13.

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Adrian Willian Coleman

Empurro a porta do banheiro masculino que estava mais próximo de nós, senti a mão de Lily contorcer na minha se negando a entrar.

—Você ficou louco? —ela segura a porta com a outra mão se impedindo de entrar, me viro para ela.— Sabe o que vão fazer se pegarem a gente aqui ?

—Só quero te mostrar uma coisa...

— Aqui, tem que ser aqui dentro mesmo? —os olhos apavorados dela me encaram, sentia total desconfiança dela pois o que geralmente o que acontece em banheiros?

— Por favor... Eu preciso que você entenda porque te mandei mensagens, juro que não te procuro mais depois disso, Lily.

Suplico para ela. Todo o remorso que eu  sinto desde aquela época estava me sufocando agora, a dor que estou sentindo e sinto até hoje por vê-la me dilacera todos os dias, antes não vê-la amenizava tudo o que eu sentia mas agora ver ela... tão perto outra vez, tão... Linda e não se lembrar por causa de mim chega ser torturante, como a calor do fogo queimando minha pele só que no meu coração.

— Tudo bem...

Ela se aproxima ainda segurando minha não, assim que chega a um passo de mim seus olhos novamente se encontraram aos meus. Os verdes mais perfeitos do mundo. Deus sabe o quanto sofri quando foi tirada de mim por todo esse tempo.

— Eu quero mostrar para você o motivo pelo qual você não se lembra de mim...—coloquei-a de frente ao espelho, parando atrás de seu corpo pequeno e afasto os fios loiros de sua testa. Conseguia ver já a cicatriz ainda tapada pelos fios novos.— Quando você vinha pra minha casa a gente sempre costumava brincar no jardim...—ela franze a testa observando atentamente o que provavelmente nunca tinha reparado— a última vez que a gente se viu foi quando eu subi na árvore, fiz você subir também... Você estava com medo da altura. Quando eu virei por dois segundos você já estava caida no chão desacordada, sangrava demais.

Lilyant ainda se permanecia calada apenas assimilando o que eu estava a contar, estava intacta sem mexer um músculo parecendo em não acreditar em nada do que eu a falava.

— Depois disso eu nunca mais vi você, seu pai dizia que você estava bem e que tinha ido passar um tempo na Inglaterra com seus avós.

— Por que ninguém me falou nada ? —ela vira para mim, me observando.— Isso não explica por que...

Ela para de falar raciocinando o que veio a acontecer depois disso.

— Você não me reconheceu, eu procurei seu pai, ele me contou a verdade. Disse que você tinha perdido a memória, então para não provocar algum tipo de problema emocional por causa do fratura era melhor eu não falar nada para você, mas ele acabou esquecendo de avisar meus pais ontem.—respiro pesadamente, não sabia como ela reagiria agora, e se ela se afastar ainda mais agora?— Impossível continuar com essa mentira com você me olhando desse jeito todos os dias.

Merda, o que eu fiz?

Quando Lilyanth ia abrir a boca ouvimos vozes, quais eu reconhecia muito bem de quem era. Puxando-a rapidamente dentro de um dos banheiros eu fecho a porta a colocando encostada nela.

Ela coloca a mão na boca por alguns instantes, seus olhos... os malditos verdes me prendem na mesma hora e segundos depois seus braços agarram bruscamente meu corpo me apertando para si. Meu coração dispara diante da ação, conseguia sentir pulsar também do coração dela, minha boca seca e tudo o que eu consigo fazer é abraça-lá novamente.

— Isso não foi culpa sua...

Ouço-a sussurrar em meu peito. A sensação de alívio percorre todo o meu corpo. A mistura de sentimentos que eu estava incapaz de falar algo, não esperava essa reação de Lily. Mas tenho que confessar que sentir seu corpo colado ao meu é inexplicável.

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