Ludmilla POVAs nossas condições não eram as que podemos chamar de melhores. Estávamos falidas, sem documentos, nossas roupas estavam imundas, os cabelos bagunçados, e indo passar uma noite em um pocilga que Hindson chamava de hotel. Em pensar que era só o começo...
Cara, agora que eu notei que Brunna estava mancando. Também, olha o tamanho do salto dela! Como alguém consegue se equilibrar naquilo? Eu conhecia Brunna, e ao olhar pra ela vi que a sua face não estava das melhores. Seu rosto lindo e delicado estava transformado em uma careta de raiva, com os dentes trincados e eu tinha certeza que o olhar dela poderia matar alguém.
Entramos no local e nos dirigimos a recepção, onde havia uma senhora de aparentemente uns 60 anos e uma mulher de mais ou menos 25. Vi o olhar da última sobre mim.
Meu peito inflou. Tem como não dizer que eu sou foda?
– Boa noite... Mas olha vovó, se não é a mulher que quase matou o touro?! – Disse a menina olhando pra Brunna como se ela fosse um verme.
Por que será que eu estou pressentindo que isso não vai dar certo? Já sei, é porque o olho de Brunna ta piscando de raiva. Pelo jeito sou eu que vou tomar as rédeas por aqui.
– Não precisava mencionar isso Lia. – Disse a senhorinha. Coroa com bom senso! Provavelmente ela deve ter sentido calafrios quando olhou pra Brunna.
– Claro que precisa vovó. Nós precisamos rir de vez em quando. – Disse ela sorrindo.
Eu não to entendendo o problema dessa mulher com a Brunna.
– Boa noite. Meu nome é Dona Senna, em que posso ajudá-las?
– Olá. Sou Ludmilla Oliveira e esta é Brunna Oliveira. – Ignorei a careta de Brunna ao ser chamada de “Oliveira” e segurei os braços de Brunna por trás, estava vendo a hora dela pular naquele balcão e dar um soco na loira. – Nós queríamos um quarto de casal.
Brunna olhou sadicamente para mim.
– Só um momentinho. – Disse para as duas e levei Brunna até um canto do hall. – Nós não temos dinheiro para alugar dois quartos Bru. E para ficar em um quarto sem chamar a atenção desse povo, nós temos que ser casadas. O que é uma verdade.
– Ludmilla. Resolva logo essa porra, que eu preciso dormir. Meu cabelo tá horroroso, meu sapato que era vermelho está preto, minha roupa esta imunda, eu estou fedendo a cocô de boi, logo o meu humor não está dos melhores e eu to sentindo que eu vou explodir a qualquer hora. E a primeira a morrer vai ser aquela vadia e logo em seguida você. Entendeu?
– Perfeitamente. Você está possuída por Lúcifer.
– Exatamente.
Voltamos ao balcão e a senhora me esperava com os papeis de entrada.
– Quanto é uma noite?
– US$ 50,00 com direito a jantar e café da manhã. O valor é pago agora.– Oh céus, 25% do dinheiro. Vida de pobre é foda. Com esforço e uma dor profunda em meu peito, minhas mãos tremiam e minha perna quase perdendo as forças, dei os meus tão queridos e insubstituíveis US$ 50,00.
Acha que estou fazendo drama? Se coloque no meu lugar!
– Onde é o quarto? – Perguntei ainda tomada pela dor da despedida.
– No segundo andar. – Disse Lia. – Pertinho do meu. – Disse piscando para mim.
Vi Brunna tremer. Era impressão minha ou ela estava com ci... Não. Ela não estaria.
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No Limite do Divórcio - Brumilla
HumorLudmilla e Brunna moram no Brasil e estão em processo de divórcio há dois anos. Depois de brigas turbulentas por ciúmes e outras coisas, decidem se separar, resultando em Ludmilla em São Paulo e Brunna no Rio de Janeiro. Porém o aniversário de um an...