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O chalé é a casa mais aconchegante que já entrei na vida. O quarto fica num mezanino, o colchão no chão com edredons fofos, uma janela que da pra ver o céu. Uma cozinha pequena com um balcão dividindo a sala com lareira, sem tv, sem som, sem tecnologia nenhuma, a não ser uma geladeira, o chalé tem energia solar. Enquanto eu observava o lindo chalé, Ronan saiu e voltou com flores de todas as cores.

-Pra você!

-Owm obrigada Nan, são as flores mais lindas que já ganhei.

-Tem um jardim cheio delas ali fora!-disse ele pegando um vaso e enchendo de água.

Coloquei as flores dentro e as cheirei.

-Magníficas!-falei.

-Quer sair um pouco?

-Quero!

O acompanhei de mãos dadas pelo jardim, ele colhia frutinhas e me convidava. Nos sentamos em uma pedra pegando sol e olhando a paisagem.

-Nan?

-Oi?

-Casa comigo?-falei sorrindo.

Ele ficou visivelmente emocionado, mas brincou.

-Hummm não sei. . .

-Não vou perguntar duas vezes my Lord!

-Obvio que eu caso!-disse ele o mais rápido possível me puxando pro seu colo.-Eu não pensaria duas vezes my Lady.

Ele beijou-me com ternura.

-Não está brincando comigo, não é mesmo?

-Não!

-O que deu em você pra querer isso?

-Descobri que não posso viver sem você e este lugar revelou a última parte de você que eu não conhecia!

-Tem outras coisas sobre mim. . .

-Que você veste uma máscara de empresário cruel? Que você é altruísta . . .

-Como sabe dessa parte?

-Eu te ouvi. . . Quando você. . . Comprou minha liberdade. . .

-Eu não queria que tivesse ouvido, não fiz uma compra. . .

- Tudo bem. . .

-Não, eu odeio, de verdade o que estavam fazendo com você e não ia deixar. . .

Pulei nele o beijando e nos fazendo cair da pedra que graças aos céus era baixinha. Ronan sorriu entre o beijo."Amo Você!" falei com minha boca na dele.

-Te amo mais!

-Não vamos brigar!-falei o fazendo rir.

. . .

O melhor final de semana que já tive passamos ali, ouvindo o som da natureza, tomamos banho em uma nascente, nos alimentamos com o plantio, namoramos muito.

-Faz um favor pra mim?!-perguntei pela manhã do dia em que iríamos embora.

-Claro.

-Pede daquele seu jeitinho, pros meus pais assinarem minha carta de emancipação?!

-Só se me contar a primeira coisa que vai fazer com ela em mãos, já que seu aniversário é daqui uns dias.

Colei minha boca em sua orelha.

-Sequestrar você my lord. . .

Passei a mão por sua barriga descendo devagar.

-E depois?-gemeu ele.

-Vou te levar no cartório mais próximo e te obrigar a se casar comigo. . .

-Não quer festa?

-Não quero nada além de nossa união, não quero que ninguém saiba nada sobre nossas vidas. . . -desci a mão invadindo suas calças.-Quero que seja meu Lord. . .

-Sou. . .

-Assim como me sinto sua!

Nan gemeu quando massageei.

-E depois que assinarmos os papéis eu vou te levar a nossa praia e vou te lamber todinho sob a luz do luar.

Senti pulsar.

-Essa ideia. . . -gemeu ele.-Me pareceu bem convincente!

O beijei o fazendo esquecer que tínhamos de ir a poucos minutos, quando ouvimos o helicóptero corremos pra vestir nossas roupas, rindo e brincando um com o outro. O ajudei a fechar a porta e corremos até o helicóptero.

-//-

Narrado por Ronan.

Segunda feira depois dela sair, peguei o carro mesmo usando bota, dirigi até o escritório de advogados do meu amigo Théo.

-Dá-lhe Ron!-disse ele me cumprimentando com um abraço.-Andou brigando de novo?

-Pior que desta vez não!-falei rindo.

-Então que te trás aqui?

-Preciso de sua ajuda pois não entendo do assunto, minha noiva é menor e digamos que tenho os pais dela nas mãos, e quero dar de presente pra ela sua emancipação.

-Humm bom precisamos ir no cartório, quando quer fazer isso?

-Agora se for possível!

-Vamos, mas eu dirijo, não confio nesse seu pé ai!-disse ele rindo.

Théo é mais velho do que eu, mas um bom amigo, patrocinei seu escritório no início de sua carreira e hoje é um dos maiores escritórios de NY. No cartório pegamos os papéis e fomos direto a casa dos pais da Lu.

-Que surpresa!-disse a mãe dela ao nos receber.-A que devemos a honra?

-Só vim pegar suas assinaturas.-falei com a "máscara" que a Lu observou. Ela pegou os papéis para ler.

-Pra quê isso? Ela já vai completar maior idade. . .

-É a independização de Luiza por escrito.

-Não confiou em nossa palavra?-disse o pai dela intervindo.-Ela nem mora mais aqui!

-Palavras podem ser revogadas, esquecidas e até mesmo mudadas, mas documentos não.-Falei e Théo estendeu o documento pra ele.

Ele riu com deboche enquanto assinava.

-Está entregando ela de mão beijada para o outro?

-A Luiza é muito sensata, sabe o que quer da vida!

-Claro, claro!-disse ele ainda debochado.

Sua mãe assinou e se retirou sem me olhar.

-Boa sorte pra quando o outro reivindicar ela, vai ficar chupando o dedo.

-Quem ama liberta. . .

-Ow sim, sim, você ainda acredita em amor?!-riu ele.-Volte para me contar o que vai sentir quando ela te trocar.

-Espero que tudo o que me deseja volte para o senhor!-falei lhe dando as costas.

Kkkkk

Ele riu enquanto nós saiamos de sua casa.

-Ou a "liberta" ou vira corno!

Entramos no carro.

-Que homem asqueroso!

-Não sei porque meu pai quis fazer negócios com ele.

Voltamos ao cartório onde Théo registrou e conseguiu os documentos.

-Com isso posso me casar com ela?

-Claro!- ele pigarreou -Só não entendi o porquê de querer esses documentos faltando poucos dias pro aniversário dela?

-Também não sei, só sei que faço de tudo por ela.

Ele sorriu sem jeito, suspirou e nada disse.

Não Quero Ser A Princesa Da História. DegustaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora