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—Um presente inestimável.-falei.

—Ah, um gato?!!

—Uma gatinha na verdade.-disse Ronan.—Como minha Lady.

Sorri ao olhar em seus olhos.

—Por que não a leva para seu quarto?!-disse minha mãe.—E desça!

—Vem Nan!-falei o puxando escada a cima.

Meu coração está dando pulos de alegria. Uma das empregadas estava saindo do meu quarto, abri a porta e lá estava potes de comida e água e um play ground para gatos. Soltei a gatinha em cima do arranhador e me virei para Nan corri e pulei em seu pescoço, beijando todo seu rosto.

—Obrigado, obrigado, obrigado. . .

—Merece meu amor!-disse ele me apertando mais contra si.—Espero que agora não se sinta mais tão só, quando eu não estou por perto.

—Você é muito convencido.-falei ainda em seu colo passando meu nariz no dele.—Mas. . . Não tenho nem como lhe agradecer.

—Tem sim.

—Ah é?

—Com uma dança no salão.

Eu ri e lhe apertei o rosto, dando-lhe um selinho e descendo de seu colo.

—Vem my Lord, vamos dançar.

Descemos as escadas com ele segurando minha mão com firmeza para eu não cair. Fomos fotografados, segurei o ímpeto de não fazer cara feia. Marília veio conversar conosco e depois minha mãe se meteu.

—Que raça é a gatinha?

—Sia-lata.-disse Nan.

—Não conheço.

—Vamos dançar?-perguntei a Nan.

—Claro my Lady, com licença.

Ele me levou até perto dos músicos, girou-me e segurou minha cintura com firmeza, os músicos trocaram a música para uma do Ed Sheeran.

—Sia-lata?!

—Siamês com vira-lata.

Ri encostando a testa no ombro dele.

—Deve ser a melhor raça do mundo.-falei encostando a cabeça em seu peito.

—Está sendo bem difícil pra você ficar aqui não é?!

—Não consigo nem olhar nos olhos deles.-sussurrei e levantei a cabeça para olhar seu rosto.—Passei a contar as horas e os dias para sair desta casa.

—Vai fugir com ele?

—Não sei o que vou fazer nem com quem, mas não posso ficar aqui, talvez eu fuja com Lady Shine para o deserto.

Ele riu.

—Você adora Dweyne.

—É mais do que meu melhor amigo!

—Foi com ele que perdeu a virgindade?

—Credo, que direto.-falei rindo.—Como sabe?

—Vocês tem uma ligação muito forte.

—Temos sim, mas não é por isso, até porque rendeu mais rizadas do que orgasmos.

—Sério?-disse ele rindo.—Agora estou curioso.

—É vergonhoso contar isso.

—Não pra mim.

—Ta bom, eu conto, mas não aqui.

—Vamos sair de fininho.-disse ele pegando minha mão.

Em menos de três passos meu pai levantou um brinde.

—Meus amigos, estamos aqui hoje celebrando a união de nossas empresas e quem sabe nossas famílias também.-disse ele nos olhando. Meu corpo travou, ele estava anunciando um noivado.—Quero agradecera vocês por colocar este rapaz maravilhoso na vida de minha filha e. . .

Não ouvi mais nada, enquanto ele falava eu soltei a mão de Ronan e ia sair, minha mãe se parou na minha frente e ameaçou entre dentes sorridentes.

—Volte já para o lado de Ronan!

—Não!-a enfrentei.— Vocês acabaram de passar por cima de mim, por cima de Ronan!-Falei baixo.

—Não quero saber, volte já a seu posto!

—Não!

—Não me faça passar vergonha, vai perder tudo, até mesmo seu amiguinho!

—Você se tornou cruel, aliás, já era!

Ao me virar Ronan estava colado as minhas costas.

—Assim que seu marido parar de falar besteiras quero conversar com vocês quatro.-Ronan falou não só com a voz ameaçadora, mas tinha um tom de comando.

—Olha aqui garoto. . .

—Não sou um garoto a muito tempo senhora Greem, exijo respeito!

—Terá sua conversa, assim que todos os convidados forem embora.

—Até lá estaremos afastados desta palhaçada!-disse ele pegando minha mão e me levando para meu quarto.

Entrei no quarto já chorando em silêncio, ao fechar a porta Ronan deu um soco na parede. Peguei ele pela mão e o levei até a minha cama. Ele sentou de olhos fechados apertando os canto dos olhos com os dedos.

—Odeio isso!-disse ele.

Massageei sua mão que ficou vermelha, e beijei ali para sanar, Ronan sorriu com lágrimas nos olhos.

—Odeio o que estão fazendo com você!

—Se acalme Nan, eu. . . Eu vou ficar bem, só mais uns meses e estou livre.

A gatinha subiu na minha cama pelo lado dele e subiu em seu colo.

—Ela gosta de você.-falei passando a mão na cabecinha dela.

—Que nome vai dar pra nossa filha?

—Nossa?

—Eu adotei ela, então nos papéis é minha filha.-disse ele rindo.

—Luna.

—Lindo nome. -Disse ele sem tirar a atenção da Luna.

Ronan está realmente perturbado.

—Você não quer se casar comigo?-perguntei sem pensar.

Ele suspirou.

—Serei sincero Lu!

—Por favor!

—É o que mais desejo no mundo desde que a conheci naquele estacionamento, te procurei por dias, sem saber quem era ou onde estaria, depois da festa achei que realmente a casa de Dwey fosse sua e não me importei se você tivesse fortuna ou não, não queria me casar a força, principalmente com uma "princesa" eu não estava a fim de vir na sua casa aquele dia, pois estava planejando ir a casa de Dwey no outro dia de manhã pra falar com você, minha mãe conversou comigo pedindo que eu viesse apenas para não fazer desfeita. . .

—Se apaixonou por mim.-sussurrei.

—Quando vi você aquela noite com aquele vestido. . . sei lá. . . de noiva, eu desejei, desejei com todas as forças que você sentisse o mesmo por mim.

Passei a mão em seu rosto o puxando para mim, lhe dei um beijo na bochecha.

—Eu jamais quis partir seu coração Ronan, deixei o tempo passar e não consegui me afastar.

—Não se preocupe comigo. Sei esperar.

—Sabe se curar também?

—Vou aprender!- Ele se levantou.—Só não vou permitir que você seja obrigada a me querer! -ele saiu do meu quarto.

Por que isso doeu tanto, eu sou tão egoísta, preciso tanto dele que o machuco. Chorei abraçada a Luna que ronronava, ouvi os carros irem embora, olhei pela janela e o carro de Ronan e dos pais dele eram os únicos que restaram.

Não Quero Ser A Princesa Da História. DegustaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora