Capítulo Nove

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No dia seguinte, Sarah acordou lentamente, os raios de sol ultrapassando a cortina e batendo diretamente em seu rosto

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No dia seguinte, Sarah acordou lentamente, os raios de sol ultrapassando a cortina e batendo diretamente em seu rosto. Sentou-se e notou a figura do marido sentado nos pés da cama, admirando-a.
Assustada, ela cobriu-se com a coberta e o fitou com estranheza.
— Desculpe se a assustei. Queria garantir que estava bem ao acordar. — explicou ele.
Ela assentiu.
— Está tudo bem. Obrigada pela preocupação. — ela respondeu em voz baixa.
— Como nada aconteceu, você já pode sair daqui.
— Posso deixar seu quarto?
Ele balançou a cabeça concordando.
Sarah sentiu-se um pouco triste de repente. Teria que deixar os aposentos do marido, quando havia gostado de estar ali.
— Eu queria perguntar ao senhor, por que tamanha preocupação comigo?
Willian estava sério, mas então um pequeno sorriso surgiu em seu rosto. Ele se aproximou dela para que ela pudesse ouvi-lo melhor.
— Porque no final de tudo você ainda é minha esposa, senhorita.
O coração de Sarah estava aos pulos ao ouvir aquilo, ela tinha desejo de jogar-se nos braços dele e dizer-lhe que o amava. Mas ela precisou se manter impassível, sem demonstrar nenhum sentimento.
— Sim, eu sou sua esposa, senhor. — concordou ela.
Willian ficou de pé, com as mãos nos bolsos da calça.
— Vou deixá-la levantar-se, senhorita. A esperarei para o desjejum.
— Eu já desço, senhor. — ela disse enquanto ele saía.
Sozinha, Sarah levantou da cama e ficou de pé no meio do quarto, fitando os detalhes com interesse. Foi até a janela e espiou para baixo, vendo os criados trabalhando, carregando lenha. Já devia ser tarde, ela dormira muito. Mas tivera bons sonhos, e o principal era Willian a beijando, abraçando e a tratando com carinho. Se tornaria realidade? Ele admitira há pouco que ela era sua esposa, e isso era um grande avanço. Talvez as coisas começassem a dar certo a partir de agora. Ele estava cedendo aos poucos.
Animada, Sarah deixou o quarto de Willian e foi até o seu para trocar de roupa e lavar-se, e enquanto isso, no andar de baixo, o marido a esperava sentado a mesa.
Willian estava imóvel, fitando os talheres sobre a mesa, enquanto sua mente estava em um lugar distante, mas seus pensamentos rodeavam a jovem no andar de cima, como se ela fosse alguma jóia preciosa a ser cuidada. Ele precisava admitir que sua relação com a jovem havia mudado, e por tanta insistência dela, ele começara vê-la como sua esposa, e admitiu que talvez devesse dar um chance a isto. Ele podia ter uma esposa, no final, nada o impedia disso, e as amarras do passado ele podia simplesmente deixá-las para trás.
Conquistaria a confiança de Sarah aos poucos, e quem sabe a faria apaixonar-se por ele mesmo com as feridas que lhe cobriam o lado esquerdo do seu rosto, e o deixavam com a aparência horrível.
Talvez houvesse uma chance de recomeço com Sarah, talvez juntos pudessem recomeçar a vida, sem réstias do passado, olhando para o futuro. Poderiam, quem sabe viverem bem, e em nome de Deus, talvez pudessem até mesmo ter filhos.
Willian tinha começado a sonhar, e agora nada mais tirava aquele sentimento dele. Ele havia decidido que seria assim, e ninguém o faria voltar atrás.
Sarah desceu as escadas, e Willian se levantou para esperá-la. Ela parecia nervosa com tudo aquilo, e ele entendia-a.
— Sente-se. — disse ele, indicando o lugar dela.
A jovem sentou com as mãos no colo, o olhar baixo.
Willian pediu as criadas para que servissem a comida, e a todo momento Sarah continuava muda, as mãos sobre as pernas e o olhar para o colo.
— Está com uma boa aparência hoje. Suas bochechas estão coradas. — elogiou Willian.
Sarah olhou para ele.
— Me sinto bem, senhor.
Willian concordou. Era bom vê-la bem finalmente. O desmaio do dia anterior o assustara, mas precisara manter a calma. No fundo ele sabia que ela ficaria bem, e foi um alivio vê-la acordar. E vê-la tão bem o deixava feliz, porque tudo não passara de um acidente.
— Pensei que poderíamos olhar a horta esta manhã, pretendo plantar mais algumas coisas e queria sua opinião. — falou ele, tomando um gole de chá.
Sarah terminou de comer e o fitou. Tinha um sorriso bonito nos lábios.
— Eu adoraria, senhor. Podemos ir quando quiser. — disse de pronto, colocando o guardanapo sobre a mesa.
— Me espere na horta em meia hora, eu vou pegar mais algumas sementes no estábulo que encomendei a Eddy. — ele disse se levantando.
Sarah continuou sentada, vendo-o sair, e ficou feliz ao ver Cecil descendo as escadas.
A senhora bocejou e espreguiçou-se antes de sentar a mesa.
— Bom dia minha querida. Acordou mais tarde hoje, sim?
— Um pouco mais tarde do que o costume, é verdade. — confirmou ela.
— E Willian onde está? — Cecil perguntou enquanto uma criada a servia.
— Atrás de algumas sementes. Vamos plantar na horta.
— Quer dizer que seu plano está dando certo, menina?
Sarah deu de ombros.
— Eu acho que sim. — sorriu confidente.
Ela ficou conversando com Cecil por um tempo, até que lembrou-se que deveria estar na horta esperando por Willian, e levantou-se correndo. Desceu as escadas da frente da casa rapidamente, e se dirigiu a horta, que ficava atrás da casa. Quando chegou lá, Willian a esperava, com um saco de sementes na mão.
— Desculpe, me atrasei, senhor.
— Tenho algumas sementes de legumes, e pensei em plantarmos. Ou melhor, eu planto, e a senhorita observa, não quero que se suje. — ele explicou.
Sarah concordou. Ficou ao lado, enquanto via Willian preparar a terra, arando-a. Em seguida ele começou a plantar as sementes, adicionando duas por cova, com distancia de um passo da outra.
— E assim veremos nascer pés de pepinos e tomates. Bem, não sei se ainda estaremos aqui para ver isto, mas eles com certeza nascerão.
— Acredita que voltaremos logo para Londres, senhor?
Willian olhou para ela.
— Em breve as coisas estarão melhores e poderemos voltar. — ele disse enquanto ainda plantava.
O coração de Sarah se apertou. Voltar para Londres significava que Willian estaria perto da dona da casa de jogos novamente. E isso ela não queria. Não agora que as coisas estavam indo bem.
Enquanto Willian terminava de plantar e Sarah o esperava, uma chuva forte começou a cair sobre a terra, fazendo o marido parar o que estava fazendo e segurar a esposa pelo braço, puxando-a.
— Venha comigo. — ele gritou para ela.
Correram até o local onde se guardava a lenha, onde puderam abrigar-se, encolhidos num canto.
Sarah estava espremida contra a parede, e Willian estava em cima dela, o cheiro do marido entrando em seu nariz e a fazendo quase suspirar.  Ela tinha a cabeça no ombro dele, e quando olhou para cima, encontrou-a fitando.
— Senhorita, como pode ser tão pequena? — ele falou segurando-a pelos braços.
Ela arrepiou-se com o contato, as mãos molhadas contra sua pele.
— E-eu não sei. — ela gaguejou.
Seus olhos encontraram os dele, esverdeados e tão bonitos, cheio de uma emoção desconhecida. Mas então o olhar dele se desviou para seus lábios, e ela estava certa, em nome de tudo que fosse sagrado que ele a beijaria.
— Pequena e doce. — Willian a segurou pelo queixo, e se abaixou um pouco mais. — Inferno, como quero beijá-la.
Beije, então. — queria dizer ela.
Os lábios dele cobriram os dela, de um jeito explosivo, a língua serpenteando para dentro da boca dela, arrancando-lhe um gemido rouco quando as línguas tocaram-se, num sinal claro de paixão. A mão de Willian desceu pelo corpo de Sarah, e ele segurou-a pela cintura, enquanto com a outra mão acolhia seu rosto. Beijavam-se com desespero, a jovem agarrada ao casaco do marido.
Ele se afastou, inebriado, desejoso de mais. Mas alguém precisava ter controle da situação, e precisava ser ele.
A soltou, fazendo-a cambalear sobre seus pés, e notou-a agarrada a seu casaco. Ele sorriu, sabendo que ela tinha gostado do beijo.
— A chuva parou. — ele anunciou.
Sarah soltou-o, e aproveitou para sair do pequeno esconderijo.
Não olhava para o marido, tamanha a vergonha que sentia depois do beijo.
Mas ele não queria que ela sentisse vergonha dele, pelo contrario, queria que Sarah falasse com ele sobre o que sentia e o que desejava. Willian queria alguém com quem pudesse conversar livremente, sem amarras.
— Eu devo voltar. — ela disse ainda de cabeça baixa.
—Eu a acompanho. — ele falou indicando o caminho ao lado dela.
Caminharam juntos em silencio, Sarah ainda envergonhada pelo beijo, Willian sentindo-se tão feliz como um tolo. Um não era consciente do sentimento do outro.
Entraram em casa e Sarah seguiu para seu quarto, enquanto Willian sentou-se no salão principal, com os pensamentos atormentando-o. Estava todo molhado, mas completamente feliz, porque havia beijado-a, e ela havia correspondido. Por Deus, a esperança estava ali dentro dele agora, e nada mais podia impedi-lo de desejar aquilo mais que tudo. Pela primeira vez na vida estava sentindo-se vivo de alguma maneira, e o motivo era uma jovem da pele rosada e dos olhos astutos.
Willian continuou sentado refletindo, enquanto no andar de cima, uma jovem tinha um ataque de risos, de pura felicidade.
Deitada na cama, Sarah ria com as mãos na boca para ninguém ouvir sua felicidade. A jovem parou de rir e abriu os braços na cama, um sorriso magnífico enfeitando seus lábios. Era uma pena que ela não estivesse disposta a demonstrar tamanha felicidade a outra pessoa.
Beijar o homem que se ama era uma das melhores coisas da vida, pensou Sarah. E era mais do que isso, ela sentia que finalmente o passo maior fora dado, e em pouco tempo ela poderia declarar-se oficialmente como esposa de Willian. Ele mesmo dissera isso. Não havia mais como voltar atrás.
Sentou-se na cama, a mão sobre o coração acelerado. Queria que sua mãe soubesse disso. A pobre, sozinha, morando tão longe, nada poderia imaginar quanto a felicidade da filha. Sarah queria poder contar a ela que as coisas estavam melhorando, e que se tudo desse certo, em breve estaria vivendo verdadeiramente com Willian.
A jovem ficou no quarto o resto da tarde, queria continuar sozinha, ainda emocionada com beijo, e com vergonha de encontrar Willian novamente.
***
Era final da tarde quando Sarah saiu do quarto, decidida a falar com Willian, passando por cima de sua vergonha, e disposta a dizer-lhe que ela era sua verdadeira esposa e que ele deveria aceitá-la. Tornaria as coisas mais fáceis e deixaria tudo mais claro.
Ela saiu da casa e suspeitando que ele estivesse no estábulo, foi na direção das baias, chamando por ele, não recebendo resposta.
Encontrou Eddy, que estava selando um cavalo, e parou ao vê-la, aproximando-se com um sorriso.
— Olá, senhora. — ele disse tirando o chapéu para cumprimentá-la.
— Estou procurando Willian.
— Ele não está por aqui. — falou dando um passo mais perto.
— Então vou procurá-lo em outro lugar. — ela disse com pressa, querendo sair logo dali.
Mas foi impedida, puxada por Eddy, que a segurou pelo braço. Sarah se encolheu diante da mão do homem. Ele se aproximou, e a segurou pelo queixo.
— Quero que me olhe, mulher. — falou ele, a voz grave.
Ela tremeu de medo, não se moveu.
A boca de Eddy se aproximou da de Sarah, e ela fechou os olhos, apavorada. Os lábios se tocaram rapidamente, antes de Eddy ser arrancado de cima de Sarah por Willian.
— Willian. — Sarah gritou pelo nome dele, mas foi calada quando ele a segurou pelo braço e a arrastou para longe.
— Como teve coragem de beijar aquele homem? — perguntou ele, empurrando-a em frente as escadas da entrada.
— Eu não o beijei. Foi ele. — ela disse em pânico.
— Eu a vi aceitando o beijo dele. Não minta. Eu deveria ter imaginado que aconteceria algo assim. Por que confiei em você?
— Não, senhor. Por favor, acredite em mim. — implorou ela, chorando.
Willian deu as costas a ela, o corpo subindo e descendo de tanta raiva, as mãos fechadas em punho, a respiração acelerada. Ele subiu as escadas sem olhar para trás.
Entrou na casa  e encontrou a mão no salão principal. Ao vê-lo daquele jeito, a mãe se aproximou, e quis saber o que ele tinha.
— Arrume as coisas, mãe. Vamos embora amanhã cedo. —disse ao passar pela mãe.
Cecil correu atrás dele, segurando-o pelo braço.
— O que aconteceu, filho? Me diga o que houve. — pediu ela.
Willian a olhou com os olhos em fúria, o que a fez dar um passo para trás.
— Não aconteceu nada, mãe. Eu cansei deste lugar. Partiremos amanhã, sim?
Ela concordou em silencio.
O lorde subiu as escadas e foi para seu quarto, trancando-se em seguida. Ele finalmente respirou fundo, tentando liberar um pouco da raiva acumulada. Como ela tivera coragem de beijar aquele rapaz? Willian a vira o beijando, por Deus, ela fizera mesmo aquilo. Depois de tudo, depois daquele beijo na chuva, como pudera?
Tudo que Willian queria agora era ir embora, voltar para sua antiga vida e esquecer que Sarah um dia existiu. Quanto a ela, se tivesse o mínimo de vergonha iria embora definitivamente. Ela não era mais bem vinda na casa de Willian.
Ainda no andar de baixo, havia alguém aos prantos, desesperada por uma enorme confusão que acontecera há pouco. Sarah encontrou Cecil e lhe contou o acontecido, relatando como Willian ficara furioso. A senhora acolheu Sarah, e tentou-lhe acalmar.
— Ele entenderá, querida. Não se preocupe. — tranqüilizou-a.
Sarah limpou as lagrimas no rosto.
— Ele não me ouve, senhora. Está muito bravo.
Cecil deu-lhe batidinhas no ombro, acalentando-a.
— As coisas se resolverão, menina. Acredite em mim. Mas por agora, uma criada arrumará suas coisas porque partiremos amanhã. — garantiu a senhora.
— Willian decidiu isso?
Com um aceno de cabeça, Cecil confirmou.
Nervosa, Sarah se levantou, e deixou Cecil sozinha. Precisava do conforto do seu quarto naquele momento. Subiu ao andar de cima, e entrou no seu quarto, jogando-se em sua cama em seguida, caindo em lágrimas. Tudo estava perfeito com Willian. Como as coisas foram acontecer daquele jeito? Ela simplesmente congelara quando vira Eddy se aproximando para beijá-la. Sarah não esperava pelo beijo, e não soubera reagir. Mas Willian entendera que sua falta de resistência fora uma aprovação ao beijo.
O que faria agora? Como provaria a ele que o beijo não fora correspondido por ela? Como ele acreditaria nela?
Exatamente naquele momento em que as coisas estavam boas, que tinham beijado-se, e que Willian confiava nela. Um péssimo momento para acontecer isso.
E agora o lorde tinha decidido ir embora de volta para Londres, o que podia significar muitas coisas para Sarah. Primeira delas, era que Willian voltaria a freqüentar aquela casa de jogos, e segundo, voltaria sua relação com Anna, a dona da casa. Isso ela não podia aceitar. Não perderia o marido para a outra mulher agora que tinha balançado o coração dele.
Sarah rolou na cama, suspirando profundamente, pensando no que faria. Amanhã antes de partir tentaria falar novamente com Willian, faria ouvi-la, e quem sabe ele compreendesse tudo. E se isso não funcionasse, ela pensaria em um novo plano.
Mas por agora tudo que desejava era descansar, e quem sabe aliviar um pouco da terrível dor de cabeça que sentia.
***
O dia amanheceu na propriedade, e quando os primeiros raios de sol tocavam o chão, o lorde já estava de pé, pronto para partir. Esperou até que sua mãe acordasse, assim como Sarah, que se juntou a ele no salão principal, onde ele disse algumas palavras.
— Está tudo pronto. Vamos partir rumo a Londres agora mesmo.
Ninguém disse nada, de acordo com ele. Os criados desciam os baús escada a baixo e carregavam na carruagem preparada para a viagem. Cecil e Sarah subiram na carruagem e esperaram por Willian, que contrariou-as, subindo em um cavalo. Ao que parecia o lorde faria a viagem do lado de fora, a cavalo, deixando a carruagem para as duas.
Antes de partir uma criada apareceu com uma cesta, dizendo que tinha preparado um pouco de comida para a viagem, e despediu-se em seguida.
O condutor da carruagem estalou o chicote, e os cavalos começaram a andar, assim como o cavalo de Willian ao lado. Sarah sentia-se decepcionada, pois não conseguira falar com o marido como desejava, ele não tivera tempo para ouvi-la, tamanha pressa tinha. Ela se perguntava agora quando teria tempo para falar-lhe novamente sem interrupções. A viagem não durava mais que um dia, e até o anoitecer estariam em Londres, o que deixava pouco tempo para que ela pudesse conversar com ele.
Passaram pelos campos esverdeados, e Sarah contemplou o rio que passava na margem, e pensou em como seria bom refrescar-se ali por alguns minutos. O vento era abafado, devido as altas temperaturas típicas da estação, e o calor dentro da carruagem fazia a jovem suar. Havia uma garrafa com água que ela usava para refrescar-se, e aproveitou para comer um pedaço de bolo que a criada tinha enviado, tudo isso enquanto Cecil dormia encostada no banco da carruagem.
Era meio dia e a carruagem parou em frente a uma hospedaria, e o condutor levou os cavalos para beber água, enquanto Sarah e Cecil esperavam ainda dentro. Voltaram a estrada em seguida, ladeando vilas pequenas no decorrer do caminho, e Sarah viu crianças correndo atrás da carruagem enquanto passavam em frente as pequenas casas. Ela queria acenar-lhes, mas achou melhor não, pois talvez Willian não gostasse. Aproximou-se da janela  para vê-lo cavalgando ao lado da carruagem, e perguntou-se se ele não estava cansado de ficar tantas horas montado num animal.
Cecil acordou, sentindo-se dolorida da viagem e dos buracos na estrada.
— Ainda estamos longe?
— Creio que já passamos da metade. — informou Sarah.
Sarah ofereceu-lhe comida, enquanto conversavam sobre a viagem, e como fariam quando chegassem a Londres.
Houve um momento em que a carruagem parou e Willian apareceu na janela, preocupado.
— Como estão? Precisam de algo? — ele perguntou.
— Estamos bem, filho. Não se preocupe.
— Eu queria falar-lhe um  minuto, senhor. — a jovem criou coragem.
Ele encarou Sarah.
— Não temos nada para conversar, senhorita. — ele disse duramente.
— Sim, temos. Apenas um momento. Por favor. — ela pediu desesperada.
Willian bufou.
— Desça da carruagem então. — ele deu a volta e abriu a porta, ajudou-a sair.
Sarah caminhou até próximo a uma arvore e esperou por Willian, que seguiu-a. Ela olhou para ele e notou-o irritado. Seria difícil fazer aquilo.
— Eu queria dizer que não beijei Eddy, senhor. Eu nunca...
— Pare, se era isso que queria me dizer, por favor pare. — cortou-a.
— Mas...
— Eu não tenho interesse neste assunto, por favor limite-se a poucas palavras comigo. — ele disse de forma amarga.
— Sim, senhor. — ela assentiu, desanimada.
Ele a fez voltar para a carruagem, e logo em seguida já estava em movimento de novo pelas estradas trepidantes.
Sarah viajava em silencio, vendo as belas paisagens por onde passavam, campos floridos, os quais ela adoraria correr por eles, e arvores de frutas maduras que ela adoraria comer.
Já era fim de tarde quando a carruagem se aproximou da entrada de Londres, e a essa altura Sarah já sentia o coração disparado, era sempre assim quando estava naquela cidade.
Ela assistiu os cavalos passando pelas construções e pequenas lojas, até se aproximar da casa de Willian, parando na frente.
A porta foi aberta e Sarah desceu da carruagem, erguendo os olhos para a casa do marido. Nem acreditava que estava de volta a aquela casa.
Cecil desceu em seguida, espreguiçando-se, e as duas começaram a caminhar para a entrada da casa, enquanto Willian vinha atrás das duas. Entraram na casa e encontraram os criados andando de um lado para o outro, esperando a chegada deles.
Sarah decidiu que iria para seu quarto, e deixou os dois no salão principal, enquanto subia as escadas.
Sozinhos, Cecil e Willian sentaram-se, enquanto o filho parecia ansioso.
— O que fará agora, filho?
— Vou fazê-la voltar para casa, mãe. Ela não pertence a este lugar.
Cecil bufou, irritada.
— Deveria ouvi-la, meu filho. Acho que ela diz a verdade.
Willian revirou os olhos.
— Eu não acredito em nada do que ela diz. A verdade é o que meus olhos viram, mãe. — explicou ele.
A mãe assentiu, relutante.
— Como quiser, Willian. Mas depois não se arrependa do que fazer. — disse Cecil, de forma dura.
O lorde deu de ombros, pouco importando-se com as palavras da mãe. Palavras não eram necessárias quando seus próprios olhos tinham visto a cena. Não havia explicação.
E ele não estava disposto a ouvir ninguém.
No dia seguinte viajaria até o porto com Anthony, e trataria de negócios.





Uma esposa para o lorde fantasma Opowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz