Isso se ela realmente existisse!
– Não deverias duvidar de mim em meus domínios, humano. – uma estranha voz soou em sua mente, se sobrepondo à canção.
– Eu... – Stiles começou a falar mas ficou muito surpreso por ver a mesma figura da estátua, ao menos ele pensou que fosse, parada ao seu lado. O jovem tritão não pode evitar dar uma boa olhada, ele não esperava que acontecesse assim, nem que tal figura seria tão impressionante. Era como se não pudesse mesmo vê-lo, era estranho explicar, era uma grande concentração de luz que cintilava entre o prata, o dourado e as vezes um brilhante azul dando uma forma humanoide a energia. Ele não podia distinguir perfeitamente suas formas, era tudo brilhante demais, mas as vezes ele conseguia ver os longos cabelos que se misturavam com a cauda.
– Estou impressionado com a miscigenação em seu sangue e mesmo depois de geração de relacionamentos mortais, ainda possa ter uma transformação completa. Ele sempre foi poderoso, não poderia esperar menos de sua linhagem. – a voz soava como um pai orgulhoso, porém ao mesmo tempo amargurado e arrependido.
– Grande senhor, Mar... – Stiles tentou mas não sabia como tratar tal figura divina.
– Eu não sou um homem, não tenho gênero. – Stiles mexeu a cabeça em concordância, talvez por estar nervoso demais antes, não tenha notado que a voz não soava nem como um homem ou como uma mulher. – Podes chamar-me apenas de Mar.
– Então, vossa entidade... Mar. – Stiles olhou para onde Mar estava, talvez se pudesse distinguir um rosto ali, poderia dizer que sorria divertido. – Por quê apareceu justo pra mim? Descendente de alguém que você... sabe... amaldiçoou à não poder estar mais em seus domínios.
– Eu apareço para aqueles que no fundo do oceano, necessitam de mim. Eu pude ouvir seus pensamentos, você tinha um desejo muito forte de me encontrar. Além de que como um pai orgulhoso, eu precisava ver a prole que descendeu daquele que um dia foi meu filho favorito. – A voz pausou por alguns segundos. – Mesmo nós entidades cometemos erros aos quais nos arrependemos muitas vezes. E você se parece muito com ele... Eu precisava vê-lo de perto e me redimir, com o passar dos séculos, você nota que o rancor só te levará a perdas.
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O Tritão, o Lobo e a Maldição
FanfictionStiles e Derek não esperavam estar conectados pela lua ou que se apaixonarem um pelo outro fosse tão fácil quanto o quebrar das ondas na areia da praia. E não havia mais nada que desejassem fazer além de afogarem-se naquele sentimento.