Capítulo 58 - Hi, Machado

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- Vicente, faz dois dias que você não me liga. - Reclamei assim que Vicente atendeu o celular, nós não havíamos nos falado muito e na escola, nossa conversa era algo super rápido, eu chegava em casa achando que ia receber pelo menos uma ligação com Vicente justificando sua ausência, mas não, e foi assim por dois dias. 

- Uh, Gabriela... - Sua voz era fraca. 

- Desculpa, é que eu ando ocupado, mas nada mudou. - Posso saber o motivo dessa ocupação toda? - Perguntei desconfiada. 

- Negócios com a gangue, eu estou envolvido demais com os Canadians, estamos planejando uns bagulhos e tal e também estamos abrindo uma boate nova... Clandestinamente, claro. Então o bagulho é muito mais perigoso e temos que ter muito mais cuidado. Desculpa, Gabi. 

- Por que não me falou antes? 

- Porra, eu não estou com tempo para nada, ultimamente. 

- Não me ama mais? - Fui dramática. 

- Não fala merda , Gabriela. Puta que pariu. Porra, minha cabeça parece que vai explodir e daqui à pouco eu tenho que colar lá no casarão. 

- Deixa eu ir com você? 

- Óbvio que não, você nos negócios dos Canadians é merda na certa. 

- Mas eu quero te ver, por favor. - Implorei. - Meu pai vai voltar tarde e eu não quero ficar aqui sozinha. 

- Bial vai passar aí para deixar Giovanna com a minha mãe, aproveita e fica com ela também, ou se quiser ela pode até ficar aí. - Vicente disse simples. 

- Como você é chato, que caralho mesmo. - Resmunguei. - Tchau, Vicente. Me ligue quando lembrar que tem uma namorada. - Desliguei e... sorri. Bial iria deixar Giovanna com Eugênia, então, com certeza depois ele iria para o tal casarão, o qual eu tinha uma curiosidade enorme em conhecer, simples, era só eu convencer Bial à me levar. Fui correndo para o banheiro tomar um banho rápido, assim que saí coloquei uma calça jeans justa e um moletom qualquer, terminei de me arrumar, peguei o celular e desci as escadas correndo, saí de casa, tranquei a porta e quando dei-me conta, eu já estava na frente da casa de Eugênia. Bati na porta. 

- Gabi. - Ela sorriu. - Bial já veio deixar Giovanna aqui? - Perguntei enquanto entrava. 

- Você está vendo alguma criança por aqui? - Ela riu. 

- Seu corte foi recebido com sucesso. - Falei e nós rimos, sentei-me no sofá e nós ficamos falando sobre coisas tolas. Eugênia tocou no nome de Vicente e eu falei todas as coisas ruins que ele era, a deixando apavorada, mas um sorriso abriu em sua face assim que eu disse que eu realmente o amava de verdade. 

- Isso que é amor. -Eugênia disse. - Você realmente é uma garota de ouro, é difícil domar Vicente. 

- Eu que o diga. - Falei. - Mas e aí, como vai você e o chato do meu pai? Nossa, que homem que fica mais chato á cada dia. 

- Estamos bem. - Ela sorriu. - Elias não gosta muito de Vicente, mas eu não o repreendo por isso, meu filho realmente é um cara difícil, vou ser sincera, Gabi. Eu não discordo do fato de Elias não aceitar você e Vicente juntos, não discordo, eu amo meu filho, mas todos sabem que ele é totalmente inconsequente. 

- Eu não me importo, não mais. Eu o amo e é isso que importa e eu sei que ele me ama também, por mais que ele só saiba fazer merda, nós sempre nos entendemos depois. - O defendi. 

- Sim, eu entendo e acho lindo o amor de vocês, mas... - Você não coloca fé.- Deduzi. 

- Tudo bem, Eugênia. Eu entendo você, ele é seu filho e você pode até conhece-lo melhor do que eu, mas eu não consigo me afastar de Vicente, ele é como um vício para mim, por mais que nós estejamos separados, sempre vai ter algo que levará um ao outro. 

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