capítulo 8

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VINCENT BERTOLAZZO

Pérola, Pérola, está brincando com fogo e se continuar, vai se queimar.
Ela é perigosa e nem sabe. Toda vez que a palavra "senhor" sai de sua boca a imagino ajoelhada na minha frente, e eu comando aquela pequena fera de olhos azuis. Ela seria a submissa perfeita se não tivesse o sangue podre. Ou ate seria divertido castiga-la.

Comemos o almoço em silêncio, depois fomos para o carro, ela não disse absolutamente mais nada. As palavras dela durante o almoço me deixaram um tanto pensativo. Essa mulher nao tem medo de morrer, ela nao tem medo de nada. Rosto de um anjo mas sei bem que por dentro carrega escuridão e não quero minha família exposta à essa escuridão. Ainda não me convenceu que é boazinha. Ela foi criada por monstros..

Não que a minha família me defina também, todos são felizes e de bem com a vida, quanto eu, nasci para ser um dominador... um filho da puta que destrói corações, mas nunca engano, não nasci para o amor e todas sabem disso.

Ainda no carro vejo no visor do painel do carro, o nome do meu pai, atendo o telefone e a voz dele soa no viva voz. Vejo de canto que Pérola está com a cabeça encostada no vidro e ignora completamente o barulho.

Ligação on

-pai?

-Vincent onde você está? - a voz de Henrique era extremamente preocupada

- avenida ClarckOest direção do Palácio. Norte.

- Codigo amarelo desvie o caminho, vá para a Serra. redobrei sua escolta estão indo em sua direção,ative o GPS do carro. - a voz de meu pai veio nervosa,

-PORRA! !

A chamada foi encerrada e novamente voei com o carro na avenida. Quem quer que fosse ficaria para traz. Perola mudou sua postura ao meu lado. Não sei se pela velocidade do carro ou pelas palavras do meu pai.

- o que isso significa Vicent? - ela disse tentando transparecer calma, mas conseguia ouvir seus pensamentos daqui, seu coração estava acelerado, suas mãos soando. Li seu nervosismo.

-Significa que descobriram onde você está, descobriram que você está conosco. Rastrearam nosso carro.

-Significa que vou morrer Vicent. Não sei até quando vocês vão conseguir me proteger, precisam me deixar ir.

-você está comigo Perola, eu sempre cumpro minhas promessas, prometi ao meu pai que iria te proteger e vou.

- seu pai não devia querer-me perto de vocês, quando eles me acharem eu não posso estar perto de vocês. Você não entende?

-tenha Calma Pérola, sabemos lidar com isso.

-eles são poderosos Vicent, você não tem ideia, Diuliano montaria um exército facilmente apenas para me matar.

-então vamos colocar nosso exército no jogo. Não duvide da nossa capacidade Pérola, Você está nas mãos do "Tigre Branco" agora.

Disse e aumentei a velocidade do carro. Perola permaneceu calada, apenas olhando pela janela, a vista da estrada indo em direção a Serra, era uma das mais lindas, nossa casa de no topo dela, com segurança total, quando precisávamos de isolamento, íamos ate la... faz anos que não faço esse caminho.

Pérola COLUCCI

Minha cabeça estava fervilhando, sabia que ele iria me encontrar, mas não tão rápido. Como?

Não achei que teria medo da morte, mas neste momento é o que sinto... desejei ela por tanto tempo que me acostumei, porém agora, eu vejo uma esperança, esperança de ser protegida e talvez tenha uma vida normal aqui fora mas por essa família em risco esta fora de cogitação, Não posso mesmo.

Estavamos em uma estrada subindo e subindo e quanto mais alto ficávamos, mais linda era a imagem da janela, fiquei apreciando por longos minutos. Uma vez ou outra sentia o olhar de Vicent e ele queimava sobre minha pele.

Ver esse homem dirigir deveria ser pecado, mas ele é  o verdadeiro demônio... os braços grandes com veias saltadas, esticado sob o volante, os cabelos penteados para traz,  sua roupa preta contrastando com sua pele bronzeada pelo Sol, uma boca desenhada e rubra e seus olhos, puta merda uma maldição aqueles olhos.

- gosta do que vê? - ele perguntou olhando pra frente, merda.

-eh.... e.. - câmbio, Pérola atente porra. Meu cérebro estava me traindo

Eu não consegui formular uma frase se quer. Salva pelo gongo quando o alto falante começou a apitar, não uma ligação de seu pai. Vicent atendeu.

-filho, tudo normalizado, siga o protocolo. 24 horas na Serra e aqui em baixo eu dou meu jeito, qualquer coisa me ligue. Pegamos 5, vamos tirar algumas respostas deles, mas vou deixar pra você também.

-ok pai. - disse tranquilo.

-Pérola pode me ouvir?

-sim- disse baixo

-querida você está segura, Estela está mandando roupas para vocês,  fique a vontade a casa é  sua. E Vicent,  seja gentil. -Henrique disse em um tom divertido que me fez soltar uma risada fraca... Vicent gentil? Será que viveria para ver isso?

Dito isto desligou.. relaxei no banco, vi o carro fazer uma curva a esquerda e subir uma pequena estrada, que em poucos minutos nos levou a um portão enorme de aço.  O portão a abriu e entramos, mais 3 carros atrás de nós também, todos pretos grandes e blindados, conhecia bem aqueles modelos.

Abri a porta do carro, São com Vicent logo atrás de mim.

Me deparei com uma linda casa de madeira, mas o que chamou mais a atenção foi a vista daquele lugar. Poderia dormir ali na varanda mesmo, sem problema algum.

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A Filha do InimigoOnde histórias criam vida. Descubra agora