Sinto meus olhos dilatados. Minha mente prega peças e me faz pensar demais. Ando em círculos pela sala e sento sufocado. Estou ansioso, necessito descontar em alguma coisa. Eu preciso de mais drogas. Sigo para a porta de entrada da casa com a intenção de sair.
— Você não vai. Não pode sair. — Sussurra e puxa pelo braço.
— Quem você acha que é? — Grito em sua direção. Consigo ficar mais nervoso ao olhar essa cara de sonsa. As paredes parecem se fechar ao nosso redor. Eu não me sinto bem.
— Sou mãe da sua filha, pense nela. — Suas mãos vão para barriga como estivesse a protegendo. Seus olhos estão arregalados.
— Você é uma prostituta. É isso que você é. — A empurro. O barulho de seu corpo caindo no chão é alto. — Não fale como se fosse mãe de minha filha! Você só a carrega na barriga.
A deixo caída e saio em passos rápidos da casa. Eu preciso achar mais drogas. Meu corpo treme, não vou aguentar. Cansado, me sento no chão da rua escura. Tampo meus ouvidos com as mãos e fecho meus olhos. Não quero escutar e ver nada. Fico assim por horas afim de regular minha respiração ofegante.
— Venha, vamos. — Um braço me puxa com força para cima. Abro os olhos e vejo meu pai e meu irmão me apoiando. — Você precisa se tratar. Só se aproximará de minha neta quando estiver curado. — Mesmo escuro consigo sentir o quanto deixei meu pai decepcionado.
***
Hoje é o grande dia. Quatro meses fora de casa me corroendo pelos erros do passado. Depois de muitas batalhas e choros, consegui mostrar que estou recuperado. Eles me liberaram para continuar o tratamento em casa. Hoje eu vou conhecer minha filha. Já deve estar tão grande. É por ela que estou mudando.
O guarda abre o portão e me deseja boa sorte. Sigo hesitante para fora da clínica. Estou nervoso, quero ser um bom pai para minha filha. Principalmente por ser o seu único responsável.
Vejo meu pai encostado no carro à minha espera. Me aproximo e coloco minha mala no chão lhe dando um abraço apertado. Percebo que ele sente o pedido de desculpas silencioso. Vai ser difícil ele e a mamãe confiarem em mim de novo.
Engulo em seco para segurar as lagrimas que teimam em quer sair dos meus olhos. Papai me dá tapinhas nas costas e nos separamos. Ele me olha nos olhos e sorri:
— Estou feliz que esteja de volta. Tem uma pessoa muito importante te esperando em casa.
— Eu também. Vamos logo que não vejo a hora de conhece-la.
Meu pai estaciona o carro em frente à sua casa. Desço de pressa sem esperar desligar o motor. Abro a porta e vejo minha mãe vindo da cozinha apressada, enquanto seca as mãos na roupa.
— Cadê ela? — Pergunto indo lhe dar um abraço rápido e apertado.
— Lá em cima em seu quartinho, dormindo. Estou feliz que voltou. — Diz nos separando do abraço.
Subo dois degraus por vez da forma mais rápida que consigo. Me aproximo da porta rosa bebê e a abro devagar. Um berço branco está no meio do quarto com um véu por cima. O chão está com um tapete rosa combinando com os ursinhos na parede. Respiro fundo e me aproximo devagar. Meu corpo está treme, minhas pernas estão moles e o coração saindo pela boca.
A vejo deitadinha no berço. Não consigo segurar as lágrimas. Ela é tão linda, mais perfeita do que imaginei. Seus cabelinhos ralos e claros como o meu, seu rostinho de porcelana dá um charme. Ela é minha filha, não dá para acreditar. Tiro o véu do berço e o jogo no chão. Faço um carinho em sua bochecha pequenina. Um soluço escapa de minha garganta. Ela é real.
— Me desculpe filha. — Me abaixo e sussurro em seu ouvido.
A pego em meus braços com delicadeza tomando todo cuidado do mundo. Seu cheirinho de bebê me traz a paz que não sentia a muito tempo. A encaixo em meu peito. As lágrimas ainda escorrem. Sonhei todas as noites com esse momento. Fecho meus olhos e faço uma pequena oração, mesmo não sendo religioso, e agradeço a Deus por ter me dado essa oportunidade.
— Eu te amo, muito. — Falo baixinho, a olhando.
Vejo minha mãe se aproximar com cuidado. Ela coloca a mão na cabecinha de minha filha e faz um carinho.
— Ainda não demos um nome a ela. Resolvemos esperar você escolher.
— Grace, Grace Brassard. — Falo olhando para a bebê em meu peito.
Agora tenho uma nova chance para recomeçar. Eu tenho minha filha comigo, vou ser um outro homem. Eu prometo.
Querem uma meta hoje? Se bater 50 estrelinhas libero o próximo capitulo. Então compartilhem com as amigas!
Siga meu Insta e Face: @autorageovana
Quero muito conhecer vocês. Então por favor, mandem mensagem e comentem. Não esqueçam as estrelinhas que me deixa muito feliz.
Beijos!!!
VOCÊ ESTÁ LENDO
Grace - Os Brassard (DEGUSTAÇÃO)
RomantizmDISPONÍVEL NA AMAZON COMPLETO LINK NA BIO Eve se mudou para San Francisco afim de começar uma nova vida. Longe da família poderá fazer suas próprias escolhas e seguir seu próprio rumo. Será que ela vai seguir o que o destino a predestinou? Seu amor...