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A mãe de William apareceu do nada no estacionamento da escola, a cumprimentei com um beijo no rosto.

-Podemos conversar?

-Claro, eu só tenho que. . .

-Posso te acompanhar!-disse ela.

-Está bem, vou levar Dwey em casa e há uma praça perto da casa dele.

-Eu te sigo.

-Ok!

Entrei no jipe com Dwey que me olhou espantado.

-O quê será que ela quer?

-No mínimo pedir pra dar uma chance ao filho, no início eu estava meio cega. . .

-Meio?

-Não pisoteia!-falei saindo do estacionamento.

-Tá e ai?

-William é um menino mimado.

-Sério que recém se deu conta?

-Ta afiada hoje heim?!

-Desculpa amiga só estou preocupado com você!

-Eu sei!

-Minha mãe não está em casa, pode conversar com ela lá!

-Pode ser, avisa o Nan pra mim ?

-Claro.

Estacionei na frente da casa de Dwey e fui até o carro dela.

-Vamos conversar na casa do meu amigo?!

-Pode ser aqui no meu carro!?

-Claro!-falei e entrei no carro dela.-Então?

-Malu eu preciso de você. . .

-O que eu posso fazer pela senhora?

-William está entrando em depressão, ele só sabe chorar por você, não sei mais o que fazer, por favor volta pra ele, de mais uma chance?!

-Não é tão simples assim, Will se mostrou possessivo como se eu fosse um objeto pertencente a ele, eu não sou assim, não sou uma princesa como ele idealiza.

-Mas pode se tornar. . .

-Não quero ser uma princesa senhora Safira, quero ser livre como um pássaro.

-Você deve de ter algum sonho que eu possa te ajudar a realizar e. . .

-Está tentando me comprar?-Abri a porta pra sair.-Não estou a venda senhora.

-Por favor espere?-ela pegou meu braço.-Entenda eu estou desesperada não sei mais o que fazer, me desculpa eu não sei ver William chorar.

-Esse é o problema, William é mimado e acha que tudo que ele quer consegue chorando, choro não resolve nossos problemas!

-Eu sei, mas eu só tinha ele e eu o mimei, sei que errei, mas eu preciso de você lá em casa, não é só ele, eu gosto de você e é como se você tivesse coberto um buraquinho em meu peito quando chegou lá em casa. . .

Um buraco pareceu se abrir no meu peito.

-Me Desculpe lhe dar esse desgosto, adoro vocês, como disse a Will, vivemos bons momentos que vou guardar e vou continuar sendo amiga dele e de vocês!

-Will acha pouco. . .

-Não tenho mais a oferecer!

-Me desculpa Malu!

-Tudo bem!-falei a abraçando.-Se precisar de uma amiga pode me chamar!

-Obrigado meu bem, você é um anjo!

-Não sou um anjo, sou apenas uma garota que quer ter asas.

Ela riu.

-Vai ter de certo!

-Obrigada!

Lhe dei um beijo e sai do carro, acenei pra ela, Dwey me esperava na porta, entrei e lhe contei o que ouve. Entrei no jipe e fui pra casa de Nan, no caminho peguei uns doces em uma padaria. Quando cheguei Ronan estava quase chorando na cozinha.

-O quê ouve amor?

-Lu?! Ah. . .  eu tava tentando fazer o almoço, já que você ia demora. . .

-E queimou a comida!-deduzi pelo cheiro.

-E o dedo!-choramingou com o dedo enfiado no pano de prato com gelo.

-Nan, não posso mais deixar você sozinho!

-Acho que vou ir pra minha cama e não sair de lá até tirar o gesso.

-Aí, vem cá meu dramático!-dei um beijo casto em seus lábios. -Vou te levar pra almoçar!

-Você é a melhor namorada do mundo!

-Sou é?!

-Hurumm, a melhor!

 O levei pro restaurante. Estávamos terminando de almoçar e Ronan não me perguntou nada sobre minha conversa com a mãe de Will.

-Nã. . .

-Quer passar o final de semana na montanha comigo?-cortou-me ele.

-Se eles tirarem o seu gesso vamos!

-Você ia dizer algo e te cortei, desculpa!

-Não quer saber o que a mãe do Will queria comigo?

-Você quer me contar?

-Ela queria me comprar. . .

-Já era de se imaginar.

-Eu fiquei matutando se eu tenho cara de mercadoria?!

Nan ficou olhando o centro de mesa, arrumando o enfeite, com o olhar distante.

-Meu avô antes de morrer me disse: afaste-se de pessoas tóxicas, seja elas quem forem, pois elas sugam nossa essência.

-Meus pais são tóxicos, Will é tóxico a família dele pelo visto também. . .

- Quando me sinto "intoxicado" vou pra montanha.

-Eu já fui tóxica pra você não é?

-Não diga isso!-ele pegou minha mão e olhou em meus olhos.-Você é a minha vida My Lady, eu só. . .  me senti sufocado pelo amor que eu sentia e não queria. . .  Não conseguia te ver. . . -As palavras pareciam doer enquanto saíam de sua boca.-Amando outro homem.

-Nan. . . Me perdoa!

-Não faz isso, não fez nada de errado, só estou me abrindo com você.

-Eu sei!-cheguei mais perto dele e o beijei com carinho. Sussurrei o refrão que faz parte da nossa música. -I never meant to break your heart (um beijo e um sorriso)
Now I won't let this plane go down
I never meant to make you cry (encostamos nossos narizes)
I'll do what it takes to make this fly. . .
(Beijo casto)

. . .

Sexta feira.

Fomos pra Chicago pra visitar o médico, tiraram o gesso e colocaram uma botinha nele. Ronan sorria porque dali iríamos pra montanha.

-Você vai amar aquele lugar, se tem um lugar para se sentir livre como um pássaro é lá.

Não sei porque pela minha percepção eu imaginava uma casa na árvore em cima da montanha. Ao chegar percebi que não era nada do que eu imaginei.

Um chalé aos pés das montanhas cheio de árvores frutíferas, estavam carregadas de frutas. Uma horta em volta do chalé com tomates vermelhos e outros verdes. Ronan levou uma mochila de suprimentos, mas acho que nem era necessário.

-Isso aqui é o paraíso!

-Eu sei!

Não Quero Ser A Princesa Da História. DegustaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora