Percepção

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Brunna POV

A floricultura estava lotada devido ao Dia dos Namorados. Não era meu dia de trabalhar, mas a dona estava me pagando hora extra para lhe ajudar a dar conta de todos os pedidos. Após dizer um “Volte sempre” a um cliente, apertei o botão para a senha seguinte vir e dei de cara com Ludmilla sorrindo charmosamente para mim.

Ela era linda, mas eu sabia que era o tipo de mulher que não se prenderia a uma mulher só. Sabia que todo aquele charme pra cima de mim era porque eu fui a primeira mulher a dar um fora nela. Não passava de orgulho ferido. Mas sua companhia era maravilhosa e estava fora de cogitação me afastar dela.

– Bom dia minha flor. – Disse sorrindo.

– Deseja alguma coisa senhora Oliveira? – Disse formalmente.

– Ah! Para com isso Bru! Sou eu, sua futura esposa. – Não havia como não rir com Ludmilla.

– Prometo que serei sua futura mulher em outra encarnação. Diga logo o que quer que eu tenho mais o que fazer.

– Você não abre nem uma brechinha né?! – Diante de meu olhar de irritação, ela levantou as mãos em sinal de paz. – Tudo bem, tudo bem! Eu quero um buquê de tulipas de todas as cores que você tiver aí.

– Finalmente achou alguém para presentear no Dia dos Namorados? – Perguntei enquanto arrumava as flores.

– Claro. Acha que eu ficaria esperando você pelo resto da minha vida?

Aquela resposta me incomodou profundamente. Será que ela estava apaixonada por outra pessoa? Será que a amava? Ignorei meu desapontamento e continuei o que estava fazendo. Eu dei tantos foras nela que ela se cansou. A culpa era toda minha.

– Me dá o cartão e uma caneta que eu já vou escrevendo. – Fiz o que ela pediu e continuei a colocar os enfeites no buquê.

– US$ 34,50. – Disse e Ludmilla me passou o valor. Entreguei o buquê e ela me devolveu.

– Feliz dia dos Namorados! – Disse com um sorriso de matar qualquer uma. – Leia o cartão!

Abri e nele estava escrito:

“Com certeza eu ficaria esperando você pelo resto da minha vida. Com amor pra dar, vender e trocar

Sua futura esposa, Ludmilla Oliveira”

– Eu não sou sua namorada Ludmilla. – Disse sorrindo, lhe devolvendo o buquê. Mas ela não pegou.

– Eu sei que não. Eu só acordei com vontade de lhe dar um buquê e olha só! Caiu justamente no dia dos Namorados! Vamos Bru, aceite! Você não vai recusar um buquê de uma amiga, vai? – Disse dando ênfase na palavra “amiga”.

Suspirei. Sabia que não se pode lutar com Ludmilla quando a questão é presente. Ela sempre ganhava.

– Tudo bem. – Disse sorrindo – Obrigada Ludmilla. Vou por no meu quarto. – Disse guardando o buquê.

– Então, eu estava pensando em a gente sair e...

– Não Oliveira, vai embora que eu preciso trabalhar.

– Tudo bem. – Disse levantando as mãos em sinal de rendição.

– E nem ouse me levar pra casa hoje! Sei que você vai tentar alguma coisa.

– Com medo de não resistir a mim Gonçalves?

– Xô daqui Oliveira! Aqui é meu local de trabalho.

No Limite do Divórcio - BrumillaOnde histórias criam vida. Descubra agora