O ALUNO GOSTA DO QUE FAZ?

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Na escola, vi aluno fazer de tudo:

· Esconder o material do professor para impedir o início ou a continuidade da aula;

· Ficar ao lado do docente apagando tudo o que era escrito na lousa;

· Colar chiclete na cadeira do professor;

· Xingar o docente;

· Fazer gestos obscenos direcionados ao professor;

· Arremessar objetos no docente;

· Assediar a professora...

Também cansei de ouvir:

– Fica esperto na saída! ­

Afirmação que anunciava, em sala, o que aconteceria quando a sirene da escola tocasse e os portões fossem abertos:

– Treta! Treta! – conclamavam os espectadores.

Muitas vezes, nem era necessário esperar o término de mais um dia letivo para assistir às agressões físicas, porque a própria sala de aula era o ringue. O consumo de drogas na sala, no recreio, ou na saída completava a lista de ações discentes que, infelizmente, presenciei.

E as barbáries não paravam por aí; quando havia reunião de pais e mestres, os responsáveis pelos discentes malcriados se sentiam no direito de defendê-los; os docentes ainda eram obrigados a ouvir:

– Sou eu quem paga seu salário!

Como se esse desaforo fosse o aval para todas as atrocidades mencionadas.

Com o fim do colegial, as coisas melhoraram um pouco; na universidade, vi aluno:

· Conversar e mexer no celular durante a aula;

· Estudar para a disciplina x na aula da disciplina y;

· Fazer perguntas idiotas ao docente com o intuito de parecer mais participativo;

· Começar trabalhos na última hora ou estudar somente na véspera das avaliações;

· Colar nas provas;

· Não se esforçar o suficiente e sentir-se no direito de reclamar da nota ruim que tirou...

Notei, grosso modo, que o avanço nos níveis de ensino trazia um pouco de disciplina aos atos discentes, mas independentemente da idade:

– Aluno não é santo! – diziam aqueles que defendiam os professores; com toda razão!

Memórias póstumas de um aluno qualquerOnde histórias criam vida. Descubra agora