Todos têm suas predileções no que diz respeito ao que é belo e ao que não é. Todos têm seu próprio parâmetro de desejável e indesejável quando se trata da estética de um algo ou de um alguém. No entanto, muitas vezes, torna-se difícil dizer de onde isso surge. Ao fazer a pergunta "isso é belo para você?" e tendo o indivíduo respondido "sim", prossegue-se uma pergunta um tanto quanto difícil, que seria "por que isso é belo para você?" e prontamente o indivíduo responderá citando aspectos físicos e estéticos do Objeto que lhe atraem e lhe satisfazem, no entanto se você perguntar o porquê desses mesmos aspectos estéticos lhe levarem ao desejo do objeto, o indivíduo não vai saber responder. "Por que você prefere o amarelo ao verde?", se reduzirmos esse tipo de pergunta dos aspectos estéticos de um Objeto ao absurdo perceberemos que toda a resposta a esse tipo de questão se dá por algo muito próximo à simples intuição, a um "eu acho porque eu acho" um "é porque é", e esse tipo de resposta é completamente insatisfatória.
O que é ou não é belo está intimamente ligado ao que é ou não aceito, é um conceito da Consciência Coletiva que tende a todos os indivíduos, esses por sua vez, herdam um conceito pré-existente do que é ou não é belo, isso é, herdam de sua sociedade um certo padrão de beleza e, mesmo podendo distoar o Objeto da beleza de pessoa para pessoa, o porquê do Objeto ser bonito está, para todos, relacionado ao padrão de beleza da Consciência Coletiva. Claro que isso não é categórico, visto que alguns dos indivíduos podem desviar desses conceitos. Isso pois, não é toda a mente humana que é Consciência Coletiva, há ainda a parte da individuadade, e em detrimento de sua individualização, do desenvolvimento de seu senso crítico e da sua própria vivência o indivíduo pode amadurecer seu senso estético.
O que é belo normalmente é aquilo o que é desejável, e se é desejável então, seja consciente ou inconscientemente é algo que satisfaz e da prazer. Pois o indivíduo, por excelência, deseja necessariamente o prazer e em detrimento disso, tudo o que ele vem a desejar são coisas que lhe darão algum tipo de satisfação. O que é bonito é, portanto, um prazer em potencial.
Eu não estou falando, claro, do belo artístico ou da estética artística, estou me referindo à beleza extra-pessoal da consciência coletiva, isso é "por que alguém acha um indivíduo específico belo e não qualquer outro?" e acontece que essa pergunta, muitas vezes se aplica a Objetos que não pessoas. Aqui não se está falando dO Belo estético ou metafísico da arte, da "Beleza" para a filosofia no geral, como a que se vê na estética de Burke, ou na estética transcendente de Kant. Aqui temos o fútil objetivo de desvendar o "belo-social". Em se tratando de terminologias, falamos aqui do que é "Bonito", por assim dizer, e não do que é Belo, sendo esse "belo" visto como o conceito clássico do estético ou metafísico da filosofia e o Bonito como aquilo o que atrai o indivíduo por suas características físicas.
No diagrama abaixo podemos observar os processos pelo qual o nosso senso crítico está sujeito quando na ação de julgar se um Objeto é ou não é belo.
Observa-se que toda a satisfação abre janelas da mente. Que por sua vez são parte da individualização e do amadurecimento do senso crítico do indivíduo, que foi desenvolvido através da vivência pessoal. São os parâmetros subconscientes daquilo o que o dá prazer e por conseguinte, do que ele acaba julgando por sendo belo ou não.
O que satisfaz o indivíduo tende a ser belo e desejável, o que não satisfaz o indivíduo dificilmente lhe será belo ou desejável. O belo é o que traz prazer, e o prazer, portanto, é belo.
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Aurora do Pensamento
Non-Fiction"Máximas e considerações que constituem prolegômenos para uma filosofia posterior". Aurora do Pensamento reune uma diversidade de ensaios de cunho filosófico, que tratam dos mais diversos assuntos dentre estes o conhecimento, a literatura, a socieda...