Capítulo 44 - Oh my gosh

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- Entre, Gabriela. Está parada na porta, por quê? - Meu pai falou me empurrando de leve.

- Oi, você chegaram? Eu estava no banho. - Eugênia nos cumprimentou e sorriu. - Elias, esse é Vicente, meu filho. - Logo Eugênia se ligou que não havia me apresentado à Vicente, para não
levantar suspeitas, mas eu fiz um sinal dizendo que estava tudo bem.

- E aí. - Meu pai disse e os dois cumprimentaram-se com as mãos. - Você é o famoso
Vicente. - Eu tinha todos os motivos do mundo para querer ir embora dali. - E essa deve ser a
pequena Giovanna. - Ele disse abaixando-se até ela e fazendo algumas brincadeiras. Já eu, fui até
Angel e a peguei no colo ligeiramente, eu senti saudades daquela pequena.

- Oi, linda. - Falei e ela começou a dizer umas coisas esquisitas. - Cara, eu babo em você.
- Falei e Eugênia riu, Vicente nem se movia, continuava naquele sofá sem expressão alguma, eu
podia ver alguns efeitos das drogas nele, sua pele estava mais branca que o normal e suas
olheiras eram profundas. Meu coração doeu.

Brinquei mais um pouco com Giovanna e a coloquei no chão, porém ela queria continuar em
meu colo, então a peguei novamente.

- Gabriela, você pode vir aqui me ajudar rapidinho? Não sei que sapato colocar... - Eugênia
disse, mas vi que era um pretexto para ela falar comigo, a segui por aquele enorme corredor e
fomos parar em seu enorme quarto. - Espero que não tenha nenhum problema...

- Vicente? Não claro que não, é passado. - Tentei dar meu melhor sorriso.

- Ah, que ótimo. - Ela sorriu. - Vou colocar esses chinelos mesmo, estou nem aí. - Ela
disse.

- Chinelos são maravilhosos. - Falei e nós rimos, logo voltando para a sala de jantar.
Sentei-me no outro sofá que havia ali, garanto que se eu sentasse ao lado de Vicente ele
explodiria.

- Eugênia, eu tenho um presente para você... - Meu pai disse. - Pena que eu deixei dentro do
meu carro. Droga. Vou ter que ir lá pegar. Vamos juntos? - Meu pai sugeriu e Eugênia assentiu
meio tensa por ter que deixar eu ali com Vicente, mas eu sorri a tranquilizando e logo os dois
saíram.

Vicente parecia estar em outro mundo ali sentado naquela sofá, ele não estava nem ligando
para a minha presença, ele não tinha expressão alguma e aquilo já estava me assustando. Giovanna
estava sentada no chão brincando com alguns brinquedinhos seus de borracha que faziam um
barulho estranho.

- Vicente... - Minha voz saiu quase um sopro, ele virou-se para mim lentamente, quase um
robô. - Por que você faz isso consigo mesmo? - Me referi as drogas. Ele não respondeu,
permaneceu quieto. Levantei-me. - Hein, Vicente. Me diz. Por que você faz isso consigo mesmo?
- Dessa vez eu quase gritei. - Olha o seu estado, você acha que ninguém percebeu?

- Eu não estou afim de ouvir sermões. - Ele disse agressivamente. - Cala a por/ra da boca.

- Não, Vicente. Olha para você. - Falei me avançando em sua direção e o levantando
daquele sofá. - Você está horrível. - Horrível ele não estava, para mim continuava lindo. - Olha
essas olheiras, você está pálido...Magro. Que por/ra. - Falei quase chorando ao vê-lo nesse
estado. - Para com isso, por favor. Eu imploro.

- Não finja que você se importa. - Ele riu debochado.

- Eu não estou fingindo, você sabe muito bem disso. - Falei.

- Fo/da-se, Gabriela. Eu não preciso de você tentando me ajudar.

- Mas eu quero ajudar você, seu filho da puta. - Falei. - Eu... Te amo. - O puxei para mim, o
abraçando fortemente, pensei que ele iria me empurrar, mas ele foi capaz de corresponder o
abraço, ele me apertava tão forte, fazendo eu me sentir não segura, lágrimas começaram a
escorrer, só não sabia se era de felicidade ou tristeza.

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