Vou adiantar o capítulo de domingo 🙃 boa leitura!
Ela acordou no meio da noite completamente assustada, com o rosto coberto de suor. Sentou na cama e respirou fundo, tentando se localizar em meio a escuridão do quarto. Então recordou onde estava, e levou a mão ao coração tentando se acalmar, mentalizando que estava tudo bem.
Sarah tinha sonhado que viajava pelas trepidantes estradas rumo a Londres e no caminho era assaltada por bandidos impiedosos que levavam tudo o que ela tinha, e ainda lhe deixavam amarrada na floresta. O sonho tinha sido muito real, e a assustara.
Nervosa, ela levantou da cama e decidiu que iria até a cozinha em busca de um copo de água, sozinha, sem a ajuda de uma criada.
Abriu a porta do quarto e saiu para o corredor, caminhando com cuidado pelo chão frio, em meio as sombras da noite. Toda a casa estava em um enorme silencio e ela tentava não fazer barulho, tentando não acordar ninguém.
Desceu a escadaria agarrada ao corrimão, e contava apenas com a luz da lua que adentrava pela enorme janela no salão principal. Somente assim conseguia enxergar os degraus na escuridão.
Caminhava na direção da cozinha quando ouviu um barulho, uma voz conversando com alguém. Aguçou os ouvidos e percebeu que a voz vinha de uma porta a esquerda.
Será que havia alguém ali? Ou algum fantasma?
Ela engoliu em seco e considerou um pouco a situação. Nunca fora uma pessoa extremamente corajosa, mas naquele momento sua curiosidade falava mais alto que o medo.
Encostou o ouvido na porta e esperou pela voz novamente, e quando os sussurros voltaram ela confirmou que havia alguém ali dentro. Mas o que fazia no escuro aquelas horas da noite?
Sarah tomou um ar de coragem e colocou a mão no trinco da porta, pronta para abri-la, enquanto pensava ainda se era uma boa ideia. Mas logo ela já tinha aberto a porta e entrado no cômodo.
— Tem alguém aí? — e ela mal terminou de falar, calou-se quando viu um grande cão sentado em frente uma mesa, rosnando para ela.
Ela tentou dar um passo para trás mas o cão a seguiu, ainda rosnando bravamente.
Estava perdida! Como sairia dali?
Em pânico, Sarah pensou em gritar por ajuda, mas foi imediatamente impedida quando uma mão tapou sua boca, uma pessoa surgindo de repente em sua frente.
— Não grite. Vai acordar a todos. — era Willian sussurrando para ela.
Ela obedeceu, meneando a cabeça, apenas ficando em silêncio enquanto o marido acalmava o cão, falando com ele em voz baixa. O animal o reconheceu, e ficou calmo, deitando no chão aos seus pés.
Mais tranqüila, Sarah fitou Willian em meio as sombras da única vela no cômodo, e suspirou ao vê-lo fitando-a com irritação.
— O que faz aqui no meu escritório? — ele perguntou sem paciência.
Ela moveu os ombros.
— Estava indo até a cozinha atrás de um copo de água e acho que me perdi. — disse simplesmente, esperando que fosse o bastante.
— Volte para se quarto, senhorita. Não é seguro ficar andando por aí no meio da noite.
Não era seguro? Sarah não entendia qual poderia ser o problema para uma dama procurar por um copo de água no meio da noite. Que tipo de perigo poderia haver ali?
— Não tenho medo de nada, senhor. — ela falou com a voz límpida para que ele ouvisse perfeitamente.
Willian se aproximou dela, a figura dele no escuro dava-lhe arrepios, a forma como ele se movia sorrateiro, e o tom de sua voz tão rouca.
— Pois deveria ter, senhorita. Nunca se sabe que tipo de coisa pode estar a esperando mais a frente. — e de novo, a voz dele soou daquele jeito tão misterioso.
— Ainda assim, eu posso me defender sozinha. Desde que não seja um cão raivoso. — falou, olhando para o animal agora adormecido sobre um tapete.
Ela não tinha a mínima certeza daquelas palavras, e até achava que tinha exagerado um bom tanto, já que não passava de uma senhorita indefesa, que tinha medo de ser assaltada durante uma viagem, e que se tornava volúvel diante daquele homem.
Mas ela não tinha a intenção de se mostrar fraca diante de Willian, que naquele momento ria dela, fazendo pouco caso de suas palavras.
— Volte para seu quarto, senhorita. Chega de aventuras no meio da noite.
— Eu vou. — ela disse dando as costas a ele, indo para a escuridão.
Subiu as escadas novamente, e se esgueirou até o quarto outra vez em silencio, esperando não ter acordado ninguém na sua aventura secreta.
Deitou na cama e respirou profundamente, sorrindo, lembrando da reação de Willian diante dela, sua mão cobrindo sua boca com medo que ela gritasse e acordasse a casa toda. E o modo como ele tentou amedronta-la, de um jeito tão débil e inocente da parte dele.
Sarah estava começando a simpatizar com o marido, conforme o conhecia aos poucos. Trocara apenas algumas palavras com ele, e já ansiava para conversar mais, tinha muito a dizer, e gostaria de ser ouvida, gostaria de manter uma conversa tranqüila com ele sem que Willian entrasse em surto e a excomungasse.
Ela sorriu em meio a escuridão, pensando em como faria para se aproximar ainda mais, conseguir despertar o interesse dele para si, e conseguir enfim que ele se apaixonasse por ela. Era a primeira vez que Sarah pensava naquele enlace como uma relação verdadeira, que pensava em amor. Poderia ela despertar o amor no coração de Willian?
Esperava que sim, estava determinada a isso, e os próximos passos seriam importantes para isto. Pretendia se aproximar e fazê-lo notá-la como mulher.
Ela esperava apenas que tudo fosse fácil e simples, e que o coração dele estivesse próximo de suas mãos.
Ela voltou a adormecer, um sono tranqüilo e cheio de bons sonhos, como deveria ser.
***
Pelo visto ninguém tinha o costume de acordar cedo naquela casa, nem a mãe de Willian, que continuava dormindo, assim como o filho, mesmo com o sol já alto no céu.
Mas Sarah fora acostumada desde pequena a se levantar com o clarear do dia, seus pais a orientaram daquela maneira porque diziam que ela poderia aproveitar mais o dia, e ter mais tempo para todas as tarefas que tinha para fazer.
Ela crescera numa propriedade no interior da Inglaterra, fronteira com a Escócia, e tivera uma infância cheia de aventuras nas Terras Altas. Crescera entre os campos esverdeados, banhou-se no rios cristalinos, e temeu as histórias sobre as florestas mal assombradas. E ainda quando jovem, sonhou com os guerreiros de fama conhecida, perguntando-se se algum dia casaria com algum deles.
Mas os planos do destino foram completamente diferentes, desde a noite em que seu pai chegara em casa com um papel nas mãos, onde seu nome estava escrito ao lado do nome de um homem. Como ela poderia ter se casado se não comparecera ao casamento? Mas sim era possível, um casamento por procuração, um acordo entre dois cavalheiros, um pai que vendia a filha daquela forma horrível.
Sarah tinha perdoado seu pai pelo modo como ele tinha planejado tudo, sem contar-lhe nada, e também perdoara-lhe pelo casamento inesperado, condenando-lhe a uma vida de amargura e infelicidade.
Mas naquela noite, o pai garantira-lhe que ela não precisaria sequer conhecer o marido, que poderia continuar com a vida como bem vivia antes, e que tudo se tratava de apenas um acordo comercial e que não lhe dizia respeito. Porém, como não lhe diria respeito se era sua vida sendo usada daquela forma?
Por isso, dois meses depois da morte do pai, Sarah despediu-se da mãe, dizendo-lhe que precisava encontrar o marido e resolver as coisas. Ela não aceitaria aquele tipo de enlace, uma jovem que acreditava no poder do amor, e que esperara pelo momento que encontrasse um bom marido. Nada poderia ser desperdiçado daquela forma.
Foi assim que Sarah chegou a mansão de Willian, e tinha conhecido o belo lorde dos olhos verdes mais lindos que ela já vira. Seu marido. Seu coração disparava toda vez que pensava naquilo, que estava casada com aquele homem tão bonito, mesmo com as marcas do acidente.
— A senhorita gostaria do desjejum? — a criada perguntou a Sarah, assustando-a.
— Eu aceito. E lorde Willian, ainda dorme? — perguntou enquanto se sentava a mesa.
A criada mudou de expressão, olhando para baixo.
— Bem, ele já saiu, senhorita.
Sarah interessou-se. Aonde ele tinha ido tão cedo?
— E para onde foi meu marido?
Nervosa, a criada hesitou em falar-lhe a verdade.
— Pode dizer a verdade, Kit. — insistiu Sarah.
A jovem assentiu, assustada.
— Lorde Willian vai a casa de jogos todos os dias, senhorita. É lá que ele passa o dia todo. — contou a criada por fim.
Sarah se assustou com aquela informação. Então seu marido era viciado em jogos? Era uma surpresa saber daquilo tão de repente.
— Onde fica essa casa de jogos, Kit?
— Eu não sei, senhorita. A dona se chama Anna, e é uma viúva muito conhecida na sociedade, ela comanda sozinha a casa.
A história ficava cada vez pior.
— Algo mais que eu precise saber?
A criada negou.
— Não, senhorita. Isso é tudo. — respondeu antes de sair depressa.
Sarah ficou sozinha, e pensativa, tentando entender que tipo de costume era aquele que o marido tinha. Era um viciado em jogos, e provavelmente gastava altas quantias em apostas. Isso era ruim.
Assim que pudesse falaria com Cecil, e lhe perguntaria a verdade sobre aquele fato.
***
Mais tarde naquele dia, pela tarde, Sarah pediu para se reunir com Cecil no pequeno jardim na lateral da casa, um convite também para um chá em um dia frio.
A mãe de Willian apareceu sorrindo, sempre bem arrumada, usando um vestido azul escuro e jóias combinando, o penteado impecavelmente arrumado. Sentou-se ao lado de Sarah, que serviu-lhe chá, e perguntou como estava.
— Realmente bem. Estou tendo um ótimo dia. —respondeu animada.
Sarah bebeu do chá quente e sorriu para a mulher. Ela sempre estava feliz, e a jovem não entendia o motivo.
— Há algo que eu gostaria de lhe perguntar, senhora.
—Esteja a vontade minha querida.
Isso era bom. Ela teria liberdade para perguntar livremente sobre assunto. Esperava ao menos que Cecil não ficasse brava com a pergunta, ou a repreendesse.
— Willian por acaso tem vicio em jogos? — perguntou em voz baixa, nervosa.
Cecil ficou pálida de repente, e deixou a xícara sobre a pequena mesa na sua frente.
Sarah achou que ela não fosse responder, que fosse contornar o assunto, ou até mesmo perder a paciência e discutir com ela. Mas a mulher era uma dama e sabia como se portar em situações de desagrado.
— Bem, eu acho que você deve ter percebido algo não é? — quando Sarah assentiu, ela continuou. — A verdade é que Willian passa os dias trancado na casa de jogos, gastando todo seu dinheiro.
— A senhora já tentou falar com ele? — a jovem perguntou, empenhada.
Cecil fungou, as lágrimas caindo por seu rosto, a sensação de impotência a dominando, porque não podia fazer nada a respeito.
— Ele não me ouve, querida. Já tentei dizer que ele está colocando toda nossa fortuna fora, mas é inútil, ele continua indo todos os dias a casa de jogos. — limpou as lágrimas com o dorso da mão e respirou fundo. — Aquela desavergonhada, dona da casa deve tê-lo seduzido para que ele não saia mais de lá.
— Ouvi falar de Anna. Ela parece ser bem ousada, verdade? — Sarah disse com o coração doendo, imaginando ela com o marido.
Se aquilo fosse verdade, seria mais um capítulo de dor e sofrimento em sua vida, e dificultaria ainda mais seu plano de conquista. Ela não tinha contado com o fato de que Willian poderia ter uma amante em sua ausência.
— O que pretende fazer, querida? Sei que Willian não te ouve e mal sequer a olha, então como poderá fazer algo?
— Vou pensar em alguma coisa. — disse determinada.
Ela não ficaria parada vendo o marido gastar inutilmente todo o seu dinheiro, e nem se afundar a um tipo de vida errada. Se empenharia em fazê-lo ver o caminho certo.
Falaria com ele assim que tivesse oportunidade, e resolveria a questão de uma maneira simples. Bom, assim esperava ela.
***
E quando a noite caiu e Willian chegou em casa, Sarah já estava preparada para lhe falar. Esperou que ele trocasse de roupa e descesse para seu escritório em silencio, ignorando os chamados para o jantar.
Ansiosa, ela repensou em tudo que tinha pensado em lhe dizer, e a forma com falaria sem que ele tivesse um ataque de raiva ou algo do tipo. Então, ela bateu a porta devagar, esperando que ele a mandasse entrar.
Mas em vez disso a porta foi aberta por ele, que a olhava com raiva, as feridas no rosto dando um ar fantasmagórico ao homem. Ela engoliu em seco, as palavras sumiram de sua mente e já não sabia mais o que dizer.
— O que foi? — ele perguntou examinando-a com o olhar diretamente em seu rosto.
Ela encarou aqueles olhos verdes que relampejavam à luz das velas, e por um momento esqueceu o que tinha vindo fazer ali. Eram tão verdes como os campos da Escócia, tão belos como ela nunca antes tinha visto.
Precisou esforçar-se para voltar a consciência ao plano inicial, e sorriu-lhe a ele, esperando que funcionasse.
— Queria lhe falar alguns minutos, senhor. — respondeu em atraso, pouco depois.
— Estou ocupado. — ele estava fechando a porta, mas ela se interpôs no meio, bloqueando-o. — O que está fazendo?
— Ouça-me apenas um momento, por favor. — pediu ela, desesperada.
Ele entrecerrou os olhos para Sarah, e abriu a porta um pouco.
— Tem poucos minutos para dizer o que quer, senhorita. — aceitou ele, deixando-a passar.
Sarah entrou no escritório, e deu de encontro com o cão da noite anterior, olhando-a com atenção. Ela se afastou do animal, ficando do outro lado do cômodo.
— Vou ouvi-la agora. — Willian disse sentando-se em sua cadeira.
Ela também se acomodou na cadeira em frente a ele, antes mesmo que ele a autorizasse a fazê-lo, e embolou as mãos sobre o colo, nervosa em como falaria aquilo a ele.
Como começar? Dizendo-lhe que sabia que ele saía todos os dias para jogar? Perguntando-lhe se tinha uma amante?
— Sua mãe comentou comigo que está preocupada com o senhor. — tentou ela, indo por um caminho mais seguro.
Willian arqueou uma sobrancelha, curioso sobe aquilo.
— Preocupada como o que, senhorita?
Sarah abriu a boca e fechou sem nada dizer, em verdadeiro pânico.
O marido a fitava com diversão, tentando entender o que acontecia com ela, por que as palavras lhe faltavam.
Mas a coragem venceu o medo e Sarah conseguiu falar.
— Preocupada que o senhor esteja viciado em jogos de azar. — sua voz soou baixinha, mas o marido conseguiu ouvi-la.
O rastro de diversão sumiu do rosto de Willian, uma sombra de puro descontentamento tomando conta da sua expressão. Ele se recostou na cadeira e respirou fundo.
— Está se metendo em um assunto que não lhe diz respeito, senhorita. Pode sair se já acabou.
— Entendo que seja desagradável para o senhor...
— Talvez seja necessário que eu explique melhor as coisas, senhorita. — interrompeu-a no mesmo instante. — Este terrível arranjo que estamos envolvidos é apenas um acordo comercial entre dois homens, e não denota em nenhum tipo de sentimentos.
— Eu sei. — Sarah disse abaixando a cabeça.
— Sei que sonha em tornar esse casamento real, mas me permita dizer que está cometendo um grande erro, senhorita. Eu não tenho nenhum tipo de interesse em você, e não terei no futuro.
Ela estava calada, ouvindo tudo aquilo sem ter o que dizer, sem ter qualquer reação, porque no fundo ele estava certo e ela sabia disso. Mas Sarah tinha esperanças, era por isso que estava ali, porque ainda acreditava com toda sua fé ser possível tornar aquele casamento real. E não importava se ele não acreditava nisso, ela tinha fé pelos dois, e não pretendia parar de lutar.
— Suas palavras são amargas, meu senhor. Mas eu tenho certeza que o senhor se arrependerá delas no futuro. — falou, corajosa.
Willian se aproximou, sem acreditar no que ouvira.
— Está me desafiando?
— Eu não me atreveria, senhor. — ela disse tranquilamente.
Ele se levantou e caminhou pelo escritório em silêncio, e Sarah ficou em expectativa, esperando pelo que ele ia fazer.
— Por que ainda está aqui, senhorita? Retire-se imediatamente. — ele trovejou, a voz alta e ríspida.
Ela ficou de pé no mesmo instante. Passou por ele e estava saindo quando ele voltou a falar.
— Volte para casa, mulher. Você não conseguirá nada aqui.
— Vamos ver então, senhor. — ela sussurrou antes de abrir a porta e sair.
Sarah não sabia se ele tinha ouvido sua ultima frase, e já não se importava se sim, porque depois e ouvir tantas palavras amargas ela tinha ainda mais certeza de que precisava ficar naquela casa, e conquistar o coração do lorde fantasma.
Willian era um homem amargurado, e ela sabia disso. Seu pai lhe contara sobre o acidente, a relação com o primo e como tudo acontecera. Ela tinha pena dele, doía-lhe o coração pensar que ele tivera que passar por tudo aquilo, ter seu rosto deformado por um motivo tão débil. Ele merecia um destino melhor.
Resignada, Sarah voltou ao seu quarto, ainda pensando em como as coisas poderiam melhorar, e o que ela poderia fazer. Mas estava muito cansada par pensar em qualquer coisa, então apenas deitou-se para dormir, suspirando na cama macia.
Dessa vez sonhou com coisas boas, com a antiga vida no campo, e como passeava pelos campos verdes e nadava nos rios cristalinos.
Quando acordou na manhã seguinte, desceu para o primeiro andar e não se admirou ao notar que era a única acordada aquela hora. Sem pressa, tomou o desjejum sozinha na grande sala vazia, e pensou em Willian, se ele já saíra para os jogos ou estava dormindo.
— Onde está Willian, Kit? — perguntou a criada.
A jovem sorriu antes de responder.
— Dormindo, senhorita.
Sarah assentiu, sabendo então que o marido não tinha acordado ainda, mesmo já sendo tarde. Ele precisaria mudar esse costume vergonhoso de acordar ao meio dia.
A criada voltou, dizendo que havia um homem procurando por Willian, dizendo que era urgente. Curiosa com o que estava acontecendo, Sarah foi até o homem, um rapaz na casa dos vinte anos, usando roupas boas e um chapéu engraçado.
— Posso ajudá-lo?
— Somente com o lorde fantasma, senhorita. — respondera ele.
— Ele não pode recebê-lo agora. Eu posso dizer a ele assim que vê-lo, entende?
O menino considerou por alguns instantes, e depois de um tempo acenou com a cabeça concordando.
— É que as contas do lorde fantasma estão atrasadas, e precisam ser pagas.
— Contas de jogos?
— Sim, senhorita. Da casa de jogos da senhora Anna. Precisa pagar as dividas.
— E quanto ele deve?
— Oito mil, senhorita. — o rapaz respondeu, assustando Sarah.
Tudo aquilo? Era uma pequena fortuna.
— Eu avisarei a ele, rapaz.
O rapaz concordou, e deixou o salão. Sarah ficou sozinha, pensativa sobre aquilo. Então o marido tinha contraído dívidas e precisava pagá-las.
Já tinha passado da hora de fazer alguma coisa, pensou, determinada.
Willian que se preparasse, pois Sarah não deixaria as coisas daquela forma.
CZYTASZ
Uma esposa para o lorde fantasma
Historical FictionLorde Willian se isolou em sua casa desde o acidente que lhe retirou parte da visão e deformou seu rosto, ganhando o apelido de lorde fantasma. Ele precisou refletir sobre seu passado, e seguiu a vida com um casamento de conveniência acordado com o...