Capítulo 40- Drunk

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Eu e meu pai atravessamos a rua conversando sobre coisas alheias, até a porta da casa
dos novos vizinhos.

- Seja educada. - Meu pai disse como se eu tivesse três anos de idade e deu três toques
na porta grande branca que logo se abriu, mostrando uma mulher linda, tinha os cabelos
escuros longos e um sorriso maravilhoso, vi meu pai ficar hipnotizado por alguns minutos.

- Oi. - Falei para a mulher, tirando meu pai do transe.

- Ah oi. - Meu pai sacudiu a cabeça se livrando de seus pensamentos. - Moramos aqui na
frente, descobrimos que teríamos vizinhos novos e viemos dar as boas vindas. - Meu pai disse
sorridente.

- Bom, no caso, vizinha, pois sou só eu. - A linda mulher disse e riu.

- Está certo, está certo. - Meu pai riu. - Essa é minha filha Gabriela. - Dei meu melhor
sorriso.

- Nossa, que menina linda. - Ela disse sorridente. - Você deve ser um pai muito cuidadoso.

- Bom, eu tento. - Ele disse. - Quase que eu ia me esquecendo, sou Elias da Silva. - Ele
se apresentou e eu via a troca de olhares entre os dois, estava até sentindo-me avulsa ali.

- Elias da Silva das empresas Silva's? - Ela perguntou.

- Sim. - Ele assentiu.

- Ouço muito falar. - Ela riu. - Sou Eugênia... Eugênia Machado. Querem entrar?

- Não queremos incomodar. - Meu pai foi educado.

- Sim, adoraríamos. - Falei pois senti o clima que havia fluído entre os dois.

Entramos e Eugênia pediu para que nos sentássemos em um dos únicos móveis que havia
naquela enorme sala, um sofá grande.

- Bom, como podem ver, eu ainda tenho que arrumar toda essa bagunça. - Ela riu sem
jeito e sentou-se em uma cadeira que havia por ali.

- E então, Eugênia... Você veio de onde? - Meu pai perguntou todo sorridente.

- Londres. - Ela respondeu e eu lembrei-me de Vicente.

- Ah, Londres? Legal... Eu estive lá há algum tempinho atrás à trabalho. - Meu pai
comentou. - E você mudou-se por quê? - Meu pai estava sendo curioso demais.

- Queria ficar perto do amor da minha vida. - Ela disse rindo e meu pai ficou com uma
expressão meio descontente.

- Você namora? - Ele perguntou indelicado.

- Não, não. - Eugênia deu uma gargalhada. - Estou falando de meu filho, quero fazer uma
surpresa para ele e então me mudei, ele mora aqui por perto.

- Ah, mãe solteira?

- Sim... E sua esposa?

- Ah, eu sou viúvo. - Meu pai disse. - Ela faleceu quando Gabriela tinha apenas dez anos.

- Sinto muito.

- Não precisa sentir. - Meu pai deu um sorriso de leve.

- E você, Gabriela... - Eugênia pôs sua atenção em mim. - É uma garota bonita... Tem
namorado? - Ela perguntou, mas meu pai se meteu quando eu fui responder.

- Por enquanto não, já disse que só quando ela se formar... - O olhei e fiz uma cara
esquisita.

- Você nunca falou isso. - Falei.

- Acabei de falar. - Ele deu de ombros. - Você já arruma muito problema, imagina se
começar a namorar...

- Pai, na frente da moça não, por favor. - O repreendi e dei um sorriso á ela que nos
olhava.

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