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-Estava louco pra saber qual era seu gosto.

-E qual é?

-Sorvete de chocolate.-disse ele rindo.

-E eu estava louca pra saber a sensação de passar a língua em seus dentes.

-Por que não fez isso antes?

-Eu queria fazer a coisa certa, já estava me sentindo uma piranha estando apaixonada pelos dois, não queria. . . Queria terminar com Will pra ficar com você.

-Não deveria se sentir assim.

-A verdade é que descobri que eu era apaixonada por Will, mas por você não era paixão.

-Não?-perguntou ele arrumando-se melhor ainda deitado ao meu lado.

-Não. No início acho que eu me identifiquei e queria ser como você, mas na verdade eu já era como você, eu só descobri isso quando você partiu, a dor em meu peito por não ouvir a sua voz era enorme, e descobri que por você não era paixão. . . era amor e me dei conta. .  .

-Do quê?

-Que o seu amor por mim era verdadeiro, porque quem ama liberta mesmo sofrendo, Will não me amava, ele tinha obsessão.

Ele acariciou meu rosto e beijou meus lábios lentamente.

-Não está doendo?

-O quê?-sussurrou ele.

-Seu lábio.

-Eu não deixaria nenhuma dor estragar esse momento.-sussurrou esfregando o lábio nos meus.

Passamos a noite toda na praia sob as estrelas, estávamos com os músculos doloridos pela manhã. Arrumei tudo, sacudi os edredom e os guardei.

-Agora que não posso, tenho vontade de tomar banho de mar.

-Assim que seu pé tiver bom prometo te trazer.

-Não imaginei que um pé fora do lugar fosse ser tão bom.

-Idiota! -falei dando um empurrão em sua coxa.

-Gracinha!-ele repetiu meu gesto.

Era isso o que eu buscava em Will, alguém por igual, Ronan não deixa nada passar, seu humor me mantém sorrindo.

-Nan?

-Humm?

-Acha que se. . . Ficarmos juntos, com o tempo isso que temos acaba?

-Isso o quê exatamente?

-Nossas brincadeiras. . . Nosso humor, esse sentimento de saudade se eu não te ver. . .

-Prometo tentar nos manter como somos.-ele pegou minha mão.-Se prometer não me deixar pra trás. .  .

-Não vou.-puxei sua mão para um beijo.

Um sorriso manchado com um hematoma no canto. Um olhar de esguelha, e estávamos rindo. O levei pra casa dele, quando entramos em sua casa, Marília correu preocupada.

-O que ouve com você?

-Nada de mais mãe, só desloquei o pé.

-E a cara?!-disse ela o beijando.

-Bati quando cai.

-Se sentiu mal filho, precisa fazer uns exames, pode ter baixado a pressão. . .

-Mãe, calma, estou bem, a Lu cuidou de mim, ela me levou ao hospital e ficou comigo lá.

-Podia ter me avisado!-ela veio me abraçar.-Obrigada meu amor!

-Não precisa agradecer.

-Cuidou dele e isso demonstra o quanto se importa, vem, vamos tomar um café!

Não Quero Ser A Princesa Da História. DegustaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora