capítulo 6

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Pérola Colucci

Sai do carro com Caio ao meu lado e alguns seguranças a espreita

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Sai do carro com Caio ao meu lado e alguns seguranças a espreita. Assim que descemos percebi que Caio colocou sua máscara de Juiz sério.  Ficou muito parecido com o irmão. Mas esse eu sei que é apenas a máscara,  enquanto o outro parece que seu coração é tão ranzinza quanto o rosto.

Entramos no Palácio da Justiça, pelas portas do fundo subimos em um elevador privativo, estamos so eu e Caio. Subimos em um silêncio confortável,  muitos andares, fiquei um pouco tonta.

Chegamos ao último andar, e na recepção do gabinete estava Renata com seus lindos cabelos ruivos, recebeu-nos  com um sorriso.  Gostei dela.

-Bom dia Senhorita Colucci. Sr Bertolazzo. - ela nos cumprimentou e diria que vi seus olhos brilharem para Caio... não a julgo, ele é lindo mesmo.

Caio me conduziu até o gabinete, abriu a porta sem cerimônias. Entramos no gabinete, na sala que já conhecia, mas desta vez estavam cheio de agentes, com uniformes que me assustaram um pouco... camisas pretas escrito em amarelo atrás  "Federal" "Serviço de Inteligência". Na grande mesa estavam papéis e maquetes, plantas da casa em que eu morava, todos aqueles homens analizando tudo. Um me chamou atenção,  Vincent estava todo de preto, tinha um coldre em sua perna,  calça Jeans e camiseta que apertavam seus músculos do braço,  os cabelos penteados pra trás,  um pouco molhados o maxilar travado, olhando alguns papeis. Essa era a visão do inferno, diria que o diabo tem essa aparência.

Eu e Caio entramos silenciosos e ninguém daquela sala percebeu nossa presença. Até que Sr.Henrique me olhou e abriu um Largo sorriso.

-Ela chegou meninos, vamos começar? -Henrique falou se levantando.

Um homem Enorme veio em minha direção ele era Loiro, forte, grande, assim como todos daquela sala, eu estava me sentindo uma formiga no meio de vários leões, ninguém tinha o rosto simpático ali, apenas Henrique, mas ainda sim bem impassível. 

-olá Pérola , me chamo Kenedy, vou conduzir o processo de investigação contra sua denúncia, você já ajudou muito com informações. .. mas hoje vamos nos aprofundar mais um pouco ok?

-sim claro - disse um pouco envergonhada e me sentindo intimidada, mas ainda sim aliviada por acabar com tanto sofrimento, por haver justiça. Quero que eles paguem por tudo.

Sentei- em uma cadeira em volta da Grande mesa. Todos aqueles homens olhavam para mim, alguns em pé e outros sentados . Kenedy ficou na minha frente. Com uma Folha em mãos e começou a perguntar.

-sabemos que Diulianno Colucci é  o mandante da máfia,  correto?

-sim, na verdade o certo seria Padrinho. Tudo passa por ele antes e ser feito, ele é  o que comanda, mas tem também Tiziano Colucci, meu tio, ele é  o Sub Padrinho da máfia. Ele tem 40% dos lucros de tudo que eles conseguem com armas e tráfico.

-você disse no último depoimento que todos da família Colucci passam por uma iniciação, como é  isso?

-Bom... desde criança aprendemos a manusear armas, lutas corporais. E tudo que envolva os crimes da máfia, eu fiquei em treinamento até os meus 17 anos... a iniciação funciona quando você completa 18... a iniciação acontece quando sua obrigação é matar um inocente a sangue frio, se não o dizer, é deserdado.

-você não teve sua iniciação? 

-minha mãe foi morta, quando eu tinha 17... Eu me isolei de tudo. Diulianno permitiu que eu não fizesse mais parte das reuniões, achei que ele estava respeitando meu Luto... mas era apenas culpa por ter matado minha mãe. - disse isto, não estava conseguindo olhar os ninguem daquela sala, caiu apenas uma lágrima do meu olho mas sequei rapdamente, olhava para um ponto fixo, as perguntas vinham e eu respondia no automático.

Fizeram várias outras perguntas e observei Vincent estava sentado em uma cadeira isolada no canto da sala, ele me encarava com algo no olhar, não sabia decifrar o que era, mas não era algo amistoso.

-você perdeu sua mãe,  alguém mais da sua família foi morto por "traição " -Kenedy das aspas com as mãos.

-eu tinha um namorado. Ele entrou na máfia quando completei 18 anos , o nome dele era Miguel.  Ficamos juntos por meses, ele foi o meu primeiro namorado, já que não podia sair da mansão, ele ia la todos os dias...
Do dia pra noite, meu pai saiu do escritório gritando dizendo que ele era um agente Federal, que era um traidor. Meu pai apenas falou que eu não o veria nunca mais... então nunca mais soube de Miguel, eu realmente não sei ... decidi não perguntar pois seria doloroso demais saber que Diulianno tirou mais alguém da minha vida.

-Miguel Errera? - Kenedy perguntou e eu percebi uma agitação diferente entre seus homens.

-sim- disse temerosa...

-ele era um dos nossos melhores agentes Perola...

Kenedy disse e meus olhos não aguentaram as lágrimas, era uma dor dilacerante. Minha mãe,  Miguel. Eram as pessoas que a Máfia tirou de mim. Quantas mais precisavam morrer pra isso tudo acabar?

-ele podia ter me dito, eu ia ajudar ele. _ disse soluçando. . Senti um abraço me envolver era quentinho... era Caio.

-vamos dar um tempo pessoal.  -Caio falou, a sala foi ficando vazia aos poucos, quando me acalmei abri os olhos e sai do abraço de Caio, seu terno estava todo molhado. Passei a não tentando secar.

-ta tudo bem- ele disse e referindo ao terno. Olhei para a sala, Henrique estava lá e Vincent permaneceu na cadeira do canto da sala.

-desculpa... - falei secando meu rosto molhado.

-deve ser difícil pra você,  querendo ou não é a sua família. - Senhor Henrique disse sereno, com um olhar e pena.

-não me leve a mal senhor Henrique,mas nunca tive eles como família, não sei o que é  ter amor de uma família. Apenas minha mãe era com quem podia contar e me tiraram ela também. Não posso mais deixar essas coisas horríveis acontecerem com mais ninguém.

-vamos te proteger Pérola,  sabe por que eu criei esse afeto por você? 

-realmente não,  vocês deveriam me odiar na verdade.

-vejo verdade em você, me coloquei no seu lugar e já passei por isso acredite... vamos te proteger até tudo isso acabar e se voce quiser até depois tambem. -- ja passou por isso? Minha cabeça fervilhava mas não perguntei nada, apenas balançou a cabeça.

Henrique foi levantando e me deu um abraço.  Caio veio logo depois. Vincent apenas olhou tudo sem esconder sua cara de desdém. 

Já eram quase 12;00 ficamos muito tempo nessa reunião.

-Vincent, eu preciso falar a sós com Caio agora, leve Pérola para almoçar.  --Henrique disse e Vincent levantou olhando em meus olhos intensamente, passou por mim foi até  a porta abrindo -a , ficou esperando eu passar e veio logo em seguida.

Ele parou na recepção e me olhou nos olhos, aquela merda de olhsr que sai carregando todo pingo de sanidade que eu tenho, ele me assusta mas me intriga ao mesmo tempo

-onde você quer ir? - Vincent perguntou com aquele voz grossa que me faz arrepiar.

-eu não sei...- disse baixo quase inauditivel

-ta, vem logo. - ele falou revirando um pouco os olhos. Com uma grosseiria fora do comum me rebocou até o elevador. Ainda não entendia todo esse ódio de mim, na verdade sei que minha família fez muito mal a sua .... mas eu não fiz nada a ele. Estou tentando ajudar. Mas nem sempre o máximo que podemos fazer é o suficiente.

A Filha do InimigoOnde histórias criam vida. Descubra agora