Senti meu coração pular pra fora do peito quando vi Ronan, não resisti ficar longe dele nem por mais um minuto, aquele sorriso malicioso, aqueles olhos expressivos, a medida que ia me aproximando dele comecei a ficar com raiva por ele ter me feito de boba e sem pensar o estapeei, me arrependi na hora, mas não vou pedir desculpas, eu preciso mais dele do que imaginava. Dançamos até não ter mais ninguém na festa, Dwey sumiu, Mary me abanou subindo as escadas, Nana nem em vista estava, só o som rolando no automático, nós ainda nos movimentávamos abraçados.
-Quer ir pra minha casa?-disse ele.
Sorri.
-O certo é eu dizer não, mas não consigo te deixar ir.
-Não quero que faça o certo, quero que faça o que tem vontade.
Peguei sua mão e ele compreendeu, como é fácil nossa comunicação. Seguimos até o carro, já estava amanhecendo. Segurei o braço dele durante o caminho.
-Acho que vou ficar longe mais vezes.-disse ele.
-Não ouze my Lord, ou ficará sem suas preciosas bolas.
Ele riu descarado.
-Preciosas mesmo.-disse ele.
Chegamos a sua casa, eu não trouxe minha mochila, ficou na casa de Mary. então fui direto as roupas dele, não quero que ele veja minha tattoo antes dela estar cicatrizada, peguei uma calça moletom e uma camisa, enquanto ele tomava banho eu fuxicava, ouvi um estrondo e corri pro banheiro.
-Ronan? Ronan???!!!
Pelos céus. Abri a porta, ele estava no chão desmaiado.
-Pensa Lu, pensa.-Falei a mim mesma, lembrei dos cursos de primeiros socorros que fiz enquanto estava no muay thai.-Beleza, não mexer, sentir o ar.-Coloquei meu dedo no nariz dele, tá respirando, a sobrancelha dele estava ensanguentada.
Peguei o telefone dele mesmo, coloquei o dedo dele pra destravar e liguei pra ambulância. Corri ao quarto e peguei uma cueca, prometo não olhar, prometo me comporta, passei a cueca por um dos pés e quando fui passar pelo outro pé vi que estava fora do lugar, está quebrado, meu céu me ajuda, passei bem devagar o resto da roupa ainda chorando, puxando sem mexer muito nele.
-Meu pé.-Gemeu ele.
-Nan? Nan não se mexe!
-Está fazendo safadezas comigo?-riu ele.
-Fica quieto, por favor não se mexe, não força nada!
-Eu escorreguei.
-Eu sei, eu sei.-falei conseguindo chegar com as cuecas em sua cintura, eu tremia inteira.-Fica quietinho.
-Tem que arrumar ele, ficou desconfortável.-disse Ronan.
-Ta brincando né?
-To né, deixa que eu faço.-ele foi levantar o braço.
-Não, não se mexe pelo amor aos céus.
Passei a mão colocando pro lado, ouvi o som da ambulância.
-Ronan por favor não se mexe.
Sai correndo abri a porta e eles entraram me seguindo. Colocaram Nan numa maca com o colar cervical e uma tala no pé.
-Tem que pegar os documentos dele.-disse o paramédico.
-Nan onde estão?
-Na mochila no sofá.
Peguei a mochila toda e subi com ele na ambulância.
-Vou ligar pra sua mãe.
-Não, só se tiver alguma coisa grave você liga.
-Nan, você bateu a cabeça.
-Eu sei, só. . . Fica comigo.
Peguei sua mão e a beijei, entrelacei nossos dedos.
-Está nervosa, não fique assim Lu, é só uma torção no pé.
-Seu pé está quebrado moço!-disse o paramédico.-Ou deslocado.
Chegamos ao hospital e procurei os documentos dele, fiz a ficha e fiquei esperando, 20 min depois me chamaram no quarto particular. O pé engessado e um curativo na cabeça. Ele estava dormindo.
-Como ele está?
-Não se preocupe seu noivo está sedado por enquanto, o pé deslocou, já foi posto no lugar, na cabeça não tem nada por sorte, só vai ter que passar a noite aqui por precaução, se amanhã de manhã ele estiver bem o mando pra casa.
-Obrigado Doutor!
-Se precisar é só apertar o botão vermelho do lado da máquina.
-Tá bem.
Entrei e fechei a porta, arrastei a poltrona até sua maca, antes de me sentar acariciei seu rosto e beijei seus lábios.
-Amo você!-sussurrei.
Era o que eu sentia por ele, amor, eu não estou lutando contra a maré com Will, estou lutando contra o meu coração, a verdade é que eu não posso viver sem Ronan e estou sendo teimosa só para não dar o braço a torcer pros meus pais. O que vou dizer aos pais de Will.
Mexi na mochila dele e achei um moletom, o coloquei, ainda bem que tinha umas roupas ali dentro. Adormeci na poltrona segurando sua mão.
. . .
Acordei no início da tarde, Nan ainda dormia, fui até o banheiro escovei os dentes com o dedo e voltei. Acariciei sua sobrancelha enquanto o admirava. Esfreguei meu lábio por sua bochecha, passando pelo canto de seu lábio.
-Ouço seu ronronar.-sussurrou ele.
Sorri beijando sua bochecha.
-Como se sente?
-Amado!-disse ele sorrindo enquanto eu seguia o acariciando.
-Se passar o dia bem, vai ser liberado amanhã de manhã.
-Você tem aula amanhã, tem que pegar o voo de hoje a tarde.
-Não vou sair do seu lado!
-Lu, tem que terminar. . .
-Minhas notas são muito boas My Lord e meu histórico de faltas é a menor de minhas preocupações.
Meu telefone tocou.
*Onde estão?-perguntou Dwey.
-No hospital!
*O quê ouve?
-Nan caiu no banheiro e deslocou o pé, mas ele está bem!
*Precisa que te leve algo?
-Só minha mochila, vai ter que voltar sozinho hoje.
*Sem problemas, estou me acostumando a andar de avião.
-Que bom.
*Me passa a localização do hospital. Vou levar alguma coisa pra vocês comerem também.
-Ta bem.
Desliguei o telefone e mandei a localização. Tirei uma camiseta de manga comprida da mochila.
-Vai ter visitas então deixa eu te vestir.
-Vai ser minha enfermeira?
-Você ainda tem dúvidas?
-Estou com fome.
-Dwey vai trazer alguma coisa pra gente comer.
-Amo ele.-disse Nan.- Amo você também.
Me aproximei dele e encostei minha boca em sua orelha.
-Amo seu sorriso!
Ele riu.
-Você deve ter muita vontade de passar sua língua sobre meus dentes não é?!-sussurrou Ronan segurando meu queixo.
-Muita!
-E por que não o faz?
-Quero fazer a coisa certa primeiro.-falei dando um beijinho de nariz nele o fazendo sorrir.
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Não Quero Ser A Princesa Da História. Degustação
ChickLitMaria Luiza Macfly Greem foi criada como um troféu por seus pais donos de uma das maiores industrias de Nova York, ela é obrigada a se vestir, andar e agir como uma princesa, com a ajuda de seu amigo Dweyne que sonha em ser uma Drag famosa, ela foge...