No outro dia, o dia mal tinha raiado e o lorde já estava de pé, esperando pelo amigo, que apareceu pouco depois, e juntos, a cavalo, puseram-se em marcha na direção do porto, onde Willian tinha negócios a tratar.
Ele finalmente saberia se investir em barcos de mercadorias era uma boa ideia, se podia render um bom dinheiro. O lorde não estava em uma boa situação financeira, mas se investisse no negócio certo talvez poderia recuperar o que perdera nos últimos meses. Anthony garantira que o negócio dos barcos era rentável, e bastaria um certo investimento para que rios de dinheiro entrassem para Willian. Ele estava disposto a tentar.
Sarah acordou mais tarde, assim como Cecil, que desceu para o desjejum bocejando de sono, sentando-se a mesa ao lado da nora, cumprimentando-a com um gesto de cabeça.
— Willian partiu muito cedo. Foi ao porto ver algo sobre barcos. — contou Cecil.
— Ele pensa em investir em barcos?
Cecil suspirou.
— Eu não sei. Ele não quis me dizer.
Sarah concordou, em silencio.
Uma criada apareceu correndo, as bochechas vermelhas, e pediu para falar com Cecil. A senhora ordenou que a jovem falasse.
— Há uma senhora esperando para vê-la. — a criada disse rapidamente, sem ar.
— Quem é a essa hora?
A criada tinha os olhos arregalados, e pediu para falar novamente.
— Ela diz que se chama Erica, senhora. — explicou a jovem.
Cecil dispensou a criada, pensando no nome que ela tinha dito.
— Sara, querida, temos visita. Me acompanhe até o salão, sim?
A jovem a acompanhou até o salão, e surpreendeu-se ao ver uma mulher de cabelos cor do fogo sentada as esperando. Ao vê-las, a mulher se levantou, revelando uma protuberante barriga de provavelmente mais de oito meses de gravidez.
— Oh, tia Cecil. Quem bom vê-la. — a mulher abriu os braços, envolvendo Cecil em um abraço.
Quando se afastaram, Cecil sorriu, olhando com admiração para a mulher que não era muito mais velha que Sarah.
— Está tão linda, Erica. — elogiou Cecil.
— E você deve ser Sarah. — Erica disse para a jovem ao lado, que sorriu-lhe, envergonhada.
— Vejo que me conhece. — falou Sarah.
Erica sorriu.
— E como eu não conheceria a esposa do meu primo Willian? Ouvi falar de você, querida.
— Ora, e você como está? Vejo que próxima de parir. — falou Cecil, apontando para a barriga da sobrinha.
Erica passou a mão pela barriga e riu.
— Ainda tenho dois meses de espera, tia.
— Venha, sente-se um pouco, deve cansar de ficar em pé. — ofereceu Cecil, indicando o sofá para ela.
— Eu fico feliz de tê-la encontrado, tia. A criada me disse que haviam chegado da propriedade ontem.
Cecil assentiu.
— Passamos alguns dias no campo, menina. O ar era bom e me fazia bem.
— Eu entendo, tia. — garantiu Erica.
Sarah estava sentada ao lado das duas em silencio, apenas ouvindo a conversa, sentindo-se um pouco excluída.
— E você, Sarah, como tem estado o casamento com Willian?
A jovem engoliu em seco. Contaria a verdade a ela assim tão de repente? Ela parecia de confiança.
— Willian não me aceita como esposa. — falou, dizendo a verdade.
A expressão de Erica foi de pura pena.
— E você tem feito algo para mudar isso?
— Eu tenho tentado convencê-lo a todo custo, mas tem sido falho meu plano. Quando eu achei que tinha dado certo, houve um imprevisto, e então tudo desandou. — explicou ela.
Erica respirou fundo, tomando ar, e pôs-se a pensar.
— Eu acho que posso ajudá-la, Sarah.
— Pode?
Ela balançou a cabeça, concordando.
— Criaremos um bom plano juntas, e tenho certeza que seu marido se renderá a você.
— Eu não sei se é possível. — reclamou Sarah.
— Não tenha dúvida do que estou falando, querida. Seu marido vai se apaixonar por você em pouco tempo. — garantiu Erica.
A jovem questionou-se se devia confiar na prima para que criasse realmente um plano. Ela decidiu confiar, mesmo não conhecendo nada sobre a mulher. Era um tiro no escuro.
As três passaram o resto do dia conversando, Erica explicando como a morte do marido tinha acontecido, há cinco meses, quando levara um tiro de um credor irritado, causando-lhe a morte. Desde então a jovem ficara sozinha, grávida, com o destino jogado as mãos da sorte. Mas Erica era forte, e tinha conseguido se manter com as quantias que o marido deixara, e acreditava que podia viver muitos anos com essa reserva.
Estava visitando a tia com a desculpa de estar com saudades, apenas para aliviar a solidão que sentia e que se abatia sobre ela. Não queria mais ficar sozinha, e era por isso que tinha decidido visitar a tia.
Willian retornou da noite do dia seguinte, depois de uma viagem de mais de cinqüenta milhas, o que foi extremamente exaustivo. Ele entrou e passou direto para seu escritório, ignorando a presença da prima também. Ele estava cansado, e precisava ficar um pouco sozinho, para reorganizar os pensamentos.
Ficou traçando sozinho tomando um pouco de brandy, enquanto seu cão ficava aos seus pés brincando, e ele refletia se havia feito um bom negocio alugando aquele navio para compra de cargas. Era um ajuste arriscado, e demandara uma grande quantia de dinheiro, o qual ele tinha contado com muito custo.
Respirou fundo, sabendo que nos próximos dias saberia se o negocio havia dado certo ou não.
Demorou para decidir deitar-se, e subiu para o andar de cima devagar, esperando não acordar ninguém. Ao menos merecia uma boa noite de sono.
***
Sarah estava furiosa. Willian tinha ido a casa de jogos novamente, tinha voltado a antiga vida, e ela estava com os nervos a flor da pele.
Podia imaginar que aquilo aconteceria quando voltassem, mas não esperava que fosse tão de repente.
A jovem estava decidida a dizer a ele algumas palavras, fazê-lo entender que estava errado, e quem sabe conseguir fazê-lo mudar de ideia.
Já era noite, e ela esperava por ele sentada no sofá no salão principal, sozinha, no escuro, iluminada por apenas uma vela.
A porta se abriu e ele entrou, cambaleando, dizendo coisas inaudíveis, tropeçando nos próprios pés. Estava completamente bêbado.
Sarah levantou e foi até ele, se aproximando devagar para não assustá-lo.
— Senhor, por favor, cuidado. — ela disse segurando-o pelo braço.
Willian se afastou, dando um passo para trás.
— O que você faz aqui senhorita? — ele perguntou com a língua enrolada.
— Estou te ajudando a subir para o quarto. Vamos. — Sarah pegou-o pelo braço e o arrastou para os degraus, mas ele continuava a cambalear. — Ande, suba mais um.
Com dificuldade, Willian subiu os degraus, parando de vez em quando para rir, sem sentido algum. Sarah estava agarrada a seu braço, e o puxava para o quarto.
Ele parou no meio do corredor e apontou para Sarah.
—A senhorita foi muito má comigo. — disse tropeçando nas palavras.
Sarah abriu a porta do quarto e o empurrou para dentro, fechando a porta em seguida. Ele tropeçou e caiu sobre a cama, gemendo como se sentisse dor.
— Agora durma, senhor. — ela falou, pronta para ir, mas foi impedida, Willian a segurou pela mão e a puxou para mais perto. — O que foi?
— Quero sentir seu perfume, lembrar como cheira bem. — ele a fez sentar-se na cama, e ele fez o mesmo, ficando muito próximos.
— Não sei o que está dizendo, senhor. Por favor...
Ela se calou quando ele aproximou o rosto de seu pescoço, e pôs-se a inalar seu perfume.
— Tão doce. — ele murmurou, removendo o cabelo para o lado, beijando a pele pálida, fazendo-a arrepiar-se.
Sarah se controlou para não soltar um gemido, ficou imóvel, enquanto Willian continuava a atormentá-la.
— Há tantas coisas que eu quero fazer com a senhorita. Muitas impronunciáveis. — arrastou os lábios pelo pescoço dela e subiu até o queixo, onde beijou-a com paixão.
— Senhor, por favor... — ela implorou, respirando com dificuldades.
Willian puxou para baixo o vestido dela, revelando os ombros e os seios cobertos apenas por uma fina camisa branca. Antes que ela pudesse reclamar, ele estava com as mãos cobrindo seus seios, estimulando-os com o polegar, instigando-os sobre o fino tecido.
Ela engoliu em seco, mas não reagiu.
Nem mesmo quando Willian começou a beijar as comissuras de sua boca, devagar, estimulando-a a responder. E por Deus, como ela tentou ser forte e continuar imóvel, mas ela era mortal como qualquer outro, por isso, correspondeu-lhe o beijo.
Ele tomou a boca dela, investindo com a língua, deslizando os lábios com desejo sobre os dela, convidando-a fazer o mesmo. E ela se entregou, sem reservas, oferecendo-se a ele.
Beijava-a com paixão, e iria mais longe, se não fosse alguma parte de seu cérebro acordar e dizer-lhe que o que estava fazendo era errado. Foi assim que Willian afastou-se de repente.
— Vá para seu quarto, senhorita. E esqueça que isso aconteceu. — ele disse olhando para o outro lado.
Ela se levantou rapidamente, erguendo o vestido, sentindo as bochechas quentes de vergonha. Saiu do quarto com um último olhar para Willian, sentado na cama, olhando para as próprias mãos, um pouco confuso.
Sarah correu para o quarto dela, onde respirou com tranqüilidade, ainda sentindo o corpo quente pelo contato que tivera com Willian.
Ela sorriu olhando-se no espelho, vendo-se daquele jeito, despenteada e desarrumada, mas completamente feliz.
A jovem sabia que o marido não havia se esquecido dela, que ainda havia uma chama de paixão entre os dois. Era uma chance em suas mãos, pensou Sarah, determinada a ter Willian para si finalmente.
Aceitaria a ajuda de Erica, e conquistaria o coração do marido definitivamente, ele a entenderia o engano sobre o beijo, e a aceitaria finalmente.
Willian a desejava, ela sabia. E ela sentia o mesmo. Era quente a abrasador, e a jovem não via a hora de entregar-se completamente a ele. Sua mãe havia lhe contado em detalhes o que acontecia a um casal depois do casamento, e ela estava ansiosa para que isso acontecesse.
Sarah deitou-se esperando que no dia seguinte Willian ainda se lembrasse do que tinha acontecido e fosse consciente dos efeitos que causara no coração da jovem.
Ela adormeceu, completamente em paz.
***
No outro dia, Sarah encontrou Erica no salão principal, junto de Cecil que a convidou a sentar. Ao lado da sogra, a jovem fitou a prima, que tinha algo a lhe dizer.
— Estou esperando Willian. Avisei que quero falar com ele. — explicou Erica sorrindo.
— Ele está vindo, veja. — anunciou Cecil, apontando para as escadas.
Willian apareceu, todo bonito em um belo conjunto de roupa preta e branca, botas bem lustradas, e o cabelo bem penteado. Estava lindo, pensou Sarah.
Ele se aproximou com receio ao ver todas aquelas mulheres reunidas, algo lhe dizia que não era uma boa coisa.
— É bom vê-la de novo, prima. — ele disse ao passar por Erica, e se sentar num lugar vazio no sofá ao lado de Sarah.
— Eu digo o mesmo, Willian. — falou Sarah, cumprimentado-o.
Willian olhou para Sarah, que corou imediatamente, e ele recordou o que havia acontecido na noite anterior, o que serviu para deixá-lo ainda mais desconfortável.
— O que é tão importante que desejava me ver, prima? — perguntou ele, querendo saber logo do que se tratava tudo aquilo.
Erica passou a mão pela barriga e suspirou.
— Eu soube do seu casamento, e soube também do escândalo que aconteceu em seguida. E achei conveniente informá-lo que o escândalo não vai passar até que faça algo. — contou a jovem, olhando de lado para o primo, esperando a reação dele.
Willian pareceu prender a respiração, irritado. Mas de repente inclinou-se para frente e começou a falar.
— E o que eu poderia fazer? — quis saber ele, ansioso.
Um sorriso recorreu o rosto de Erica, que logo controlou-se.
— Voltar a freqüentar a sociedade, e mostrar que está vivendo um casamento de verdade com sua esposa. Essa é minha aposta. — concluiu ela, determinada.
Willian a fitou por alguns instantes, antes de começar a rir.
— Só pode estar brincando. — acusou ele.
— Estou falando muito sério, primo. Essa é única maneira de que esse escândalo passe. — explicou Erica.
Ao lado do marido, Sarah ouvia tudo atentamente, e assustou-se com a sugestão de Erica, ela não esperava ouvir aquilo. Mas no fundo fazia sentido, e por Deus, Sarah podia jurar que funcionaria.
Quanto a Willian, estava quieto, pensativo com o que acabara de ouvir. Voltar a sociedade com aquela aparência? Não, ele não poderia. Não queria ser motivo de fofocas mais uma vez. Ele estava muito bem assim, escondido em casa, sem ter contato com ninguém. O único problema era o escândalo, que não diminuíra, apenas crescera mais, agora com a desculpa de que o lorde tinha fugido para o campo para evitar comentários. Ele não tinha saída.
— Eu não poderia voltar, não como estou agora. — ele comentou, a voz cheia de tristeza.
— É claro que poderia, senhor. — interviu Sarah, olhando para ele.
O lorde a fitou com interesse, esperando que ela continuasse.
— Eu estarei ao seu lado, senhor. Posso ajudá-lo. — ofereceu ela.
— Mesmo assim, eu sofreria com os comentários. — insistiu ele.
— Basta ignorar o que os outros dizem sobre você, primo. — garantiu Erica.
Willian ficou em silencio, pensando sobre aquilo.
Poderia ele fingir um casamento real com Sarah apenas para abafar um escândalo? Suportaria ele os falatórios sobre sua aparência? Permitiria-se ele colocar sua vida de cabeça para baixo apenas para que parassem de falar dele?
Ele decidiu que não, era um custo muito alto, e ele não iria fazer essa aposta.
— Sinto muito, mas teremos que pensar em outro jeito. — respondeu ele, decidido.
Sarah lamentou a escolha dele, mas evitou confrontá-lo, para deixá-lo ainda mais irritado. Ele poderia mudar de ideia mais tarde, talvez.
— Pense bem em sua decisão, primo. — disse Erica.
— Eu farei. — rebateu Willian.
Ele se levantou, e com um último olhar a Sarah, saiu, indo para a porta da frente da casa.
Decepcionada, Sarah sabia onde ele estava indo, a casa de jogos, ver Anna, tê-la em seus braços. Isso a frustrava. Não havia nada que pudesse fazer para que ele parasse de ir a aquele lugar, ele não a ouviria sequer um minuto sobre isso.
— Ele mudará de ideia. — comentou Erica, pouco depois.
— Eu o farei mudar de ideia. — garantiu Sarah, determinada.
— Gosto desse espírito, Sarah. — elogiou a jovem, sorrindo-lhe.
— Meu filho é muito teimoso. — desabafou Cecil, ao lado.
— Mas ele será dobrado por Sarah, tia, eu tenho certeza disso. — disse Erica.
Sarah sentia que podia convencer Willian sobre voltar a sociedade, ele poderia escutá-la ao menos um pouco e por fim ela poderia convencê-lo. O esperaria a noite, e falaria com ele.
As três continuaram conversando, Erica explicando melhor o plano a Sarah, que assentia a tudo, admirada em como a prima tinha conseguindo pensar em tudo aquilo.
Sarah tinha passado a confiar no plano de Erica, que consistia em forçar Willian a voltar a sociedade, e fingir que o casamento com Sarah fosse real. E durante este caminho, haveria espaço para que a jovem fizesse o marido se apaixonar por ela, enxergar a verdadeira face de Sarah. Era um plano audacioso, e podia dar errado, fazendo o marido odiá-la, mas a senhorita estava disposta a tentar.
Já era noite quando Sarah se retirou ao seu quarto, e esperou por Willian, que naquela noite parecia demorar a chegar. Enquanto o esperava, a jovem sentara em frente ao espelho e penteara os cabelos de um jeito novo, prendendo as mechas com grampos decorados, dando-lhe um ar de jovialidade, e aplicou um pouco de pó facial deixando a pele ainda mais branca. Olhou-se no espelho e sorriu, pensando no quanto tinha amadurecido nos últimos tempos, e como seus pensamentos estavam cheios ultimamente.
Ela ouviu um barulho de porta fechando, e logo desconfiou que era Willian que havia chegado.
Sarah arrumou o vestido e endireitou a postura, enquanto saia de seu quarto, e ia até o do marido.
Parada em frente a porta, ela precisou tomar um pouco de coragem, até dar duas batidinhas na porta, esperando o marido abrir.
Willian abriu a porta, e a espiou de dentro.
— O que quer senhorita?
— Falar-lhe, apenas um minuto. — disse ela.
Ele espremeu os olhos na direção dela, e ponderou por um momento, antes de abrir a porta.
— Entre. — indicou ele.
Ela entrou no quarto mal iluminado, e as lembranças da noite anterior voltaram com força, fazendo-a corar. Mas ele não podia ver com a pouca luz.
— O que deseja me falar?
Ela colocou as mãos em frente ao corpo, as mãos unidas.
— Vim pedir para que aceite o plano de Erica, senhor. Por favor, considere-o. — pediu ela.
Willian suspirou, cansado daquele assunto.
— Eu só tenho a perder com este plano, senhorita. Não posso aceitá-lo. — argumentou ele.
Sarah deu dois passos para frente, para perto dele.
— Sim, pode. Serão apenas alguns dias, senhor. Nada mais do que isso. Depois disso poderá voltar a viver normalmente. — explicou a jovem.
— Ainda assim, quem garantirá que o escândalo acabe?
Ela o olhou profundamente, e ele sentiu que havia alguma coisa de diferente nela.
— Só saberemos se tentarmos, senhor. Por favor, eu lhe peço que aceite. — ela disse abaixando a cabeça em um gesto de humildade.
Willian passou a mão pelos cabelos, exasperado.
Deveria aceitar por fim? Seria essa mesmo a única forma de controlar o escândalo de tomar grandes proporções? Ele suportaria tudo que aconteceria? Aguentaria ser visto novamente?
— Eu concordo. — disse ele finalmente.
Um sorriso bonito tomou conta dos lábios de Sarah, que mal sabia onde colocar as mãos, tamanha felicidade.
— Fez uma ótima escolha, senhor. Vamos consertar isso. — ela falou animada.
— Vamos? — ele perguntou achando graça.
O sorriso dela sumiu.
— Bem, eu prometi ajudá-lo, senhor. — respondeu ela sem jeito.
Willian adiantou um passo, ficando mais próximo dela, que prendeu a respiração, ansiosa.
— Respire, senhorita. — ele disse rindo.
Ela soltou o ar preso nos pulmões, e passou por Willian, rumo a porta.
— Preciso voltar ao meu quarto.
— É melhor. — Willian falou com a voz rouca.
Sarah não perdeu tempo, abriu a porta e saiu do quarto do marido, correndo pelo corredor, indo direto para o seu, onde entrou, soltando o ar dos pulmões novamente, decidiu que estava segura.
Tinha conseguido. Convencera Willian a aceitar o plano. E fora mais fácil do que ela tinha imaginado. Sendo assim, em breve, ela passaria a se comportar realmente como a esposa de Willian, e agiria assim na frente de todo mundo. A única coisa que deixava Sarah nervosa era os comentários que se sucederiam sobre a aparência do marido e como ele lidaria com isso. Ademais, a jovem estava feliz porque realizaria um dos seus sonhos; participar de algum evento na sociedade londrina.
Estava ansiosa para isto.
CZYTASZ
Uma esposa para o lorde fantasma
Historical FictionLorde Willian se isolou em sua casa desde o acidente que lhe retirou parte da visão e deformou seu rosto, ganhando o apelido de lorde fantasma. Ele precisou refletir sobre seu passado, e seguiu a vida com um casamento de conveniência acordado com o...